𝐀𝐦𝐚𝐝𝐮𝐫𝐞𝐜̧𝐚 𝐬𝐞𝐦 𝐬𝐮𝐫𝐭𝐨𝐬

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Morgan

    Nós treinamos por horas a fio, posso dizer que melhorei muito de um dia para o outro, odeio admitir, mas o John me ensina muito bem e calmamente, tem paciência para cada erro meu, me mostrando onde devo melhorar, e quando tenho preguiça, ele apenas borrifa água em mim.

  ◇◇◇◇

    Agora, no dia seguinte, estou deitada no chão, com os pés apoiados na parede, em direção para cima. Tive uma queda de pressão de repente e precisei me deitar, já estou aqui por alguns minutos... Justo quando eu ia descer para jantar. Bateram na porta e eu mandei entrar, já desconfiando de quem fosse.

- Está tudo bem? - Íris perguntou.

- Minha pressão foi pro cacete. - Me mantive no mesmo lugar.

- Oh, entendi. Posso fazer chá, se quiser.

- Isso adianta?

- Ajuda.

- Eu aceito. - Sorri para ela.

    Íris acenou calmamente e saiu do quarto.
    Continuei deitada no chão, só me levantei quando a tontura passou. Caminhei até a cômoda e peguei meus remédios. Minha pressão está muito desregulada, por não constumar me exercitar.
    Tomei o meu remédio e me sentei na cama, suspirando e passando a mão no rosto, deitei um pouco com travesseiros embaixo dos pés, para ver se ajudava um pouco. Encarei o teto por um bom tempo.

- Que saco... - Asterin subiu na cama, chorando.

   Olhei para ele confusa. O que aconteceu?

- Quer carinho? - Abracei ele.

    Ast está inquieto desde que o Tine saiu de casa e não voltou, mas hoje em específico está manhoso, ainda não sei porque, talvez porque Alec foi embora, ele disse que iria resolver coisas em casa.
    Beijei Ast e fiz carinho, vendo se ele ficaria melhor. Ficamos os dois quietos, ficamos tão quietos que eu acabei cochilando bem rápido.
    Acordei com Íris me balançando e chamando, Ast estava lambendo meu nariz.

- Graças a Deus, você está gelada! - Ela parece preocupada.

    Não estou entendendo, por que ela está preocupada?

- O que foi? A casa pegou fogo? - Passei a mão no meu rosto, meu corpo está formigando.

- Você estava desacordada a muito tempo!

- Mas eu só cochilei... - Cocei meus olhos e olhei em volta.

- Não foi um cochilo, conheço sintomas de overdose! - Ela me fez sentar na cama devagar.

- Que diabos é orvedose? - É assim que se fala isso? - Ovedorse... Orverdose...

- Morgan, você precisa vomitar.

- Não estou com vontade para vomitar, obrigada. - Meus olhos estão se fechando de novo. Senti as mãos de Íris batendo no meu rosto.

- Agora, me ajude a levantar você! - A governanta tenta me levantar, me puxando pelos braços. - Vamos, querida, colabore comigo.

- Mas eu não quero.

- Não seja teimosa logo agora! Por favor! - Um pouco da delicadeza dela já tinha ido embora, dando espaço a uma Íris mais séria, percebi.

     Ela me puxou com mais força, me fazendo sentar na cama, tudo girou muito rápido, as cores estão se misturando e voltando ao normal logo depois, está brilhoso demais...
     Percebi que ela caminhou diretamente para o banheiro, me fez ir até o vaso e sentar na frente dele, insistindo desesperada para que eu vomitasse, mas não quero isso, é ruim.
     Sem muito aviso, Íris enfiou alguns dedos na minha boca, na minha garganta querendo me induzir a vomitar daquele jeito. Meus olhos lacrimejaram, porém eu não consegui impedi-la, já que minhas mãos estão muito moles. Empurrei a mão dela quando senti o gosto amargo invadir minha boca.
    Vomitei como ela tinha pedido, precisei segurar o meu cabelo para que não sujasse. Me senti horrível, meu estômago está revirando inteiro, minha boca está com um gosto horrível e eu não consigo parar de vomitar, já que quando eu paro sinto vontade novamente. Só consegui parar quando a minha garganta estava com a impressão de estar inteiramente rasgada de tanto que ardia, sinto que vou cair se ficar de pé... Minha pressão foi pro cacete, de novo.
     Íris precisou me segurar, antes que eu caísse de cara no vaso sanitário. Me fez lavar a boca e depois levou de volta para a cama, ajudou a deitar, mas antes pegou o remédio na gaveta.

Marriage of ConvenienceWhere stories live. Discover now