Capítulo 41

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4 meses depois...

Vejo Valentin vindo na minha direção e olho pra ele toda boba. Vim buscar ele na escola, e hoje foi dia de festinha e ele teve que ir fantasiado. Valentin escolheu a fantasia do super homem, Nikolay penteou Valentin, passou gel nos cabelinhos dele e o meu menino ficou um gatinho.

- Oi, meu amor. - Falo já me abaixando e dando um abraço apertado nele.

- Oi, mamãe. - Ele diz também me abraçando apertado.

- Como foi a festa? Ganhou lembrancinha? - Falo me afastando olhando pra ele.

Valentin segura um pacotinho com um laço e sua mochila e lancheira, a mochila dele é de rodinhas. Na lancheira hoje só mandei água e uma toalhinha.

- Ganhei. A prof. que deu. Mamãe, todo mundo gostou dos brigadeiros e das empadinhas. Eu tive que ensinar eles a falar brigadeiro e empadinha. Todo mundo devorou tudo, eu só comi duas empadinhas, a comida que eu trouxe foi a melhor da festa. Eu disse que minha mamãe e meu papai que tinham feito, falei tudo. Disse até que o papai comeu um monte dos brigadeiros e que a mamãe teve que fazer outra receita. - Valentin diz e fico toda boba.

Semana passada quando veio o bilhetinho da festa, Valentin foi escolhido para levar uma bandeja de doces, mas ele pediu pra levar empadinhas e claro que fiz pra ele.

Mandei 80 empadinhas, e 100 brigadeiros, mas não fiz brigadeiros pequenos, fiz médios. Nikolay me ajudou a enrolar os brigadeiros, acabou comendo muito e tive que fazer mais, mas no fim deu tudo certo. A turma do Valentin tem 18 crianças, e achei que a quantidade de comidas que eu mandei seria boa, afinal as outras crianças também iam levar pratos de doces e salgados.

Valentin mudou de escola recentemente, pois queríamos que ele estudasse em uma escolha melhor. Valentin gosta de praticar esportes, ele é sempre incluído nas aulas de educação física, ele participa, se diverte e tudo vai bem. Inclusive a escola tem uma política séria em relação ao bullying. Valentin usa a prótese e isso me causou preocupação, pois achei que poderiam falar alguma coisa ruim e o magoar, mas isso graças aos céus não aconteceu.

Na sala de Valentin tem um coleguinha cadeirante, e uma coleguinha que não tem parte de um braço. Às professoras sempre conversam sobre deficiência, sobre respeito e com isso as crianças não ficam curiosas nem falando besteira. A conversa é importante, pois conversando e explicando a situação, as crianças passam a entender sobre o assunto, e não tratam a deficiência dos outros com medo e preconceito.

- Que bom que todos gostaram. Vamos lá para o carro e você vai contar tudo pra mamãe. Da a mochila pra mamãe levar. - Falo, pego a mochila e a lancheira dele e fomos para o carro.

Sempre que venho pegar Valentin não dirijo, pois gosto de conversar com ele. Então vamos no banco do passageiro, enquanto um dos seguranças guia o carro.

Entramos no carro e faço vídeo chamada para Nikolay, Valentin conta sobre sua manhã, sobre a festa e abre sua lembrancinha, que veio chocolates, uns brinquedinhos e bexiga.

Chegamos em casa e fomos almoçar, eu e Valentin hoje almoçamos sozinhos, tem dias que pego ele e levo pra empresa, para almoçarmos todos juntos, mas hoje Nikolay está atolado de trabalho e meu sogro também, então decidi trazer Valentin pra casa.

Almoçamos e fomos para a sala de TV, eu e Valentin tiramos nossas próteses e ficamos por lá vendo desenhos. Pegamos esse hábito tem tempo, tem dias que Valentin tira um cochilo, de sexta-feira ele sempre chega um pouco cansado, e hoje é o caso.

- Capotou. - Sussurro e espio Valentin dormindo.

Ele caiu no sono no sofá, ajeito a coberta nele, e ficamos nós dois ali. Em dado momento senti vontade de fazer xixi, coloquei minha prótese e fui ao banheiro. Fiz meu xixi, e quando saí do banheiro dei falta de Storm e Ray, normalmente eles ficam grudados conosco, e hoje não ficaram conosco na sala de TV, os dois andam friorentos, e acho tão estanho.

O Casamento ForçadoOnde histórias criam vida. Descubra agora