Cap 25 - Felicidade, não seria.

40 7 0
                                    


CAPÍTULO 25

Magnus não pôde acreditar quando viu Alexander se afastar como se não desse a mínima se ele jantasse ou não com ele.

Se ele próprio não estivesse ainda refletindo sobre a conveniência daquele encontro, teria se sentido totalmente insultado. Ele o tinha convidado para jantar. Então, por que se mostrara tão contrariado por ele ter aparecido? Ficou tentado a dar meia-volta e ir embora.

Contudo, seguiu-o até a sala de jantar, porque lhe pareceu que não tinha escolha. Havia tantas coisas que queria saber, coisas que só ele poderia lhe explicar.

Mas se tivesse outra forma de obter a informação que precisava perguntando a qualquer outra pessoa, era o que faria.

Enquanto ele caminhava à sua frente, concentrou-se na nuca dele, tentando ignorar suas enérgicas passadas. Mas não conseguiu. Ele caminhava de forma soberba. A cada passo, seus ombros se movimentavam sob o elegante paletó, contrabalançando o impulso das pernas. Enquanto seus braços se balançavam, Magnus sabia que suas coxas se contraíam e relaxavam. Imaginou-o nu, com os músculos flexionando-se sob sua pele.

A voz de Zee ressoava em sua cabeça: um homem como aquele leva assassinato nas veias. Faz parte de sua natureza. No entanto, na noite anterior, Alexander lhe havia pedido que partisse quando considerou que representava perigo para ele.

Disse a si mesmo que tinha de desistir de tentar conciliar todas aquelas contradições. Era inútil tentar descobrir respostas na base do exercício mental. Precisava seguir seu instinto, e ele lhe dizia que Alexander era o único que podia lhe ajudar.

Ao entrar na sala de jantar, a formosa mesa posta para eles foi uma agradável surpresa. No centro, um arranjo de narcisos e orquídeas. Velas altas. E porcelana e prata reluzentes.

Alexander aproximou-se e puxou uma cadeira, esperando que ele se sentasse.

Deus, estava fantástico com aquele terno. O colarinho desabotoado deixava entrever seu pescoço, e a seda negra fazia com que sua pele branca parecesse brilhar. Era uma pena que estivesse de mau humor. Sua cara fechada casava perfeitamente com seu estado de espírito, e o cabelo penteado para trás ressaltava a agressividade de seu queixo.

Alguma coisa o deixara daquele jeito. Algo muito sério. O tipo de homem ideal para um encontro, pensou Magnus. gigantesco e temperamental.

Aproximou-se com cautela. Quando puxou a cadeira para ele, podia jurar que ele se inclinara e inalou profundamente o perfume de seu cabelo.

- Por que demorou tanto? perguntou ele, sentando-se à cabeceira da mesa. Ao não obter resposta, arqueou uma sobrancelha, que sobressaiu por cima dos óculos escuros.

- Foi preciso que Fritz o convencesse a vir?

Para não ficar com as mãos ociosas, Magnus pegou o guardanapo e o desdobrou no colo.

- Não foi nada disso.

- Então, o que aconteceu?

- Zee nos seguiu. Tivemos que esperar até que conseguimos despistá-lo.

Pareceu-lhe que o ar ao redor de Alexander escureceu, como se sua raiva absorvesse toda a luz em volta dele.

Fritz entrou com dois pequenos pratos de salada. Depositou-os sobre a mesa.

- Vinho?-perguntou.

Alexander assentiu com a cabeça. Depois que o mordomo terminou de servir o vinho e saiu, Magnus pegou um pesado garfo de prata, obrigando-se a comer.

Anjo Sombrio (MALEC)Where stories live. Discover now