Quero começar agradecendo a @louveshoney, que me ajudou com algumas boas ideias pra fic e sem ela eu teria dado uma boa travada. Mas a partir desse capítulo será eu e apenas eu!⚠️Esse capítulo conterá gatilhos logo no início de automutilação e consequências do tratamento de câncer. Quem não gostar, comece a ler depois do sinal "⚠️". Boa sorte.
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HARRY || PASSADO
Sentado em uma cadeira em frente ao espelho com as mãos trêmulas sem conseguir coragem para levantar o olhar. Eu consigo ouvir os soluços que Anne tentava conter e isso estava me matando. Minhas unhas curtas apertavam forte as marcas que nunca cicatrizavam em meu pulso, sentindo as feridas começarem a abrir novamente, mordendo o lábio com força para nao encarar o espelho.
-T-tudo bem, você vai ficar lindo, filho! - Anne diz com sua voz baixa e logo o barulho da máquina é ouvido, fazendo o meu corpo tremer em angústia. Ficar lindo não era minha preocupação, o fato de eu poder não ter a chance de ver meu cabelo crescer que era. O doutor Connor me disse que o câncer na maioria dos casos de Osteossarcoma, não é maligno, mas e se eu for a minoria dos casos?
Minhas mãos tremen e minhas unhas não saem do meu pulso nem por um segundo, a dor de sentir as feridas abrindo nem se compara com toda a angústia em meu peito desde o aniversário de Louis. A máquina desliza pelo meu cabelo me fazendo apertar os olhos com força até sentir algo cair em minhas mãos, abro os olhos lentamente e encaro aqueles pequenos cachos agora completamente soltos e despedaçados. Uma única lágrima quente escorre por minha bochecha me fazendo arfar pesadamente, eu preciso ser forte, eu sei que eu aguento isso.
⚠️
Eu já tinha aceito o fato de estar com câncer, afinal, já fazem 4 meses do meu diagnóstico, uma hora eu teria que aceitar! Mas não consigo me acostumar com as idas repentinas ao médico e muito menos com todas essas sessões de quimioterapia.
Entro na sala 6B com um sorriso pequeno nos lábios ao cumprimentar a enfermeira Bárbara. Bárbara é uma senhorinha super atenciosa e carinhosa, sempre tentando fazer os meus dias menos estressantes e cansativos aqui. Me sento na cadeira enorme ao lado da máquina e sorrio para o garoto que me encarava ao meu lado.
-Bom dia, Harry! Como foi sua semana? - A senhorinha pergunta enquanto estico meu braço o colocando em cima do apoio e deixando Bárbara fazer seu trabalho.
-Entediante! - falo simples nem sentindo a agulha entrar em meu corpo. -Sabe como é, sem força para fazer nada. - completo recebendo um sorriso reconfortante da senhora em minha frente. Encaro meu colo por alguns segundos antes de voltar a falar. -Mudei meu número de telefone.. - sussurro baixinho recebendo um olhar atencioso. -Ele nunca mais vai me ligar. - engulo em seco sentindo meus olhos marejarem mas levo minha mão livre até eles, os limpando.
-Querido, se for pra acontecer, você sabe que vai acontecer. Vamos viver um dia de cada vez e deixar que o futuro nos surpreenda, ok? - sua voz era calma mas isso não impediu de uma risada baixa sair de meus lábios.
-O futuro que eu talvez não tenha? Quem sabe se eu vou sobreviver a isso aqui? - falo frustrado recebendo suas mãos em meus ombros.
-Não seja pessimista, querido! Tudo vai ficar bem, agora fica quietinho pelas próximas três horas e eu já venho te livrar dessa máquina. - Bárbara diz e eu aceno afirmativamente enquanto ela sai da sala.
-Estressante, não? - o garoto que vestia uma touca preta sentado na cadeira ao meu lado, pergunta me fazendo levar o olhar até o seu.
-Você não faz idéia... - franzo o cenho ao ouvir uma risada baixa e o garoto apontar com a cabeça para a máquina igual a minha. -Oh meu Deus, c-claro que você faz idéia, me desculpe, fui um idiota! - falo em um tom claro de desespero fazendo o garoto rir.
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Dear diary - ls
RomanceHarry com 16, sempre escrevia seus maiores desejos e medos em um diário. Agora com 23 anos, percebe que tudo o que havia escrito ali, se realizara... Menos o fato de Louis, seu melhor amigo (em quem é apaixonado desde os 16) estar namorando atualme...