Cap 13 - Ciúmes

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Capitulo 13

O jantar foi ótimo - disse Magnus quando Zee parou diante de seu edifício. Ele concordou plenamente, Magnus era inteligente, divertido e lindo. E se ele passava dos limites, sempre o colocava no lugar dele com delicadeza. Também era incrivelmente sensual.

Estacionou o carro junto à calçada, mas não desligou o motor. Imaginou que se girasse a chave na ignição pareceria que desejava ser convidado para entrar. E era exatamente o que desejava, é claro. Mas não queria que ele se sentisse sem jeito caso não desejasse a mesma coisa.

Não é que ele estava se tornando um bom menino?

- Parece surpreso por ter se divertido - disse Zee.

- Tenho de reconhecer que estou um pouco, sim.

Zee correu os olhos sobre ele, começando pelos joelhos, que apareciam ligeiramente nos rasgos da calça branca colada de mais para a segurança de um ômega tão lindo. Sob a tênue iluminação do painel, podia distinguir a adorável silhueta de seu corpo, seu longo e delicioso pescoço, seus lábios finos e absolutamente perfeitos. Queria beijá-lo ali mesmo, sob aquela suave luz, no assento dianteiro de seu carro de patrulha disfarçado, como se fossem dois adolescentes.

E também queria acompanhá-lo ao interior de seu apartamento. E não sair de lá até a manhã seguinte.

Obrigada - disse Magnus, lançando lhe um sorriso e estendendo a mão para abrir a porta.

-Espere.

Zee moveu-se rápido para que o ômega não tivesse tempo de pensar e tampouco ele. Segurou-lhe o rosto com as mãos e o beijou.

Alexander se materializou no pátio traseiro do apartamento de Magnus e sentiu toda a pele pinicar.

Ele estava por perto, mas as luzes de seu apartamento estavam apagadas. Seguindo um palpite, contornou o edifício, havia um sedan comum estacionado em frente dele. Magnus estava no interior do veículo.

Alexander se dirigiu até a calçada e, como se estivesse apenas passeando entre as sombras, passou ao lado do carro.

Parou de chofre. Seus olhos inúteis funcionaram suficientemente bem para lhe indicar que um sujeito o tinha entre os braços. Como se o potente desejo sexual do Alfa humano não o tivesse delatado.

Pelo amor de Deus, podia cheirar a luxúria daquele filho-da-mãe através dos vidros e do aço do sedan.

Alexander deu um passo para frente. Seu primeiro instinto foi arrancar a porta do carro e matar o desgraçado que estava colocando as mãos em cima do ômega, tirá-lo dali e rasgar-lhe a garganta. Mas, no último segundo, conteve-se e fez força para retornar à escuridão.

Filho-da-mãe. Via tudo vermelho, de tão alterado que estava. Que outro alfa estivesse beijando aqueles lábios, sentindo seu corpo sob suas mãos... Um rosnado gutural vibrou através de seu peito e saiu pela boca.

Ele é meu.

Praguejou. Em que universo paralelo estava vivendo? Ele era sua responsabilidade temporária, não seu companheiro. Podia estar com quem quisesse. Onde quisesse. Quando quisesse.

Mas, a ideia de que ele pudesse realmente gostar do que aquele cara estava fazendo, que pudesse preferir o sabor daquele beijo humano, era suficiente para fazer suas têmporas latejarem.

Bem-vindo ao maravilhoso mundo do ciúme, pensou. Pelo preço de sua entrada, ganhe também uma maldita dor de cabeça, um desejo quase irresistível de cometer um assassinato, e um complexo de inferioridade. Oba.

Como estava louco para recuperar sua vida! No segundo em que concluísse sua transição, ele partiria da cidade. E fingiria que nunca havia conhecido o filho de Asmodeus.

Zee Pruk sabia beijar. Seus lábios eram firmes, mas deliciosamente macios, sem entrar de sola, mas suficientemente enfático para lhe mostrar que estava pronto para levá-lo para cama e não brincaria em serviço.

E cheirava muito gostoso de perto, um misto de loção pós-barba e roupa recém-lavada. Colocou as mãos em torno dos ombros dele. Eram largos e fortes sob suas palmas, e seu corpo arqueava-se todo para ele. Era pura energia reprimida, e naquele instante Magnus desejou sentir-se atraído por ele. Sinceramente. Só que não conseguia sentir aquele doce arrebatamento do desespero, aquela fome selvagem que havia sentido na noite anterior com...

Que hora para pensar em outro homem!

Quando Zee se separou dele, havia certa melancolia em seus olhos.

- Não está rolando para você, não é? -Magnus deu uma risadinha, aquele era o Bonzão que conhecia, franco e direto, como sempre.

- Beija muito bem, Zee, não resta dúvida, então, não se trata de falta de técnica.

Ele retornou ao seu lugar e sacudiu a cabeça.

- Muito obrigado por isso.

Mas não parecia terrivelmente ferido, e pensando melhor naquilo tudo, estava contente por não ter havido faíscas da parte de magnus, se tivesse gostado dele, se tivesse querido ficar com ele, acabaria magoado, tinha certeza disso. Em dez anos, se durasse tanto, ele teria sucumbido ao estresse, ao horror e à tristeza que seu trabalho acarretava. Aquilo já começara a devorá-lo vivo. A cada ano a ferida se aprofundava mais, e ninguém, ninguém conseguiria salvá-lo.

-Não precisa exagerar, Bane. - disse ele, – Já é bastante ruim saber que não deixo você ligado, mas esse ar de compaixão em seu rosto me tira do sério.

- Sinto muito – Magnus sorriu para ele.

- Posso lhe fazer uma pergunta?

- Claro.

-Qual é a sua em relação aos Alfas? Você... você gosta deles? Quer dizer, de nós, os Alfas?

Magnus riu, pensando no que havia feito na noite anterior com aquele estranho. O questionamento sobre sua inclinação sexual já fora respondido categoricamente.

- Sim, curto Alfas.

- Alguém machucou você? Sabe, no sentido de magoá-lo?

Magnus negou com a cabeça.

- É algo que prefiro manter em segredo.

Ele baixou a vista para o volante, percorrendo a circunferência com a mão.

– Definitivamente, é uma pena. Porque você é maravilhoso, sério - pigarreou, como se estivesse se sentindo desconfortável. Um sentimental. Quem diria, no fundo, Bonzão não passava de um sentimental.

Num impulso, Magnus inclinou-se e beijou-o na bochecha. - Você também é fantástico.

- Tá, sei - lançou-lhe seu característico sorriso zombeteiro, -agora, trate de entrar, é tarde.

Zee observou-o contornar o carro, passando diante dos faróis acesos. O quadris balançado com as passadas sensuais que ele tinha certeza que eram involuntários, era realmente maravilhoso, pensou. Um ômega e tanto.

E, cara, era lógico que ele conhecia a sina dele. Aquele olhar tris agora há pouco significava que sabia que estava fadado a uma morte precoce. De modo que era até bom que não houvesse química da parte dele. Do contrário, poderia tentar fazê-lo se apaixonar por ele só para não ficar sozinho naquele inferno.

Moveu a alavanca de marchas, mas manteve o pé no freio, Magnus subia a escada até o vestíbulo. Estava com a mão na porta e acenava para ele, quando algo se moveu entre as sombras ao lado do edifício.

Desligou o veículo rapidamente.

Havia um homem vestido de negro dirigindo-se ao pátio traseiro.

Zee saiu do carro e correu para lá silenciosamente.


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Anjo Sombrio (MALEC)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin