IGOR

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LIVRO INCOMPLETO. DISPONÍVEIS APENAS 4 CAPÍTULOS PARA DEGUSTAÇÃO.

Que noite maluca! Que garota maluca!

— Ela está bem, Sr. Igor, foi apenas um corte pela pancada na queda, não há nada quebrado e está respondendo bem. De toda forma, caso deseje, ela pode ir ao meu consultório amanhã e farei um exame de imagem para que fiquem mais tranquilos.

— Obrigado por vir tão depressa, Dr. Afonso. Vou deixar que ela decida isso.

Ele assente e se aproxima, um olhar triste, o mesmo que tenho recebido incontáveis vezes nos últimos seis meses, coloca a mão no meu ombro e diz com pesar:

— Sinto muito por sua família. Eu tinha o seu pai em grande estima, não nos víamos há algum tempo, mas jamais esquecerei tudo o que fez por mim.

— Ele também o tinha em grande estima, Dr. Afonso. Obrigado pelas condolências.

O médico, um homem já de idade, mas que não aceita aposentar-se, se despede e deixa a suíte. Astolfo, o chefe da segurança, deixa o quarto onde a maluca está com um olhar desconfiado e pergunta baixinho:

— O que faço com a invasora, Sr. Igor?

— O que você achou dela? — pergunto, pois, Astolfo tem um excelente julgamento de caráter, parece ser capaz de desvendar as pessoas em apenas meia dúzia de frases, e poucas vezes na vida o vi errar. Apesar da idade mais avançada, ainda é chefe da segurança por seus "poderes mágicos" embora não participe mais de combates corpo a corpo.

— Foi uma infeliz coincidência. Não sabia quem o senhor era e não estava de fato tentando se matar. Eu diria que é apenas uma garota muito azarada.

— Neste caso, devo cuidar que ela não me processe se descobrir quem sou.

Ele assente em concordância e entro no quarto onde espero encontrá-la deitada convalescendo sobre a cama, pronta para tirar de mim o máximo possível em troca de seu sigilo. Mas para minha surpresa, ela já está de pé. Tem um curativo na cabeça, do lado direito, onde bateu quando a puxei da murada da varanda. Ela caiu de cabeça no trilho da porta de vidro.

— Vejo que está bem, Srta...

— Sury — diz apenas e a observo curioso.

— É um nome diferente.

— Obrigada.

— Você disse ao meu segurança que não pretendia pular, então, o que fazia sobre a murada de uma varanda dezessete andares acima do chão?

Ela parece surpresa.

— Ah, aquele velhinho é seu segurança?

Não consigo conter um sorriso. É um movimento involuntário e estranho.

— Se ele ouvi-la chamando-o assim, vai garantir que caia esses dezessete andares e encontre o chão.

Seu olhar é assustado e acho graça. Sury é bonita. Tem cabelos escuros presos em uma trança bem feita, contrastando com a pele clara. Os lábios são cheios em um rosto delicado. Parece assimétrico quando seus olhos e nariz são pequenos, esses lábios tão cheios.

— Bem, na verdade, estou hospedada na suíte ao lado, e... — Ela hesita em continuar. — Hospedei-me lá para vê-lo, Igor Werneck. Estou neste hotel apenas para falar com você.

— Você sabe quem eu sou?

Poucas vezes vi Astolfo errar ao julgar as pessoas e esta foi uma delas. Afasto-me alarmado, e quando estou prestes a abrir a porta, ela me impede, segurando minha mão. Há algo como súplica em seu olhar, o que me deixa confuso.

DEGUSTAÇÃO - UMA PROPOSTA PARA O BILIONÁRIOKde žijí příběhy. Začni objevovat