Capítulo 16

1K 81 202
                                    

Castiel está diferente. Dean não sabe dizer exatamente como, mas ele está. Desde o ocorrido na ultima cena Cas ficou mais próximo — qualquer um de fora acharia que eles tinham um relacionamento romântico sério —, e tudo mudou ainda mais depois do que aconteceu com seu pai.

Talvez fosse a amizade que eles construíram durante todos esses meses.

Ou talvez não. No entanto, Dean nunca saberá, pois apesar de tudo ser diferente agora, Cas não diz nada.

Novak cozinha para ele, faz pequenas piadas, assiste filmes, fala sobre abelhas e sempre o beija de uma forma carinhosa.

Ninguém tem uma amizade assim, ele não é burro.

Mas isso não é culpa apenas de Castiel. Dean se sente seguro e feliz na presença dele de uma forma que lhe aquece por dentro como uma manhã quente de verão. Ele adora a comida, filmes, abelhas e beijos de Novak; ele até gosta do jeito esquisitão do seu dom.

Nos últimos dias todo mundo encheu a sua rotina para não o deixar sozinho, e quando ele diz todo mundo, é todo mundo mesmo. Jo o tira da cama para correr no Central Park, Sam sai do trabalho mais cedo para o fazer companhia de tarde, Charlie e Benny o chamam para beber no RoadHouse — apenas nos finais de semana —, Bobby e Ellen o ligam para os jantares de domingo e Castiel sempre faz a sua comida a noite e assiste algo até Jack adormecer em seu colo.

Dean ainda não voltou para o seu trabalho — ele não tem coragem de ver o rosto do seu pai —, e Charlie sempre o atualiza sobre tudo. Aparentemente a confissão sobre a sua bissexualidade foi ruim para os negócios, mas ele não se arrepende do que fizera. John não disse nada sobre, mas Dean se lembra das palavras que ouviu naquela noite.

"Você é minha maior decepção, Dean."

"Não criei uma vagabunda."

"Castiel está apenas te usando como uma vadia."

"Ao menos sei que Sam nunca faria isso com nossa família, ele é um homem de verdade, ao contrário de você."

Aquele foi o pior dia da sua vida. Depois de chorar por uma hora inteira, Dean se lembrou de Castiel dizendo "O problema não é você, é ele" e foi então que ele se sentiu confiante o suficiente para se assumir para o mundo. A sua família e amigos viram e não falaram absolutamente nada sobre, e ele se emociona quando se lembra que Bobby apenas o abraçou fortemente e disse que o amaria de qualquer jeito.

Dean foi acolhido pelas pessoas que o amavam e se sentiu feliz e livre de uma forma totalmente nova. Ele não precisava da aprovação do seu pai, se John se importasse de verdade, o amaria apesar de tudo — Dean não necessitava do acolhimento da pessoa que o chamava de filho por causa do DNA, apenas.

Sam, Jo, Charlie, Bobby, Ellen, Benny e até mesmo Castiel e Jack eram sua família naquele momento, e ele se sentia completo.

Ele escutou a campainha soar e franziu o cenho deixando o seu livro de romance de época de lado — estava muito cedo para ser Sam. Dean saiu do sofá, e ao abrir a porta, observou a sua mãe segurando uma torta. Mary estava vestindo uma calça jeans, camisa branca e um casaco. Dean não a via desde o que aconteceu com John, e era estranho ela o visitar sem avisar.

— A senhora está bem? — Dean perguntou preocupado.

— Sim, Dean — Mary sorriu para ele e entrou na sala. — Tenho uma notícia para te dar, mas antes você irá comer a minha torta.

— A senhora irá me matar de ansiedade! — ele acompanhou a sua mãe até a cozinha.

A mulher pegou um prato e colocou um grande pedaço de torta. Em seguida, ela encheu um copo de leite e o entregou ao filho. Dean se sentiu uma criança e comeu tudo enquanto Mary o encarava com um pequeno sorriso.

Azul como Gelo - DestielWhere stories live. Discover now