Capítulo 5

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"- Melissa... sou eu, a mamãe... - Escuto uma voz feminina e abro os olhos.

A claridade me incomoda um pouco, mas abro os olhos e vejo minha mamãe, a reconheço das fotos, ela está linda, vestida com um vestido branco, seus cabelos estão soltos, e ela tem um sorriso lindo nos lábios.

Tudo ao fundo é branco e claro, muito claro, então só tento focar na mamãe.

- Você precisa se impor e deixar de ter medo. Sua felicidade depende disso... - Mamãe diz me olhando com carinho.

- Eu te amo... me desculpa, eu não queria ter te feito ir embora... - Peço chorando.

- Você não teve culpa... ninguém teve culpa... partir era o meu destino, eu já havia cumprido a minha missão... você é forte, sempre foi, mas precisa se impor, promete que você vai deixar de ter medo, promete para a mamãe. - Mamãe pede e sinto que não temos tempo, sinto que ela vai partir.

- Eu prometo. Não vou mais ter medo. - Digo e ela me da um sorriso lindo.

- Eu sempre vou te amar, Melissa. - Mamãe diz me olhando com tanto carinho.

- Não me deixa... - Peço querendo conversar mais, querendo ficar com ela.

- Eu nunca vou te deixar. Sempre estive e sempre vou estar com você... eu te amo, Melissa... mamãe te ama... - Mamãe diz e vai sumindo da minha frente, tudo fica branco... ela se foi..."

Sinto um gosto estranho na boca e tento abrir os olhos, sinto meu corpo cansado, e com dificuldade abro um pouco os olhos, vejo um teto branco, uma luminária e escuto uns bips.

- Não... - Sussurro entendendo que estou no hospital.

Meu corpo está estranho, e me sinto até fraca pra me mover, será que meu braço quebrou outra vez? A dor... a minha perna... agora não sinto dor, parece que estou bem.

Devagar tombo a cabeça para o lado e vejo a janela, a cortina está aberta e está claro, provavelmente eu desmaiei quando aquele carro passou por cima de mim, eu fiquei embaixo do carro, era um carro alto, eu dei sorte, poderia ter morrido.

Volto a fechar os olhos e penso na mamãe, ela veio falar comigo, ela disse para eu me impor, e entendo que ela quer que eu fuja, eu não posso mais aceitar as vontades do meu pai e dos idiotas dos meus irmãos.

Fico quietinha pensando na mamãe, foi um sonho especial, parecia tão real, ela estava linda e disse que me amava e que sempre está comigo, ela me ama. Por incrível que pareça essa foi a primeira vez que escutei um eu te amo, foi em sonho, mas foi da mamãe, ela me ama.

Sinto lágrimas escorrendo pelo meu rosto e abro os olhos outra vez. Estou deitada reta, quer dizer há um travesseiro baixo e pelo que entendo estou sozinha no quarto.

Pelo menos o animal do meu pai, e os meus irmãos não estão no quarto para falar merda. Aposto que vão me culpar pelo que aconteceu.

Será que tentaram nos roubar? Ou foi tentativa de sequestro? Eram tantos tiros, o idiota do Rael ao invés de me ajudar saiu correndo e me largou lá, se eu já tinha certeza de que meus irmãos me odeiam agora nem tenho mais o que falar, vou fugir, vou vender o celular e o notebook que ganhei, dou um jeito de despistar os seguranças e fujo!

Um outro bip começa a tocar e é tão irritante. Subo o olhar e vejo umas bolsas de soro, e outras bolsas com um líquido branco, tem uma até com um líquido amarelo, acho tão estranho, nem quando eu quebrei o braço e operei tinha tanta coisa.

Escuto um barulho e vejo uma mulher de branco vindo para perto da cama.

- Você acordou. Eu vou chamar os médicos, fica calma, está tudo bem... - A mulher diz e mexe em algo na cama e depois nos soros.

O Casamento ForçadoWhere stories live. Discover now