Capítulo 26

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HARRY

Acordamos tarde hoje e Louis teve a ideia de fazermos um piquenique no parque que havia aqui perto, então estamos em seu carro enquanto comemos algumas uvas antes mesmo de chegarmos.

-O dia está muito lindo! - sua voz faz borboletas se manifestarem em minha barriga. Ele tem esse poder sobre mim desde sempre.

-Está lindo! - respondo baixinho sem desviar o olhar para as ruas. O dia poderia estar o mais radiante que fosse, mas nada é comparável ao meu sol.

Chegamos no parque e estava parcialmente vazio. Haviam algumas crianças pedalando suas bicicletas, outras correndo atrás de seus cachorros que escaparam da coleira, e alguns casais sentados em banquinhos dividindo um sorvete.

Louis estende a toalha no chão e eu coloco a cesta com frutas, alguns pãezinhos e sucos em cima, me sentando enquanto ele ajeita o violão em seu colo.

-Vai fazer uma serenata? - pergunto sugestivo enquanto dou uma mordida em um morango e ele sorri pequeno enquanto assente com a cabeça.

-Vou cantar a música que você leu no meu caderno anos atrás, você lembra? - sua voz sai baixa enquanto ele dedilha levemente as cordas do violão.

-Claro que sim! Foi com ela que descobri que você era o "hamspeare". - enfatizo fazendo aspas com os dedos e ele ri negando com a cabeça.

Louis estava lindo! Lindo não, radiante. 

Um boné azul escuro pendia em sua cabeça para trás, uma regata antiga branca deixando suas tatuagens do braço a mostra, sua inseparável calça de moletom e um sorriso nos lábios que tornava tudo ainda melhor. Naquele momento ele tinha toda a minha atenção... E em todos os outros também.

-We're not... No we're not friends! No have we ever been, we just try to keep those secrets in a lie - sua voz começa e eu me derreto completamente com a leveza daquele momento.

(Nós não somos... Não, nós não somos amigos! Nem nunca fomos, nós apenas tentamos manter esse segredo em uma mentira)

-And if they find out, will it all go wrong? And heaven knows no one wants it to - seu olhar passava entre meus olhos e o violão. Os azuis estavam quase transparentes hoje e seus dedos deslizando sobre as cordas junto com sua voz leve, deixava tudo extremamente confortável.

(E se eles descobrem, tudo vai dar errado? E o céu sabe, ninguém quer isso)

-So I could take the back road... But your eyes will lead me straight back home - ele pisca em minha direção me fazendo sorrir com o lábio entre os dentes. -And if you know me like I know you, you should love me, you should know...

(Então eu poderia tomar o caminho de volta... Mas seus olhos vão me levar de volta para casa. E se você me conhece como eu te conheço, você deveria me amar, você deveria saber...)

-Friends just sleep in another bed and friends don't treat me like you do - um sorrio envergonhado surge em seu rosto me fazendo rir baixinho me encostando na árvore atrás de mim, apenas observando a melhor vista que eu poderia ter nesse momento.

(Amigos apenas dormem em camas separadas e amigos não me tratam como você me trata)

-Well, I know that there's a limit to everything, but my friends won't love me like you. - ele finaliza com um último acorde que fica em loop na minha mente.

(Bom, eu sei que existe um limite pra tudo, mas meus amigos não me amam como você.)

E era exatamente isso. Eu e Louis nunca fomos apenas amigos, desde o princípio foi algo a mais.

Dear diary - lsWhere stories live. Discover now