Quando o destino decide não facilitar a vida de Quinni Clark, ele vai fundo em cumprir esse objetivo. A garota em plena pressão acadêmica, a proximidade das férias de inverno juntamente com o casamento da mãe e as mentiras das duas melhores amigas...
1. Partícula negativa oposta a negativa sim. 2. De modo algum. 3. Negativamente.
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Mesmo após ter sido atropelada por um avião de carga, levanto.
Desço os degraus da escada estreita e me jogo na primeira cadeira que vejo. Bocejo, em uma tentativa inútil de me livrar do sono. Vincent me trouxe para sua casa mais cedo, me deu roupas confortáveis e uma cama para dormir.
Olho para o lado, me assustando quando vejo dois olhos azuis gigantes olhando para mim. É uma criança.
"Vincent?" Chamo. "Tem uma criança olhando para mim."
Vincent sai de algum lugar, brota da cerâmica ou sei lá o quê, colocando um prato em formato de urso na mesa, na frente da criança que não deve ter nem três anos.
"Essa é Mary." Ele diz.
"Sua...?"
"Irmã."
"Oh... ok. Oi, Mary." Aceno para a garotinha, mas ela está ocupada devorando as frutas com as próprias mãos. "Não sabia que você tinha uma irmã."
"É, nem eu. Às vezes eu tento esquecer da existência dela, aí ela chora, e eu me lembro." Ele dá de ombros, pegando um pedaço da uva que ela deixou pular para fora do prato.
"Sua mãe?" Pareço intrometida? Talvez um pouco. Mas eu não conheço muito do meu colega de trabalho, apenas que ele é ruim, como um único traço de personalidade. Saber que ele tem uma irmãzinha fofa chamada Mary o aproxima de algo relacionado a humano. "Onde ela está?"
"Aqui. No vizinho. Em Los Angeles tentando uma carreira de atriz pornô. Do outro lado do país metida em alguma confusão." Seus ombros voltam a subir, ele não parece afetado ao mesmo tempo que parece estar extremamente afetado. "Eu não sei. Mas espero que não volte. Ela sempre volta para dizer que é mãe da Mary, mas ela só pariu essa menina, nada além disso."
"Eu sinto muito." Digo, e estou falando a verdade.
"Tanto faz. Não me importo mais."
"E são apenas vocês dois?"
"Amanheceu curiosa hoje?" Uma de suas sobrancelhas se ergue ao se estreitar até a cozinha, arrumando a bagunça ali.
A casa é pequena. Um sofá estreito atrás de mim, a mesa de jantar e logo uma cozinha pequena com móveis antigos. Mais adiante há uma sala, e o andar de cima só tem dois quartos e um banheiro. Eu não sei o motivo de ter decorado isso. Tem alguma coisa haver com ambientação...
"Sim, Quinizinha." Vincent responde à contragosto. "Ela fica com a vizinha enquanto estou trabalhando e farreando. Come quinhentas vezes por dia e ainda me faz gastar dinheiro com fraldas. E o almoço hoje é peixe. Mais alguma coisa?"
