❛ capítulo treze: visões reveladas ❜

833 71 4
                                    

GRITOS ECOAVAM PELOS CORREDORES, permeando a atmosfera com angústia. O príncipe rebelde, despertando abruptamente, já antecipava o que se desenrolava. Vestiu-se com seu manto e dirigiu-se, em passos apressados, na direção dos agônicos sons. Intuição o guiava até os aposentos de sua primogênita.

Ao abrir a porta com determinação, deparou-se com um cenário caótico. A cama desarrumada, cobertas e travesseiros espalhados pelo chão. Sua filha, enredada num pesadelo palpável, mãos cravadas no colchão. Daemon, agarrando-a pelos ombros, buscava despertá-la com urgência.

A esposa, alarmada, ingressou no quarto, testemunhando a aflição da enteada. Visenya, olhos agora completamente brancos, debatia-se num transe perturbador. Um tapa ressoou, despertando-a bruscamente. Saltando dos braços do príncipe, lágrimas deslizaram por seu rosto pálido e suado. Olhando para as mãos ensanguentadas, para o espectador externo, nada parecia fora do comum. Tremendo e com a garganta apertada, Visenya rastejou até a parede, desabando em lágrimas desesperadas.

Entre palavras desconexas, suas unhas encontraram a própria pele, o sangue fluindo e tingindo o piso de madeira.

⸻ Daemon... ⸻ O platinado permanecia imóvel, atônito diante do impacto do que testemunhara. Rhaenyra segurou seu braço, puxando-o para o lado ⸻ O que aconteceu, meu amor?

⸻ Nyra, por favor... deixe-me a sós com ela ⸻ Ele assentiu, segurando o rosto da esposa com ambas as mãos ⸻ Prometo explicar tudo depois, está bem?

⸻ Está bem, me chame se precisar de ajuda.

Ao ver seus filhos à porta, Rhaenyra arregalou os olhos, delicadamente os empurrou para fora e fechou a porta, deixando-os sozinhos para conversar. Visenya fixava o olhar em algum ponto do quarto, lágrimas riscando lentamente suas bochechas.

Um dragão, fogo, morte, gritos, caos! ⸻ Ela repetia em valiriano ⸻ Um dragão, fogo, morte, gritos, caos...

⸻ Visenya?

Sobressaltada com a menção de seu nome, ela se encolheu, como se finalmente retornasse à realidade.

⸻ Sou eu, Daemon, seu pai! Estou aqui, meu amor.

⸻ Pai, papai ⸻ Seus braços se abriram e ela se arrastou até o pescoço dele, abraçando-o com força, enquanto lágrimas continuavam a rolar ⸻ Me perdoe, eu não queria... por favor, me perdoe!

⸻ Shhh, está tudo bem, vai ficar tudo bem, princesinha! ⸻ Daemon dizia calmamente, acariciando as mechas negras dela.

Algum tempo depois, Daemon a conduziu até a cama, onde ela se deitou em seu peitoral, com o olhar ainda vago, mas agora mais sereno. O homem fazia carinho em seus cabelos e cantava suavemente em Valiriano. A porta foi aberta com cuidado por Aurora, trazendo um copo de água, seguindo as instruções de sua madrasta. Daemon agradeceu e ajudou a garota a beber cada gota devagar.

⸻ Beba tudo, querida ⸻ Ela consumiu a água tranquilamente, e após isso, Aurora saiu do quarto, proporcionando privacidade para eles ⸻ Foram visões, não foram?

⸻ Como?

⸻ Miranda tinha visões semelhantes antes de manifestar seus dons mais poderosos. Noites turbulentas, gritos agonizantes e arrebatadores ⸻ Ele apertou suavemente as mãos dela ⸻ Jogava objetos mesmo dormindo, e eu ficava apreensivo, sem saber como lidar... mas eu a ajudava da melhor maneira possível. Diga-me, desde quando você tem essas visões?

⸻ Não faz muito tempo, desde a partida dela ⸻ Ela carregava lágrimas nos olhos ⸻ Estou com medo, não sei como controlar isso, sinto medo...

⸻ Vamos resolver isso juntos, você nunca estará sozinha novamente. Eu prometo, minha querida!

𝐜𝐡𝐚𝐦𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐬𝐚𝐧𝐠𝐮𝐞 || house of the dragon ✓Where stories live. Discover now