2.15: Remember

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"The hell is empty and all the devils are here" - William Shakespeare 

"The hell is empty and all the devils are here" - William Shakespeare 

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Junho de 1996

Harry olhava para o teto, mesmo sabendo que o seu tempo passava rapidamente, tentando evitar olhar para os corpos sem vida de dois dos seus amigos.

Fleur tinha seus olhos turvos encarando as paredes, sem rumo há alguns minutos. Sua pele começava a enrijecer e parecer cinza, e ele não queria procurar mais pelos outros sinais de morte. Não queria ver seus dedos e lábios pálidos, ou as mãos e pés azuis. Não queria ver seus olhos começarem a girar para dentro do crânio, como se ela, finalmente, tivesse ido embora por completo.

Em seus braços, ele ainda sentia o sangue quente de Terry, que começava a esfriar de maneira muito sutil. Seu amigo tinha os olhos fechados, e parecia estar descansando, embora ele soubesse a verdade. Harry queria gritar mais, chorar mais, mas seu tempo estava correndo rapidamente.

Ele tirou, de dentro da segurança das suas vestes, o colar que ganhara quando fez seis anos, onde dois pingentes estavam pendurados -- um lírio e um cervo. Agarrando o cervo prateado e o corpo de Terry, Harry sussurrou a palavra que o levaria direto para casa.

- Seguro.

O familiar puxão no umbigo o fez sentir como se estivesse rodando no vácuo, seus joelhos perdendo o apoio do chão por dois segundos até estar ajoelhado em grama fofa e verde.

Harry sentiu suas forças se esvaindo ao se ver no limite das proteções da sua casa. Queria correr para dentro e se prender no abraço seguro da sua madre, ou segurar o seu irmãozinho até sentir que tudo estava bem, mas sabia que não podia. Tinha que fazer o que Dumbledore ordenou, ou seu parceiro sofreria. Tinha que aguentar um pouco mais.

Com esforço, ele arrastou o corpo de Terry para dentro das proteções, suas lagrimas caindo por todo o caminho. Deixou seu amigo confortável, e logo convocou um pergaminho e pena de dentro de casa, escrevendo um rápido bilhete resumindo a situação para quem encontrasse Terry e, com muita concentração, aparatou na rua dos Alfeneiros.

Ele não conseguiu ir diretamente para a casa, mas a casa ao lado era um lugar muito conhecido por ele para não ser onde ele pararia. Harry respirou fundo aos ver uma casa nova no local, seguindo o modelo das casas ao lado, que era idêntica ao local onde ele viveu como um escravo por cinco anos de sua vida. Ele correu para a casa de numero cinco, onde o corpo sem vida de Fleur o esperava.

Sem conseguir olhar para os seus olhos pálidos, ele os fechou com cuidado, deixando um ultimo beijo em sua testa antes de segura-la com força em seus braços e rapidamente pegar a Taça Tribruxo. Quando o tempo acabou, ele sentiu o puxão mais uma vez, e o chão duro foi substituído pela grama curta de Hogwarts, e o silencio preenchido com os gritos das torcidas.

Harry não aguentou e desabou ali mesmo sobre o corpo da sua amiga. Ele chorava, soluçava, e sentiu que poderia morrer naquele mesmo momento quando escutou uma voz dentro na sua cabeça ordenando: "Culpe Voldemort. Entregue Barty Crouch Jr.".

What you did in the DarkOnde as histórias ganham vida. Descobre agora