Cap 48 - A Rainha

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CAPÍTULO 48

 Sr. X pisou fundo no acelerador da minivan. Não podia acreditar. Simplesmente, não podia acreditar. Tinha a rainha. Havia raptado a rainha. O estranho é que a Rainha dos vampiros era um omega macho, mas na cultura deles, a Rainha seria o Omega que traria ao mundo o erdeiro do Rei, não importava se era macho ou femea, mesmo sabendo disso, o Sr. X ficou surpreso ao encontrar o belo omega macho que o Rei cego havia escolhido para procriar.

Era uma oportunidade única para um redutor. E acontecera de uma forma tão natural, como se fosse mesmo para acontecer. Quando se aproximara da casa, tinha em mente apenas uma missão de reconhecimento. Parecera-lhe muita coincidência que o endereço que o vampiro lhe dera na noite anterior no beco fosse o mesmo do guerreiro que ele explodira. Afinal de contas, o que faria o Rei Cego na mansão de um guerreiro morto? Caso fosse uma armadilha, o Sr. X se armara até os dentes e havia ido à casa de Asmodeus antes do anoitecer.

 Queria inspecionar o exterior do edifício, ver se alguma das janelas do andar superior estava protegida da luz do sol e checar os veículos na entrada. Entáo, vira um omega moreno na cozinha, com o Rubi Saturnino no dedo. O anel da rainha.

O Sr. X ainda não havia conseguido entender por que a luz do dia não fazia mal a ele. A menos que fosse meio humano. Mas, quais seriam as chances disso? Em todo caso, ele não havia hesitado. Apesar de não ter planejado entrar na casa, arrombara a porta, mostrando-se surpreso e agradecido que o sistema de segurança não soasse.  O omega pusera-se a correr, mas não  suficientemente rápido. E os dardos funcionaram com eficiência, agora que havia conseguido ajustar a dose adecuada. 

Virou-se para olhar a parte traseira. Ele continuava adormecido no chão da minivan,  Aquela noite iria ser longa. Não tỉnha a menor düvida de que seu Alfa iria procurá-lo. como, certamente, o sangue do Rei Cego corria em suas veias, ele poderia encontrá-lo em qualquer lugar para onde o levasse.

Gracas a Deus, ainda era dia e tinha tempo para proteger seu celeiro. Esteve tentado a chamar reforços. Embora confiasse em sua capacidade, sabia do que o Rei Cego era capaz de destruir a propriedade por completo, arrasando a casa e o celeiro e tudo o que havia neles, era o mínimo que faria.

O problema era que se o Sr. X convocasse os outros membros, estaria expondo a sua vulnerabilidade. Além disso, contava com seu novo recruta. Não, faria aquilo sem testemunhas indesejadas, ansiosos de receber medalhas. Qualquer ser que respirasse podia ser eliminado, até aquele temível guerreiro. 

E o Sr. X estava disposto a apostar que, com aquele omega em jogo, contava com uma grande vantagem. Indubitavelmente, o rei se entregaria para proteger a sua rainha. O Sr. X riu baixo. O Sr. iria ter uma noite de estreia infernal.


Zee saiu do quarto de Alexander e correu até o quarto de hóspedes onde Mile e ele haviam dormido na noite anterior. 

Mile andava de um lado para o outro, preso no segundo andar por que não podia chegar ao piso inferior sem passar pela luz. Afinal de Contas, aquela mansão fora projetada para ser usada como residência particular, não como quartel general.  E essa questão representava um grave problema em emergências desse tipo. 

-O que está acontecendo? - perguntou Mile. 

- Seu chefe, Alexander, encontra-se em um estado terrível, mas chamou-me para contar algo sobre o sujeito do Hummer que conheceram ontem a noite. Esse loiro está me parecendo o instrutor que fui interrogar há alguns dias em uma academia de artes marciais. Vou para lá agora. -Zee pegou as chaves de seu carro.

- Leve isso, cara – Mile lançou algo no ar. O detetive pegou a pistola com um movimento rápido. Checou-a.. A Beretta estava carregada, mas não pôde reconhecer aquela munição.

- Que espécie de balas são essas? -eram negras, transparentes na ponta, e brilhavam como se tivessem óleo dentro.

-Não está indo atrás de um humano, detetive. Se um desses redutores o atacar, dispare no peito, entendeu? Não vá ser idiota de atirar em qualquer outra região, mesmo em plena luz do dia. Mire bem no peito. 

Zee olhou para cima. Sabia que se aceitasse aquela arma estaria cruzando uma linha desconhecida. Passaria para outro lado do mundo e não poderia voltar atrás.

- Como os reconhecerei, Mile? 

- Exalam um cheiro adocicado, como talco de bebês, e o atravessam com os olhos, olhando-o diretamente na alma. Costumam ter o cabelo, os olhos e a pele claros, embora nem sempre sejam assim. 

Zee colocou a semiautomática no cinto, deixando para trás, com aquele gesto, a sua antiga vida, para sempre. Era estranho, não fora tão difícil tomar essa decisão.

-Tudo claro, tira? - Mile lhe deu um tapinha no braço.

- Sim. 

Quando Zee se dirigia à porta, Mile disse algo no antigo idioma.

-O quê?- perguntou Zee.

- Trate de mirar bem, beleza?

- Até agora nunca falhei.


------------CONTINUA------------

Anjo Sombrio (MALEC)Where stories live. Discover now