Capítulo 2

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- Graças a Deus, obrigada. - Sussurro baixo, pois hoje é segunda-feira, e meu pai vai trabalhar, então não vou precisar passar o dia todo trancada no quarto com fome!

Ontem meu dia foi péssimo, por conta do ataque de sábado, fiquei com medo de sair do quarto, fiquei o dia todo sem comer, e quando anoiteceu eu estava faminta!

Consegui descer para comer quase meia noite, e só fui por estar realmente com muita fome. Tive que fazer tudo muito rápido, desci para a cozinha com uma sacola plástica, enfiei na sacola duas maçãs, dois potes de iogurte, seis fatias de pão de forma, um pedaço de queijo e quatro barras de cereal.

Subi para o quarto morrendo de medo, e quando entrei no mesmo comi quase tudo que peguei, mas guardei as barras de cereal para uma emergência, pois passar o dia bebendo só água da torneira foi péssimo.

Como hoje é segunda posso descer e me alimentar melhor, então só preciso esperar um pouco, assim que meu pai sair para trabalhar posso ir me alimentar.

Fiquei vendo uns vídeos na internet, e quando deu um horário seguro desci para a cozinha.

A mesa do café que é servida na sala de jantar já havia sido retirada, mas fui para a cozinha e fiz minha comida.

Peguei dois pães, passei requeijão e coloquei queijo e presunto, então me servi com um copo de leite e coloquei achocolatado.

Me sentei e tomei meu café, enquanto a Governanta da casa, e mais duas empregadas limpavam a cozinha e ajeitavam algumas coisas, uma das empregadas lava umas verduras, outra limpa por dentro de um armário e a Governanta arruma a geladeira tirando uns potes.

Não tenho assunto com elas, pois não me sinto à vontade, tenho até medo de falar algo, ou fazer algo que possa ser um incômodo.

No almoço e no jantar normalmente como as sobras. As empregadas fazem comida que sempre sobra, então enfiam nos potes, e sei que é para eu comer daquela comida, para eu comer as sobras, como se eu fosse um animal.

Elas seguem ordens do meu pai, acho que a última vez que comi comida fresca foi no internato, nesses pouco mais de 4 anos que estou na casa, eu como comida requentada ou gelada, e se não tem comida, como frutas, pão ou qualquer outra coisa.

Não tenho simpatia por nenhum funcionário da casa, todos obedecem meu pai e estão pouco se lixando para mim.

Tomei meu café, fui para a pia e a empregada que estava lavando as verduras foi para o lado, ela me deu espaço e lavei o que sujei. Depois de lavar, sequei as louças, guardei e sai da cozinha.

Hoje é dia de faxina, sei que daqui umas duas horas vão bater na porta do meu quarto, então eu tenho que sair para limparem, normalmente nessa hora eu desço e fico um pouco no quintal dos fundos da casa, mas se estiver muito frio, desço e fico na sala esperando terminarem.

Fui para o quarto, fiquei jogando um jogo no notebook até que bateram na minha porta, sai do quarto e desci com o notebook para sala, fiquei quietinha esperando terminarem a limpeza.

Minhas roupas eu coloco no cesto de roupas que fica dentro do móvel do banheiro, então uma das empregadas pega e lava. Não limpo, não lavo roupas e não cozinho, sei que meu pai só permite que isso aconteça para manter certa imagem de que tudo está bem, de que eu e ele temos uma relação razoável, pois se eu tivesse que lavar, cozinhar e limpar os funcionários iam fazer fofoca, e a fofoca poderia ser contada para alguém da imprensa. Se cai na imprensa, que um poderoso empresário como ele, maltrata a filha e a trata igual lixo a empresa vai perder muito dinheiro.

Depois de um tempo na sala sinto vontade de andar, mas sei que não vão me deixar sair da casa, só posso sair acompanhada por seguranças e no caso eu só podia ir para a faculdade, a única vez que tentei sair para outro lugar fui impedida, e quando meu pai chegou a noite, ainda entrou no meu quarto e puxou meus cabelos, ele disse que eu não ia sair para me distrair ou para me divertir, que era pra eu ficar quieta e parar de criar problemas, ele puxou meus cabelos com força, e com medo só acatei a vontade dele.

O Casamento ForçadoWhere stories live. Discover now