2.21: Tortured Loved Ones Department

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"Eu me sinto pequeno, mas também são as estrelas à distancia"

"Eu me sinto pequeno, mas também são as estrelas à distancia"

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Setembro de 1995

Harry sentia sua respiração rasa e apavorada conforme tomava ciência do ambiente ao seu redor. Aquele corredor era familiar, assim como seu papel de parede e a escada escura que levava ao andar inferior. Havia uma porta fechada ao fim do caminho mal iluminado, mas o que chamava mais atenção eram as duas grades que substituíam as portas de dois quartos.

O moreno absorveu tudo, todos os detalhes. Se lembrava de limpar aqueles vasos muitas vezes quando tinha quatro anos, e como tinha apanhado até perder a consciência ao tirar uma lasca da escultura de um canário de madeira acidentalmente enquanto a polia. As duas portas, aquelas com grades, levavam aos dois quartos de Dudley -- um cheio de brinquedos inúteis e o outro com sua cama e mais brinquedos inúteis e roupas caras -- , desde que o príncipe da casa deveria ter tudo o que queria e o empregado filho da irmã vagabunda da tia Petúnia com um bêbado chamado James Potter não merecia nada, nem mesmo satisfazer seu estômago que clamava por algo que o sustentasse, que o permitisse viver.

Porém, surpreendentemente, não foi o cenário que chamou maus a atenção de Harry. Não foram as lembranças dolorosas que o assombraram. Foram as boas memorias com os donos dos dois rostos que encaravam lados opostos, mas com suas mãos entrelaçadas do lado de fora das grades.

A força das suas pernas se esvaiu e ele se viu ajoelhado no chão, mal conseguindo respirar. O choro do seu pai parecia ecoar dentro da sua cabeça, assim como as suplicas de sua mãe, que não eram nada mais além do seu próprio nome repetido infinitamente como um mantra. Eles pareciam destruídos, esgotados e drenados de vida. Por um segundo, olhando-os assim, Harry agradeceu por eles estarem mortos...

Eles estão mortos. Por que estavam vivos na sua frente?

Harry olhou ao redor freneticamente, tentando sair daquele sonho terrível. Queria voltar para a sua realidade muito menos dolorida. Queria desaparecer.

- Estão prontos para conversar? - uma voz grossa e falsamente calma ecoou do andar de baixo, e Harry assistiu seus pais ficarem atentos e uma lágrima solitária escorrer dos olhos da sua mãe quando ela teve que soltar a mão do marido.

- Não veja isso, querido - ela sussurrou, e foi quando o moreno se viu na sua cama, respirando ofegante, sob o olhar preocupado do seu namorado.

Ele observou a pele alva e os cílios claros que roçavam as bochechas coradas quando ele piscava, escondendo as mais belas íris existentes. O nariz reto e arrebitado, e seus lábios cheios e rosados. Harry era tão abençoado por tê-lo como companheiro que sentia isso por todo o seu corpo, em todo o seu ser. Seu coração e corpo doía de tanto amor por aquele ser, por aquele anjo, e a lagrima idêntica a que ele assistiu escorrer dos olhos da sua mãe, lentamente escorrendo gêmea pelo seu próprio rosto, o confirmou do que ele precisava fazer.

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