Capítulo 14

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Encaro o espelho, parece idiotice ou uma atitude infantil, mas não quero olhar para ele

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Encaro o espelho, parece idiotice ou uma atitude infantil, mas não quero olhar para ele.

— O que veio fazer aqui, Ferraz? — Ele pergunta no mesmo momento que o pergunto "Quanto você ouviu da minha conversa, Byrne?", ele gargalha. — O bastante para ouvir que me acha bonito e um bom piloto.

— Isso é indiscutível. — Afirmo e ele ergue as sobrancelhas, surpreso. — A questão de ser um bom piloto, digo.

Liam deu um sorriso, mostrando que sabe o que tentei omitir.

— Então quer dizer que ouviu quando te chamei de arrogante também, certo? — Indago com um sorriso e cometo o erro de fitá-lo pelo espelho.

— Assim como ouvi que você disse que nunca conversamos, quando sabe muito bem que trocamos bem mais que algumas palavras. — Diz e reparo que ele está com um terno impecável preto contrastando com os tons acobreados do seus cabelos curtos.

— Você só usa terno? — Pergunto sem conseguir me conter.

— Para eventos especiais, sim. — O canto esquerdo do lábio dele se ergue um pouquinho. — Anda reparando em mim, Ferraz?

— Nos seus sonhos, Byrne. — Ele suspira, como se seus sonhos estivessem infectados pela mesma coisa que os meus.

Olho e vejo que para o visor do elevador e vejo que estamos chegando na garagem, inconscientemente aperto o botão para pará-lo.

Liam levanta uma das sobrancelhas, esperando a justificativa de minhas ações.

— Você precisa esclarecer umas coisas primeiro. — Falo. — Você sabe o trabalhão que me deu ao chamar meu irmão de irresponsável, imaturo e que tentou apagar o espírito natalino do mundo todo?

A boca dele expõe um sorriso zombeteiro.

— Essas palavras nunca saíram da minha boca. — Fala baixinho.

— Eu conheço esse seu joguinho, você não diz, mas usa todo esse charme e postura de "príncipe dos circuitos" — Falo mostrando meu desprezo pelo o apelido que o mundo todo escolheu para ele. — Para impor sua opinião sobre os outros.

— Como impor uma opinião sem falar nada? — Ele chega mais perto de mim. — Por que tenho certeza, senhorita Ferraz, que não chamei seu irmão de irresponsável, nem de imaturo e nem mesmo que ele tentou apagar o espírito de natal.

— Certo, Byrne, você não falou. Mas todo o discurso que fez, cada palavra que usou, sei que você pensou muito bem nelas. — Comento. — E mesmo sem precisar expressar audivelmente, conseguiu convencer a qualquer um que assistisse a entrevista do Daily Dublin pensar exatamente o que eu disse.

— Nossa, eu devo ser muito inteligente então. — Ele não admite, mas o semblante dele me diz tudo o que eu preciso saber, estou certa. Usou um discursinho para manipular a mente de todos.

Príncipe dos CircuitosWhere stories live. Discover now