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003. Surpresa

surˈprezɐ

1. Fato ou coisa que surpreende, que causa admiração ou espanto.

2. Fato inesperado, repentino, não anunciado previamente; imprevisto.

 Fato inesperado, repentino, não anunciado previamente; imprevisto

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O primeiro dia de aula na faculdade não foi como eu esperava. Não escrevi uma carta para o meu eu do futuro e não contei sobre como foi as minhas férias. Sei que não fiz nada além de começar a trabalhar e ficar em casa acompanhada de um balde de sorvete, mas ainda sim não foi como eu estava esperando. Foi como ir para a minha aula favorita no ensino médio e não precisar passar por uma hora de álgebra.

Abro a porta de casa, deixando o ar de um frio ameno da primavera ser substituído por uma temperatura mais quentinha. Deixo minha bolsa e jaqueta no sofá e Andrew, meu pai, está em pé rente a mesa da cozinha.

"Surpresa!" Ele diz, depois soprando um apito de papel que desenrola quando solta o ar. Há um bolo pequeno na mesa com algo escrito.

Me aproximo, o abraço de lado tentando entender o que está escrito, "Isso é árabe?"

"Ei, está em inglês!" Se defende, me apertando contra o seu corpo tão forte que acaba se tornando difícil de respirar.

"Se você diz." Dou de ombros, sorrindo para o bolo quando me sento na cadeira. "Hoje não é o meu aniversário."

Ele me acompanha, "É o seu primeiro dia de aula, quis fazer algo para comemorar. Sempre quis que a minha filha fizesse história, desse aulas em uma escola e fosse mal remunerada."

Dois tapinhas na minha mão, "Reconfortante, pai, valeu. Sei que você queria que eu fizesse medicina."

Ele começa a partir o bolo, colocando em dois pratos pedaços generosos, "Todos os pais querem, mas não quero me tornar a Kally do fim da rua que vive se gabando do filho fisioterapeuta. Ele nem é médico de verdade."

"Já falei pra não ir mais no clube do livro do bairro, você fica entediado." Pego o meu prato e um garfo. O bolo é de chocolate. "E a Kally passa mais tempo falando do filho do que do livro."

"É legal viver da herança do meu pai, mas não fazer nada me deixa entediado." Ele começa a comer o seu pedaço também.

"E aquele romance que você estava escrevendo?"

"Sobre a lady e o guarda-caça? Não, não, era uma porcaria."

"Pelo menos você pode fazer bolos, esse aqui tá muito bom."

"Ah, eu comprei esse em uma padaria." Murcho na cadeira. "Era pra uma tal de Jude, mas cá estamos nós."

Ele tentou gentilmente mudar um pouco as palavras escritas. Antes: feliz aniversário, Jude! Agora: feliz (um borrão ainda mais incompreensível) aulsário Quinnde!

Procura-se uma Namorada!Where stories live. Discover now