❛𝒗 dealer.

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𝟬𝟬𝟱 ┊ ꒰ 𝚋𝚘𝚛𝚗 𝚝𝚘 𝚍𝚒𝚎 ꒱ ࿐࿔*
☪︎°∘◝ ᵔ₊ 𝗖𝗛𝗔𝗣𝗧𝗘𝗥 𝗙𝗜𝗩𝗘...!!!
▌ dealer.🃏

❝Eu não quero viverEu não quero te dar nadaPorque você nunca me dá nada em troca

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❝Eu não quero viver
Eu não quero te dar nada
Porque você nunca me dá nada em troca.❞

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──── Parou de sangrar? ──── Perguntei olhando pro Chishiya que estava voltando do banheiro.

──── Parou, agora quer me dizer o porque quase quebrou meu nariz? ──── Ele perguntou se sentando do meu lado no sofá.

──── Foi sem querer e eu já pedi desculpas... ──── Falei e o garoto continuou me olhando esperando que eu falasse. ──── 'Ta! Aquela na tv era minha mãe estragando minha vida igual ela estragou a dela. A fama fez ela se tornar alguém que eu não reconheço, e ela sempre esteve totalmente distante de tudo em casa, eu fui praticamente criada pelas funcionárias dela. E eu prometi a mim mesma que não entraria nessa e não seria uma versão dela mais nova. E agora ela aparece na tv falando que eu vou seguir seus passos e ainda tem a coragem de dizer que eu não seria boa o suficiente pra alcançar o patamar dela!

Nessa altura eu já estava em pé, andando de um lado pro outro na sala e falando como se eu estivesse conversando com o Karube, porque era sempre ele que me escutava a falar da minha mãe.

──── E agora atraiu uma atenção desnecessária pra nós enquanto a Hana 'ta morrendo no hospital! ──── Acho que esse era o momento perfeito pra calar a boca enquanto o Chishiya ainda não saiu correndo. ──── Desculpa, você não precisava saber de tudo isso. ──── Me sentei de novo no sofá e apoiei minha cabeça nas minhas mãos e fechei os olhos.

──── Se serve de consolo, eu só virei médico por causa do meu pai. ──── Ele começou a falar depois de um tempo me fazendo olhar pro garoto. ──── Ele nunca foi presente, acho que nem o conheço de verdade e moramos na mesma casa por dezenove anos, e quando eu era menor nunca entendia o porque ele nunca tinha tempo pra ir me buscar na escola ou ser um pai normal. Eu resolvi fazer medicina não pra seguir os passos dele, mas acho que pra tentar entender ou talvez pra tapar um certo vazio que ele deixou. Agora ele é meu chefe no hospital. ──── Ele ficou um tempo em silêncio e eu não sabia exatamente o que falar. ──── Achei que você ficaria desconfortável desabafando pra um cara que você mal conhece, mas 'ta ai, agora me conhece mais que a maioria das pessoas a minha volta.

──── E você entendeu? O porque do seu pai ser desse jeito?

──── Não exatamente, não me sinto mal trabalhando com crianças e tenho tempo pra vir pra casa de uma estranha no meio do dia. ──── Ele falou me fazendo soltar uma risada.

──── Eu não sou uma estranha, você sabe meu nome e meus problemas com a minha mãe, e eu sei o seu nome e seus problemas com o pai, não somos estranhos. ──── Falei e me levantei. ──── Já 'ta tarde, é melhor eu ir pra casa, preciso brigar com uma certa atriz de hollywood.

──── Eu tenho que voltar pro hospital.

──── Achei que seu plantão tinha acabado. ──── Comentei enquanto desligava as luzes e íamos até a porta.

──── E acabou, mas eu preciso olhar mais uma vez uns pacientes. ──── Ele falou enquanto eu trancava a porta e íamos até o elevador. ──── Espero que dê tudo certo com a sua mãe.

──── Espero que esteja tudo certo com os seus pacientes. ──── Falei quando já estávamos na rua. ──── Tchau Chishiya, obrigada por me ouvir.

──── Quando quiser Lily. ──── Ele se despediu com um beijo na bochecha e quando ele se virou pra ir embora eu tive uma sensação de deja vu.

[...]

──── Cadê ela?! ──── Perguntei entrando em casa e fechei a porta com força, meu pai estava na sala e o meu irmão estava lá também. Os dois apenas apontaram na direção da cozinha. ──── Sua mentirosa! Que merda 'tava fazendo na tv?!

──── Oi querida. Não faça cara feia, da rugas. ──── Ela falou com a voz tranquila enquanto arrumava algumas flores.

──── O que você tem na cabeça? Eu já deixei claro que não vou virar uma atriz metida!

──── Você vai, eu já decidi. ──── Ela apoiou as mãos na mesa e me olhou. ──── É melhor ir se acostumando agora com o que vai vir pela frente, eu já consegui um papel incrível pra você em um filme, é um filme de época e...

──── Você 'ta completamente maluca. Eu não vou participar de filme nenhum!

──── Lilth... Eu sei que você está preocupada se é boa o suficiente, e como eu disse, com um pouco de pratica você chega la. Lógico que você nunca vai ser como eu mas pode ser uma atriz menor, não precisa se preocupar você é bonita, não precisa ter talento. ──── Ela se aproximou de mim e passou a mão pelo meu rosto.

──── Eu vou embora. ──── Sai da cozinha e fui até meu quarto com a mulher me seguindo. Peguei uma das primeiras malas que eu vi na minha frente a abri encima da minha cama.

──── E você vai pra onde? Pro Arisu? Ou pro Karube? ──── Parei o que eu estava fazendo e olhei pra mulher. ──── Oh.... ──── Ela fingiu uma falsa tristeza que só me deu mais nojo.

Ignorei ela completamente e comecei a arrumar a mala, ela não era tão grande mas coube coisas o suficiente para ficar bons dias longe.

──── Estou falando sério Lilith. Pra onde você vai? Não percebe que suas companhias só te tiram o foco, já consegui me livrar do Chōta e do marginal do Karube! ──── Ela tentou segurar a minha mala mas eu a puxei de volta.

──── Nunca mais fala sobre o Karube e o Chōta, se eu pudesse escolher que iria morrer no lugar deles você seria a primeira da lista. ──── Ela continuou parada na minha frente e eu a empurrei um pouco pro lado pra poder passar.

Na porta da frente meu pai estava me esperando, ele tinha um olhar triste.

──── Se cuida, e qualquer coisa me liga que eu vou correndo. ──── Ele me entregou um cartão e me deu um beijo na testa antes de me deixar sair.

É aparentemente minha mudança pro apartamento foi adiantada.

❝Por que você não consegue servir para alguma coisa?
Ninguém vai fazer nada para te ajudar.❞

❞

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𝗕𝗢𝗥𝗡 𝗧𝗢 𝗗𝗜𝗘 | 𝘾𝙃𝙄𝙎𝙃𝙄𝙔𝘼. Where stories live. Discover now