Cap 33 - Uma prece esquecida

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CAPÍTULO 33

Alexander estava começando a se desesperar porque não conseguia que Magnus voltasse a si.

E sua pele esfriava mais a cada instante. Sacudiu-o de novo.

- Mag! Mag! Está me ouvindo?

As mãos dele se contorceram, mas teve o pressentimento de que os espasmos eram involuntários. Aproximou o ouvido de sua boca. Ainda respirava, mas com muita dificuldade e debilmente.

- Droga! - descobriu os pulsos e estava a ponto de perfurá-los com as próprias presas quando se deu conta de que queria sustentá-lo se pudesse beber. Quando pudesse beber. Tirou o coldre, puxou uma adaga e arrancou a camisa. Apalpou o próprio pescoço até que encontrou a jugular. Espetando a ponta da faca na pele, fez um corte. O sangue jorrou em profusão.

Umedeceu a ponta de um dedo e o levou aos lábios dele. Quando o deixou pingar em sua boca, a língua permaneceu inerte.

- Magnus - sussurrou – Volte para mim.

Deu-lhe mais sangue.

-Droga, não morra! - as velas flamejaram por todo o quarto. - Eu amo você, caramba! Droga, não se entregue!

Sua pele estava começando a ficar azul; até ele conseguia enxergar a mudança de cor.

Uma oração frenética, que acreditava ter esquecido há tempos, saiu de seus lábios, pronunciada no antigo idioma.

Magnus permanecia imóvel. Estava muito quieto. Ele desfalecia.

Alexander gritou furioso e agarrou o corpo dele, sacudindo-o até descabelá-lo.

- Magnus! Não deixarei que morra! Irei atrás de você... Interrompeu-se com um gemido, apertando-o contra o peito. Enquanto embalava seu corpo, seus olhos quase cegos se fixaram na parede negra diante dele.

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Nunew se vestiu com esmero, decidido a descer para a primeira refeição da noite com o melhor aspecto possível. Depois de analisar seu guarda-roupa, escolheu um vestido longo de chiffon creme.

Comprara-o da coleção Givenchy anterior, mas ainda não o tinha estreado. O corpete era justo e um pouco mais generoso do que de costume, embora a cintura alta assegurasse um efeito geral relativamente recatado.

Escovou os longos cabelos, deixando-os cair soltos por trás dos ombros. Estavam tão longos agora, que lhe chegavam quase aos quadris. Era um dos ômegas machos mais belos e delicado da sociedade.

A visão deles trouxe Alexander à sua mente. Uma vez ele havia elogiado a maciez deles; por isso, deixara-os crescer acreditando que quanto maiores estivessem, mais ele teria para apreciar. E que, por tabela, ele própria o agradaria mais.

Agora, talvez devesse cortar suas longas madeixas. Livrar-se delas. Sua ira, que havia arrefecido, acendeu-se de novo.

De repente, Nunew tomou uma decisão. Já não guardaria nada para si. Estava na hora de pôr tudo para fora. Mas, então, pensou na imponente envergadura de Alexander: suas feições frias e duras; sua aterradora presença. Pensava, de fato, que pudesse enfrentá-lo?

Se não tentasse, jamais saberia. E não ia deixá-lo avançar alegremente para o incerto futuro que o aguardava sem lhe dizer o que pensava.

Consultou o relógio Tiffany. Se não descesse para jantar e depois ajudasse na clínica, como havia prometido, Havers suspeitaria. Era melhor esperar até mais tarde para procurar Alexander Sabia que estava na casa de Asmodeus.

Anjo Sombrio (MALEC)Where stories live. Discover now