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001. Traição

trajˈsɐ̃w̃

1.Crime de quem deserta para o inimigo ou passa informações para outro país.

2.Infidelidade conjugal.

3.Deslealdade para com um amigo ou pessoa com quem se tem um laço de solidariedade ou outro tipo de compromisso.

Se eu pudesse fazer um milkshake com sabor da traição, ele viria com leite, veneno, limão e o cuspe de um velho barbudo que não escova os dentes à dias

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Se eu pudesse fazer um milkshake com sabor da traição, ele viria com leite, veneno, limão e o cuspe de um velho barbudo que não escova os dentes à dias.

"Quinni?" Sue tenta, ela graciosamente tenta chamar de volta a minha atenção com a voz doce. Normalmente seria como tomar um calmante antes de ir dormir, mas não funciona. Não dessa vez.

"Quinni..." É a vez de Mau. Tediosa. Bufante. Aquele tipo de voz arrastada e desinteressada de quem não tem muita paciência.

Odeio essas duas vozes a partir de hoje. Quer dizer, eu já odiava a de Mau, mas agora odeio as duas. Poderia acrescentá-las ao milkshake e ele ficaria ainda pior. Desceria rasgando, queimando a minha garganta até eu me dar conta que sim, ainda estou viva. A traição não me matou. Ainda não.

"É..." Eu também tento, mas fico pensando um pouco mais até conseguir formular uma frase. Abro a boca e a fecho novamente. Um som tipo hamm escapa em todas as vezes em que faço isso. Hamm... "O quê!?"

Atraio olhares significativos na lanchonete.

"Não precisa gritar." Sue diz.

"Não tô gritando!" Digo, gritando.

Vincent aparece de supetão na nossa mesa, o avental rosa de lado em um laço grande demais no quadril como se fosse assim que ele deveria ser usado. Ele pega o bloco de notas dos bolsos do avental e sorri de forma forçada. "Queridinhas, se vão tomar o tempo da minha querida Quinni aqui..." Não sou nenhum pouco querida por ele. Vincent me odeia assim como odeia todo mundo. "...pelo menos peçam alguma coisa."

"Um café." Mau responde sem dar muita importância.

"Um hambúrguer." Sue olha para Mau ao seu lado no estofado como se dissesse para ela pedir um também, balançando os fios rosas do cabelo. Mais uma tinta e minha amiga aqui fica careca.

"Vou ficar com o café."

Vincent anota, erguendo as sobrancelhas na minha direção.

"Eu trabalho aqui, nunca comeria nesse lugar." Respondo, vendo-o morder o interior da bochecha em espera. "Uma água."

"Vai ser da água dos pratos." Ele nos dá as costas.

"Ótimo!" Respiro fundo, negando com toda a minha falta de espírito em equipe. "Bom, eu vou ao banheiro."

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