Capítulo 17

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Castiel sabia que o que eles fizeram não era correto, mas se pudesse voltar no tempo, faria o mesmo. Daqui a três meses o contrato terminará, e ele nunca mais terá o Winchester dessa maneira. Ele sempre quis saber como Dean era fora do BDSM, e se surpreendeu. Castiel não gostava de ficar por "baixo" porque quase nenhum homem o satisfazia por completo dessa forma, mas com Dean foi natural e bom — Cas sentiu prazer do início ao fim.

Ele tem consciência que foi uma grande quebra de regra, e que como o dominador da relação, errou, mas Dean pediu uma pausa do contrato e tudo parecia diferente naquela fazenda, então apenas... aconteceu.

Ele falou coisas que jamais contou para alguém, e Dean o olhou de uma forma tão compreensiva que Cas não acreditou que alguém não o acharia um monstro pelo que aconteceu com Amélia. O Winchester não o tratou com pena, e Cas se sentiu confortável para se desmanchar na frente dele — se mostrar vulnerável por completo.

Na maior parte de sua vida Castiel era o chefe, pai e dominador..., mas no fundo ele era somente Cas — um homem normal que cresceu correndo pelo campo.

E nenhum sub tinha visto esse seu lado antes.

Castiel virou na cama e percebeu que estava sozinho no quarto. Ele se levantou e foi até ao banheiro. Após lavar o rosto, andou até ao quarto para se trocar e descer, mas se deparou com Dean sentado na cama com uma bandeja de café em seu colo. O cérebro de Novak travou por alguns instantes, mas logo se lembrou que Dean disse que cuidaria dele.

— Eu não tenho certeza do que você gosta no café — Dean falou nervoso como se um simples café fosse uma reunião importante. — Mas sei que você é saudável e essas coisas frufru, portanto, fiz uma panqueca de banana, mingau de aveia e um suco de frutas.

Ele tinha acertado.

— Oh — Castiel abriu a boca. — Muito obrigado, não precisava.

Dean fez uma careta.

— Apenas aproveite, cara, estou fazendo o mínimo comparado com o que você já fez por mim.

— Dean...

— Sim, sim, eu sei, você gosta de cuidar de mim, mas — ele deu duas palmadas no lugar vazio ao seu lado —, agora é a minha vez — Dean deu um sorriso travesso para Novak.

Castiel se sentou na cama e começou a comer a panqueca que estava surpreendentemente deliciosa.

— Eu fiz uma lista. — Dean pegou o celular e Castiel o encarou surpreso. — Café, almoço, piquenique perto do lago à tarde, jantar e, no final da noite, um vinho e massagem. — Ele piscou para Novak e pela primeira vez em anos Castiel se sentiu envergonhado, o que lhe fez engasgar-se. — Tem algo a dizer?

— Não — ele bebeu suco. — Apenas... não é muito?

— Cas, relaxa — Dean desligou a tela do celular. — Eu quero fazer isso, baby.

— Ok — Cas suspirou pensando no que havia aceitado.

***

No meio da tarde, Dean colocou sanduíches, suco e doces em uma cesta, e eles andaram até ao lago, que não ficava muito longe da fazenda. A grama estava verde e repleta de folhas secas das árvores ao redor. A água do lago era esverdeada por causa do lodo e Cas se lembrou de quando nadava lá.

— Uma vez me afoguei nesse lago — ele colocou o pano no chão e se sentou olhando para as montanhas. — Não me lembro com detalhes, mas me lembro da sensação de queimação nos pulmões. Meu pai contava que quando me resgatou eu não estava respirando, e que depois de alguns minutos de massagem cardíaca e respiração boca a boca, voltei — Novak olhou Dean, que estava assustado. — Foi a única vez que vi o meu pai chorar.

Azul como Gelo - DestielOnde as histórias ganham vida. Descobre agora