Capítulo 10

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- Me mostre onde ficam as coisas. Vamos, lá. Nikolay, seja um bom marido e me obedeça. - Digo me virando e olhando pra ele.

- Menina, você não tem noção, você tá brincando com o perigo. - Nikolay diz cerrando os olhos.

- Pois vem dar uma de perigoso para o meu lado que te sento bengalada! Me mostre a casa! Afinal, quis se casar comigo, não é? Então já que você, seu pai e o filho da puta do meu pai armaram tudo, que aguentem! Ou melhor, você que aguente. Agora sou dona dessa casa e preciso saber onde fica tudo! - Digo fitando Nikolay que me olha bravo, então continuo. - Os cachorrinhos já comeram? Eles comem quantas vezes ao dia? - Pergunto passando os olhos em Storm e Ray.

- Eles não são "cachorrinhos"! Eles são cães fortes, cães de raça, que comem uma alimentação balanceada. - Nikolay diz e nego com a cabeça.

- Aham, aposto que os coitados nem sabem o gosto de uma carninha, eles estão magrelos, mas com o tempo eu ajeito isso. - Disso e Storm e Ray passam a cabeça na minha perna.

- Storm, Ray, Junto! - Nikolay diz e os dois nem se abalam, pois estou fazendo cafuné nos dois.

- Nikolay, não perca seu tempo, agora os dois são meus. - Falo convencida e orgulhosa.

- Seus o caralho. - Nikolay diz bravinho.

- Os dois são meus. Agora tenho dois cachorrinhos fofos, vou estragar os dois... eu vou... vou dar carninha... - Digo e Storm e Ray parecem felizes da vida.

- Garota maluca, do caralho! Onde eu estava com a cabeça, quando assinei aquelas porras de documentos? Onde? - Ele pergunta passando as mãos nos cabelos.

- No cu. Afinal, hoje em dia quem se casa desse jeito? - Falo negando com a cabeça.

- Boca suja você, não é? - Ele questiona e assinto.

- Você não sabe de nada, Nikolay. Se tivesse sofrido só 1% do que já sofri, me entenderia! Antes do coma eu era quieta, calada e vivia com medo. E sabe o que ganhei com isso? Nada. Só me fodi. Então me respeite e comece a me mostrar a casa, quanto antes eu conhecer tudo aqui, melhor vai ser. - Falo de uma vez.

Nikolay me olha bravo, pensativo e parece se dar por vencido.

Ele vem na minha direção, passa por mim e o sigo, passamos por portas duplas e chegamos na cozinha, onde vejo Marla e uma outra moça cozinhando.

- Cozinha. - Nikolay balbucia.

- Que cheiro gostoso. - Falo sentindo cheirinho de carne cozida.

- Estou fazendo carne cozida, legumes e purê. - Marla diz e assinto.

- Vai ser bom comer comida quentinha todo dia. Lá no meu pai às vezes eu descia pra comer escondida, ficava até com medo de ligar o microondas, comia comida gelada. Às vezes eu ficava com fome, tinha medo de sair do quarto e encontrar com o meu pai pela casa, se ele me visse me atacava, em dias de semana ele trabalhava e eu conseguia comer com mais facilidade. - Explico, pois quero que todos ali saibam pelo que passei, e também estou me sentindo bem em falar, é libertador.

- Eu sinto muito, Senhora. - Marla diz e assinto.

- Obrigada, Marla. Eu agora quero outra vida. Inclusive fiz aulas de culinária no colégio interno, então quero começar a cozinhar, mais especificamente comida brasileira. A comida do Brasil é bem gostosa, mas por enquanto só quero me adaptar. - Digo e pergunto o nome da moça que está mexendo uma panela, ela deve ter uns 20 e poucos anos, tem pele branca, cabelos pretos e olhos castanho, e veste um uniforme semelhante ao de Marla.

A moça se chama Hanna, e parece simpática. Olho a cozinha e tudo é muito bonito e moderno.

- Onde fica a comida dos cachorrinhos? - Pergunto olhando ao redor.

O Casamento ForçadoOnde histórias criam vida. Descubra agora