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027. Traição

1. Quebra de fidelidade prometida e empenhada por meio de ato pérfido, aleivosia, deslealdade, perfídia.


Parece que passei os últimos meses trancafiada dentro do meu cérebro, nadando em uma piscina de merda quente indo na direção de uma borda que nunca chegava.

A realidade é que se passarem dez minutos entre a pergunta do milhão e a porta da casa de Vincent. Sinto que passou muito tempo, mas é apenas a minha cabeça gritando o meu nome sem parar e outras frases que não consigo entender. É como se meu cérebro tivesse aprendido Linear A. Eu não entendo, ninguém entende.

"Esse bairro é meio esquisito..." Noelle mantém a bolsa de marca pressionada em baixo do braço, olhando para os lados em busca de suspeitos.

Olhando para ela agora, nem sei o motivo de termos feito essa amizade meio superficial e mal desenvolvida. Se tivéssemos mais tempo, mais capítulos, eu super sentaria em uma mesa cheia de batatas fritas e perguntaria se seus pais são bons com ela.

Em busca da verdade! Em busca da verdade! Em busca da verdade!

A porta é aberta e Vincent mostra uma expressão de deboche inconfundível.

Ele inclina levemente a cabeça, "E volta o cão arrependido..."

Se a distância entre nós dois fosse maior eu correria como naqueles filmes bregas de romance, mesmo que o que temos não seja nenhum pouco romântico apesar de haver um romance esquisito exalando entre nós dois.

Dou um passo para frente, abrindo sugestivamente os braços quando ele põe um dedo na minha testa, usando sua força para me afastar, "Não me abraça."

Me contenho, "Ok."

Vincent cruza os braços quando dá uma conferida em Noelle, "Sei porque está aqui e não. Não gosto que traga gente branca para a minha casa, tem coisas de valor aqui."

"Había olvidado lo mierda que puedes ser." Noelle nega com a cabeça.

"Arriba, vamos falar sua língua agora!" Ele rebate.

"Você nem sabe o que isso quer dizer!" Ela não esquece de olhar para os lados e espremer a bolsa.

"Podem parar?" Exclamo. "A nossa missão é muito mais importante do que essa briga idiota."

"Ela usa calça na praia!"

"Vincent." Faço um movimento com as mãos para que ele se cale, passando pela porta e me acomodando em uma das cadeiras da mesa com Noelle em meu encalço.

"Significa vadia, eu fiz espanhol no ensino médio..." Ouço-o murmurar.

"Por que assumiu a culpa pela gravação do vídeo naquela noite!?" Falo alto demais.

Ele riu ao dar de ombros, "Você gosta de drama, então foi isso que eu te dei."

"Não!" Noelle intervém. "Aquilo foi desnecessário."

"Concordo." Pontuo.

"Ok, garotas unidas." Ele começa a limpar a mesa, arrumando o que eu sei ser o conjunto de louça de Mary. "Tudo naquela situação criada por Vicky apontava para mim. Seria um desperdício de tempo tentar te convencer do contrário, iria acabar em briga, sempre acaba em briga. E também tinha um cara muito gostoso me esperando perto da piscina, então..."

"Eu pensei coisas horríveis de você!" Digo, a irritação me deixa com uma dor de cabeça impossível de ignorar.

"Eu não me importo com o que as pessoas pensam sobre mim."

Procura-se uma Namorada!Where stories live. Discover now