IGOR

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LIVRO INCOMPLETO. DISPONÍVEIS APENAS 4 CAPÍTULOS PARA DEGUSTAÇÃO.

Ela murmura algo ininteligível, encolhida no pequeno sofá em frente a televisão, e ajeito o cobertor sobre seu corpo, uma vez que se mexe demais enquanto dorme e fica descoberta o tempo todo.

— Você dormiu alguma coisa? — Astolfo pergunta enquanto tomo o café da manhã.

— As noites em que durmo bem são raras, você sabe disso. O que estão dizendo sobre ela?

— As mais variadas coisas, como você supôs. Desde o conto de fadas da moça pobre e o bilionário ao golpe da barriga que ela com certeza deu em você.

— Vão se decepcionar quando terminarmos em trinta dias.

— Trinta dias? Ainda vai manter isso por todo esse tempo?

Deixo a xícara sobre a pequena mesa na varanda, observo a vista da piscina do hotel e confesso algo que vem rondando minha mente desde a noite passada:

— Ainda não descobri o motivo. Por que ela veio parar no meu quarto? Justo no meu sendo ela a ex do advogado dele? Por que veio me pedir para ir ao casamento dele?

— Acha que a garota sabia da ligação entre você, Silas e o ex-noivo?

— Ela pareceu bastante confusa quando Silas se apresentou com o sobrenome da família. Talvez apenas não soubesse como era seu rosto, mas soubesse quem ele era para Oscar. Não acredito em coincidências, há algo nisso me intrigando. Se Sury não sabia de nada e apenas me escolheu aleatoriamente para seu plano de vingança, o que isso quer dizer?

— A vida foi inesperadamente boa com você uma vez, Sr. Igor. Talvez esteja sendo de novo.

— Você espera coisas boas demais de uma vida que tem sido tão cruel com você.

— A vida é cruel para todos, não sou uma exceção. Mas só posso esperar coisas boas, afinal, as ruins virão ainda que eu não anseie por elas. Mas acreditar que essas coisas boas virão, torna as ruins mais suportáveis. Acho que o senhor vai entender isso mais cedo do que imagina.

Ele deixa a varanda e perco a fome. Volto à estação de trabalho e concluo o que estava fazendo na madrugada quando Sury apareceu com minha camisa preta, deixando-me duro e desconcentrado. Por alguns segundos, a verdadeira última opção tornou-se tentadora.


Já passa das onze e Sury ainda não acordou, mesmo estando em uma posição desconfortável num espaço tão pequeno. Astolfo me disse algumas vezes que não posso ensinar suas funções hoje por ser domingo, o que é improdutivo e ridículo, uma vez que ela será minha sombra ainda que nos finais de semana e feriados. Estou dando um desconto por ter ido dormir tão tarde, mas isso não vai acontecer novamente.

Estou prestes a acordá-la eu mesmo, quando Astolfo retorna e sua expressão me deixa alarmado.

— Seu tio quer ver você, mando-o subir?

Por alguns segundos meu corpo congela, como naquele dia do acidente, quero me mover, mas ele apenas não me obedece por determinado tempo. Parece anteceder algo ruim e travar pelo medo.

— Ele está sozinho?

— Sim, o advogado não está com ele.

— Irei recebê-lo na área de reuniões do hotel, mande-o para lá, por favor. Irei em breve.

Silas jamais viria até mim desacompanhado. Ele não fala nada comigo que não possa ser documentado para que possa ser usado contra mim depois. Ele não arriscaria perturbar minha paz por algo leviano. Sury não está no sofá quando entro no quarto, mas não tenho tempo para falar com ela agora. Visto algo mais formal e vou ao encontro dele.

DEGUSTAÇÃO - UMA PROPOSTA PARA O BILIONÁRIOWhere stories live. Discover now