4 - SURY - PARTE 2

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LIVRO INCOMPLETO. DISPONÍVEIS APENAS 4 CAPÍTULOS PARA DEGUSTAÇÃO.

Se eu pensei que a hora do almoço me daria sessenta minutos de descanso, é porque ainda tinha esperanças nesse carrasco que agora é meu chefe. Ele pede nosso almoço no hotel, como fez ontem, porém, sua salada não, porque a cozinha do hotel não serve os legumes e verduras como ele gosta. E quem vai preparar a salada como ele gosta? Eu, claro! Sob a supervisão de Astolfo, já que Igor do nada desconfia que eu possa colocar algo em seu molho. O velhinho mal pisca acompanhando meus movimentos enquanto Igor me orienta do cômodo ao lado.

— Você não é velho demais para ser segurança? — pergunto.

— Não converse em cima da salada do Sr. Igor ou contarei a ele.

Encaro o senhor de cabelos grisalhos, porte alto e pele levemente enrugada. Ele possui um nariz proeminente e cara de vovô, mesmo tendo ombros largos demais para um vovô. Apesar da estatura incomum, seus braços não possuem os músculos dos outros seguranças.

— Vai contar? Então conte isso — desafio lambendo uma folha de acelga e picando-a depois, misturando-a na salada.

Ele está boquiaberto, olha de mim para a salada em choque e me segue de perto quando a levo até a mesa que fica na varanda.

— Você pode me servir aqui, Sury. Estou esperando um e-mail — Igor orienta da estação de trabalho.

— Não, você vai sair da frente desse laptop e vai almoçar à mesa como alguém normal.

Igor gira na cadeira e sua expressão é impaciente quando olha para mim.

— Sury, não estou disposto a...

— Agora! Levante-se e venha almoçar ou eu irei cuspir na sua comida antes de servi-la na mesa de trabalho.

Ele olha desconfiado para Astolfo, que diz cabisbaixo:

— Coma na varanda, Sr. Igor, o senhor precisa descansar um pouco.

A contragosto, ele se levanta e vai almoçar comigo na mesa da varanda. Também faço Astolfo sentar-se conosco e finjo ignorar que Igor confere o e-mail pelo celular, já é melhor do que o laptop. E Astolfo não conta a Igor que engoliu um pouco da minha saliva em uma folha de acelga. Esse babaca! Seria tão mais produtivo consumir minha saliva enquanto me beija!


Quando a noite cai, não consigo mais olhar a tela do laptop dele ou enxergar minha própria letra nessa Barsa que ele chama de agenda. A fecho com um baque que o faz virar a cabeça em minha direção. Ele confirma a hora e assente, me liberando. Tenho certeza que toda carne das minhas nádegas foi enfiada para dentro, já que meus ossos estão doendo. Não sei como Igor aguenta.

— Você, Igor Werneck é um lunático, viciado em trabalho que precisa urgentemente trepar — acuso ao conferir que trabalhamos por mais de doze horas.

Ele deixa o celular sobre a mesa de trabalho e gira a cadeira em minha direção, cruza as mãos sobre a perna já cruzada e me observa divertido.

— Está descontando seu cansaço em mim? Continue.

— É um chefe igualmente lunático, carrasco, filho da puta e insuportável. Essa agenda é tão antiquada que nem pode ser considerada vintage! Por mais confortável que essa cadeira seja, não há bunda que aguente tantas horas sentada nela e por nada neste mundo vou dormir de novo em um sofá. Você é o pior chefe do mundo, e eu estou indo para a casa — decreto e me afasto.

Entro no quarto e pego a mala que Sammy mandou. Junto minhas coisas de higiene que estão no banheiro e as guardo na mala para levar embora.

— Você não pode voltar para casa, não entendeu isso ainda? É arriscado! — ele diz parado na porta, observando-me.

DEGUSTAÇÃO - UMA PROPOSTA PARA O BILIONÁRIOWhere stories live. Discover now