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A sala estava calma. Namjoon estava sozinho lendo mais um de seus romances. Ele gostava, se sentia em paz, seja qual seja o gênero do livro ele se perdia na história. Era como se enquanto lia esquecia de sua vida, entrasse no seu próprio mundo onde poderia fazer e ser o que quisesse. Por isso amava esse tempo sozinho com seus livros, a paz, a calmaria e a quietude.

Quietude essa que não durou muito tempo. Estava tão entretido na história que nem percebeu seu pai entrar pela porta e parar para o encarar antes de falar com o tom de voz debochado:

— Você não cansa? Tudo que você faz é ler esses romances sem sentido. — falou o mais sem mostrar nenhum sentimento como sempre. Parou ao lado de Namjoon que nem se deu o trabalho de olhar para si — Por que você não usa esse tempo para me ajudar no trabalho? — gesticulou com os braços — Você sabe quantos devedores temos?

Namjoon já sem paciência para aquele assunto fechou o livro suspirando e se levantou para o guardar na estante que havia atrás de si. Logo ficando de frente para seu pai.

— Eu não quero! — usou seu tom de voz sério.

— Você é meu filho mais velho. Você é responsável por continuar os negócios da família. — apontava o dedo para o jovem a sua frente que não se deixava abalar pelas palavras do mais velho — Basta fazer e você vai se acostumar. — aumentou o tom de voz — E não seja amigável com as pessoas. Eles se aproximam de você por causa do seu dinheiro.

— Mas eu não gosto de usar a violência. — Namjoon aumentou o tom de voz também ao falar — Por que o senhor tem que machucar eles?

— Porque eles nos devem dinheiro! Por que você tem que ser gentil com eles? — perguntou com raiva.

— Eu não quero fazer isso. — falou com a voz calma mais transmitindo repulsa ao assunto.

— Se você não fazer isso, — o mais velho falou com ódio — Jiwoong terá que fazer! — ameaçou.

Seus irmãos mais novos, em silêncio, começaram a espiar pela fresta da porta a discussão dos mais velhos.

— Não arraste meu irmão para isso. — mandou.

Sem tempo para reação, apenas foi ouvido o som estralando de um tapa que o mais havia dado em Namjoon. Namjoon riu baixinho em escárnio, seu pai sempre fazia isso quando era contrariado. Partia para a agressão.

— Por que não? Eu sou a porra do seu pai moleque! Por que não posso lhe dizer o que fazer? — praticamente gritava com raiva.

— Mas também temos coração e alma! — gritou Namjoon e recebeu outro tapa na bochecha, dessa vez mais forte e mais estralado que o outro. — Você sempre vai ser assim? Usa a agressão quando é contrariado, tentando mostrar que é superior.

— Você acha que sabe tudo? — apontou o dedo para o rosto de Namjoon — Lembre-se disso: se você ainda está usando meu sobrenome, Kim, e morando em minha casa, apenas faça o que digo! — Namjoon ficou apenas o encarando, seu pai conhecia aquele olhar, era ódio, raiva, repulsa e estava esperando alguma reação do mais novo, mas não veio. Suspirou cansado e deu um leve empurrão no mais novo — Você é um inútil. — falou essa última frase com o tom de voz decepcionado e apenas saiu do cômodo ao olhar atento de seu filho.

Seus irmãos que estavam vendo tudo pela fresta da porta logo correram até Namjoon ao ver o mais velho sair pela outra porta.

— Você está bem? — perguntou Doyoon que era o mais novo entre eles. — Está machucado? — sua voz era preocupada e Namjoon o encarou apenas negando com a cabeça.

Until We Meet Again - taegiOnde histórias criam vida. Descubra agora