❛ capítulo sete: perdas e promessas ❜

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PENTOS 📍
120 D.C

O tempo passou rapidamente, e Visenya, com treze dias a mais de seu nome, refletia sobre a efemeridade da vida. Contudo, sua atenção foi abruptamente desviada por gritos angustiantes vindos dos corredores do castelo. Sua madrasta, Laena, estava em trabalho de parto, sofrendo há duas noites. Ao chegar aos aposentos, encontrou suas irmãs, Baela e Rhaena, em agonia. Abraçou-as, ansiosa por notícias.

⸻ Alguma novidade? O bebê virou? ⸻ perguntou com apreensão.

⸻ Não, nenhuma notícia ⸻ Rhaena respondeu com tristeza.

⸻ Laena é forte, vai superar isso! ⸻ tentou acalmar Visenya.

⸻ E se não sair?... Já se passaram duas noites inteiras, e o bebê não virou. E se minha mãe...

⸻ Não ouse dizer isso, nunca mais! ⸻ interrompeu Visenya, unindo as mãos com as da irmã ⸻ Vai ficar tudo bem, você verá.

Horas se passaram até que a notícia chegasse. O silêncio pesado aumentava a ansiedade das três. Quando Daemon saiu do quarto, suas filhas viram a tristeza em seu rosto. Correram para dentro, e Visenya, ao entrar, ficou paralisada. Os olhos de Laena estavam fechados, não havia vida neles. O quarto estava repleto de um silêncio que ecoava a tragédia iminente. O coração de Visenya estava apertado, mesmo enquanto tentava confortar suas irmãs, ela sentia a dor do luto se aproximando novamente em sua vida.

Laena Velaryon, a amada madrasta de Visenya, jazia sem vida na cama de dossel, os tecidos outrora brancos tingidos de vermelho. O corpo suado e os lábios pálidos indicavam a trágica perda. Visenya, com o coração despedaçado, tocou seu peito, sentindo a dor da perda de mais alguém querido.

A morte de Laena resultou de complicações no parto, uma febre puerperal. Segundo as criadas, ela expressara o desejo de ser queimada como uma Targaryen por Vhagar e jogada ao mar como uma Velaryon.

Em um estado de choque, Visenya mal ouviu as palavras ao seu redor. Zumbidos preenchiam seus ouvidos, uma dor de cabeça intensa a dominava, e seus pés a conduziram instintivamente para fora do quarto. Apoiada na parede, tentou se manter em pé.

Mesmo com lágrimas nos olhos, reuniu forças para procurar Daemon pelo castelo de pedra. Quando estava prestes a desistir, o encontrou de joelhos na areia, usando a Irmã Sombria como bengala. Visenya, pela primeira vez, sentiu compaixão por seu progenitor. Colocou a mão em seu ombro para consolá-lo, mas ele, sendo o príncipe rebelde que era, saiu sem dizer uma palavra. Visenya compreendeu o peso de sua dor.

Sentando-se no chão, abraçou os joelhos com força, permitindo-se chorar e engolir o nó imenso em sua garganta. A tristeza envolvia o castelo, deixando Visenya e Daemon, cada um à sua maneira, a lidar com a perda que os unia naquele momento sombrio.

O amanhecer iluminou Pentos, e uma caravana se formou para levar Laena de volta a Derivamarca. Vestida de preto, Visenya, descontente com a cor que simbolizava luto, participou do funeral da madrasta, reunindo a Casa Targaryen e Velaryon.

⸻ Estamos aqui, reunidos na Sede do Mar ⸻ Vaemond começou seu discurso ⸻ Para entregar Lady Laena da Casa Velaryon às águas eternas do domínio do rei bacalhau. Onde ele a guardará por todos os dias que virão, conforme adentra o mar para a sua última viagem, Lady Laena deixa duas filhas legítimas na costa ⸻ Olhou para Visenya com rancor, evidenciando seu desprezo por não ser legítima ⸻ Embora... a mãe não irá retornar dessa viagem, no entanto, elas irão permanecer juntas e unidas pelo sangue. O verdadeiro sangue, o sal corre pelas veias dos Velaryon, pelo grosso sangue, pelo verdadeiro que nunca se diluirá.

𝐜𝐡𝐚𝐦𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐬𝐚𝐧𝐠𝐮𝐞 || house of the dragon ✓Where stories live. Discover now