A filha do demônio - Gojo Satoru

Capítulo 47

As duas se sentaram no gramado, recostadas no tronco de uma grande arvore.

Azulla: O clã Gojo era o mais forte entre todos os outros, nossas habilidades dos seis olhos eram sem dúvidas as mais excepcionais...

Há milênios atrás, quando a magia jujutsu ainda estava em seus primórdios, haviam aqueles cujo clã era o mais poderoso. Suas características físicas só não chamavam mais atenção do que suas enormes quantidades de energia amaldiçoada que possuíam.

Mas é claro, não haveria motivo de existirem seres humanos tão poderosos, se não houvesse um inimigo à altura. As maldições. Os monstros aterrorizantes eram exorcizados, dos mais fracos aos mais fortes, os Gojo sempre venciam suas batalhas.

Eles eram orgulhosos e soberbos, e principalmente vaidosos. Enalteciam seus "olhos mágicos", como chamavam. Porém um dia, um dos bebês não nasceu dessa forma. Seus olhos eram vermelhos como sangue.

S/n: Essa era eu?

Azulla: Não, esse foi o primeiro bebê com olhos vermelhos do clã.

Os Gojo ficaram impressionados, seria aquela nova manifestação ocular significado de mais poder? Eles ficaram mais do que entusiasmados com o que aqueles novos olhos poderiam oferecer ao mundo do jujutsu.

A criança, que era um garoto, cresceu. Era extremamente habilidoso com magia, o mais forte feiticeiro do clã. Tudo estava bem, e todos viram que ele tinha muito potencial, até que ele usou sua expansão de domínio pela primeira vez. O abismo.

Alguns dos feiticeiros queriam saber como o abismo funcionava, então entraram naquele meio mágico. O garoto, no entanto, sabia que ainda tinha mais e então ele abriu um portal dentro da sua expansão de domínio. O vale das criações malditas.

S/n: Lá tem muitos monstros

Azulla: Não só isso.

Lá haviam todas as maldições já exorcizadas ao redor do mundo. Os curiosos que entraram naquele portal desapareceram, o garoto não soube controlar aquele poder e todas as maldições foram libertas novamente. O caos se instalou no mundo, os feiticeiros quase foram extintos.

Depois, decidiram sacrificar o garoto. E imediatamente, todo aquele pesadelo acabou. Todas as maldições que haviam saído de lá desapareceram. Porém os Gojo que entraram naquele portal nunca mais foram vistos.

Azulla: O clã Gojo se reestruturou com o tempo, e ao passar dos séculos a história do portador do abismo virou uma lenda. Até que você nasceu

S/n: É uma história e tanto... - Respirou fundo - Entendo porque me odiavam. Tinham medo.

Azulla: Nada do que eles fizeram a você é justificável por isso. O problema deles sempre foi não se importar com mais ninguém além deles mesmos. Se você jamais abrisse o portal, não haveria perigo algum.

S/n: E como você está aqui?

Azulla: Aquele assassino não me matou, ao invés disso,me deixou ferida o bastante para sangrar até a morte. Usei o poder dos seis olhos para adentrar o vale das criações malditas através de você. Foi um golpe nas sombras, eu não sabia o que iria acontecer. Mas o destino foi misericordioso. Na primeira vez que você o abriu, eu senti você e fiz o possível para que me sentisse também.

S/n: E o que acontece lá dentro?

Azulla: Constante agonia. Medo. Dor. Você jamais deve adentrar aquele lugar.

S/n: Ao menos toda a perseguição fez sentido.

Azulla: Seu pai e eu já estávamos vivendo um romance proibido. Não é como se as coisas estivessem boas antes de você nascer. Foi só a última gota d'água para eles.