Capítulo 5

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Louis || Passado

A neve caindo forte pela janela é o contraste perfeito com o calor intenso -e novo- que meu corpo estava sentindo. Harry está sem camisa sentado no meu colo enquanto deixa beijos pelos meus ombros me fazendo tombar a cabeça, soltando um suspiro pesado com o ato. Meus dedos deslizavam delicadamente pelo seu tronco nu, fazendo com que ele arqueasse em meu colo, jogando a cabeça para trás com os olhos fechados e o seu lábio inferior entre os dentes...

-FILHO ESTOU INDO NO MERCADO, QUER ALGUMA COISA?

Ouço Jay gritar me fazendo despertar rapidamente e sentar na cama em um pulo. Porra.

-N-não, mãe! O-obrigado.

Percebo minha respiração ofegante ao responder e me jogo na cama novamente.

-Mas que caralho?

Estou suando fortemente e minha calça de pijama está mais apertada do que o normal. Balanço a cabeça repetidas vezes, não acreditando. Por que eu sonhei com ele? Pior, por que eu sonhei isso com ele?

Afasto os pensamentos que não irão ajudar no momento, me levantando da cama com dificuldade e saio do quarto passando a mão pelos cabelos. Se controla. Caminho até o banheiro e me apoio na pia me encarando no espelho, tá tudo bem sonhar essas coisas, todo mundo sonha e ninguém controla quem entra ou sai dos sonhos. Sonhar com ele me beijando e os seus cachos caindo em sua testa não significa nada. NADA.

Molho minhas mãos na água fria e lavo o meu rosto e nuca para aliviar a tensão que meu corpo decidiu me causar. Nem parece que estamos com graus negativos, meu corpo está parecendo febril. Me olho no espelho novamente, respirando fundo algumas vezes para me recompor.
Neve. A neve certamente vai me ajudar a esfriar, é isso que neves fazem, não é?

Calço minhas botas que estavam na porta, pouco me importando se estou de calça de pijama e moletom e saio de casa sentindo a brisa congelante acertar fortemente o meu rosto. Era disso que eu estava falando.

Fecho os olhos respirando fundo, logo me arrependendo pela ardência forte em meu nariz que o frio causara. O sol estava lindo, mas não quente o suficiente para descongelar as ruas, provavelmente amanhã tudo esteja limpo e um pouco das folhas das árvores voltem a aparecer, pelo menos foi o que ouvi nos jornais.

Caminho até a macieira que já está cansada de me ver, sentindo meus pés afundando a cada passo que dava. Por instinto, meu olhar se levanta até a janela de Harry o procurando e franzo o cenho assim que percebo a janela vazia. Normalmente ele sempre está escrevendo algo em seu computador antes do almoço.

Ando em passos lentos até a porta de sua casa, dando algumas batidas na madeira e aguardo ansioso por uma resposta... que não chega.

-HARRY!

Grito uma vez percebendo a fumaça saindo pelos meus lábios, me abaixando e tentando espiar algo pela entrada da fechadura.

-ANNE!

Chamo mais uma vez e sem resposta, novamente.
Bufo frustrado fazendo meu caminho de volta para casa, meus dedos estavam congelando e sentindo falta do quentinho das luvas de lã.

Abro a porta e supiro aliviado ao sentir o aquecedor fazendo o seu devido trabalho. Retiro minhas botas e caminho pela casa pegando o meu celular de cima da mesa da cozinha, digitando com dificuldade pelos meus dedos praticamente congelados.

hey curly boy! As ruas estão congeladas, para onde foram? Vamos fazer algo quando voltarem? xx

Envio a mensagem e bloqueio o celular novamente assim que me jogo no sofá, ouvindo Jay abrir a porta e o barulho de algumas coisas caindo no chão.

Dear diary - lsOnde histórias criam vida. Descubra agora