𝗕𝗢𝗥𝗡 𝗧𝗢 𝗗𝗜𝗘 | 𝘾𝙃𝙄𝙎𝙃𝙄𝙔𝘼.

❛𝒊𝒊𝒊 iris.

𝟬𝟬𝟯 ┊ ꒰ 𝚋𝚘𝚛𝚗 𝚝𝚘 𝚍𝚒𝚎 ꒱ ࿐࿔*
☪︎°∘◝ ᵔ₊ 𝗖𝗛𝗔𝗣𝗧𝗘𝗥 𝗧𝗛𝗥𝗘𝗘...!!!
▌iris. 🃏

❝E você não pode lutar contra as lágrimas que não virão
Ou o momento de verdade em suas mentiras
Quando tudo se parece como nos filmes
É, você sangra apenas para saber que está viva.❞

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Não tive coragem de ver o outro presente do Arisu, a festa já tinha acabado e eu já estava em casa. Ainda estava toda arrumada, sentada na cama encarando o pen drive na minha mão.

Mas antes que eu pudesse fazer alguma coisa meu pai entrou apressado no quarto.

──── Preciso que fique calma. ──── Ele não parecia calmo. ──── A Hana está no hospital.

Hana era minha sobrinha, a menina tinha apenas 9 anos e era simplesmente um anjo na terra. Eu cuidava dela até pouco tempo atrás, cuidei dela desde que ela nasceu já que a mãe dela estava sempre viajando junto com a minha. Eu amava a Hana como se fosse minha irmã.

Não demorou muito para já estarmos no carro prontos pra irmos pro hospital. Eu estava com a roupa da festa e não me importei, meus pais também estavam com as roupas que estavam na festa.

Estávamos sentados na sala de espera, meu coração parecia querer pular pela boca. Minha mãe estava tentando ligar para meu irmão mas ele também não atendia. Uma médica passou pela porta fazendo com que eu e meu pai nos levantássemos, não demorou muito para a mãe da Hana passar pela mesma porta com os olhos vermelhos pelo choro.

──── Ela 'ta com câncer. ──── O mundo ao meu redor ficou silencioso, câncer? Que merda. Senti meu rosto ser molhado pelas lagrimas no mesmo instante, meu pai tocou meu braço mas eu me afastei indo pra qualquer outro lugar que não fosse ali.

Eu estava completamente perdida no hospital quando eu apenas me sentei no chão e apoiei minha cabeça na parede fechando meus olhos.

──── Não é muito rotineiro encontrar uma garota toda arrumada sentada no chão de um hospital.

Reconheci a voz de imediato, Chishiya.

──── Não é muito rotineiro descobrir que sua sobrinha tem câncer com nove anos de idade. ──── Ainda estava com a cabeça apoiada na parede e de olhos fechados, mas pelo silêncio do garoto eu soube que falei demais. ──── Desculpa, você não queria saber isso.

──── Como é o nome dela. ──── Abri meus olhos e vi ele parado na minha frente, ele estendeu a mão e me ajudou a levantar.

──── Hana Keiko. ──── Limpei algumas lágrimas que ainda estavam no meu rosto e quis muito brigar com o universo agora, porque quando eu encontro com o médico bonito eu tenho que estar com a maquiagem horrível e com a minha sobrinha morrendo?

Universo tem maneiras estranhas de agir.

──── Já atendi ela algumas vezes.

──── Espera, ela vem pro hospital com frequência?

──── Bom, sim. Quase sempre sou eu que estou de plantão então sou eu que atendo ela. ──── Ele falou enquanto caminhávamos pelos corredores do hospital.

──── E você acha que ela vai sair dessa viva?

──── Sinceramente? Vai ser bem difícil, ela vai passar por muito exames e cirurgias, mas ela tem chances de sobreviver.

──── Não sei o que eu faria se eu perdesse mais alguém que eu amo. ──── Falei sentindo novamente as lágrimas pesarem meus olhos. ──── Podemos mudar de assunto? Minha maquiagem 'ta muito borrada?

──── Não, 'ta linda. ──── O garoto falou de forma rápida mas foi notável seu arrependimento na hora, ele olhou pros próprios pés e se recusava a olhar pra mim.

──── Eu preciso voltar, meu pai deve estar me procurando. ──── Avisei me afastando um pouco e então o garoto finalmente levantou seu olhar pra mim.

Eu sentia algo diferente quando ele me olhava nos olhos, não me parecia estranho nem nada do tipo mas diferente. Talvez seja só porque estou afim dele.

Cortei a troca de olhares me virando pra sair. Mas aquilo continuaria na minha cabeça por um longo tempo.

❝E eu não quero que o mundo me veja
Porque eu não acho que eles entenderiam
Quando tudo é feito para ser quebrado
Eu só quero que você saiba quem sou.❞