4 - IGOR - PARTE 3

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LIVRO INCOMPLETO. DISPONÍVEIS APENAS 4 CAPÍTULOS PARA DEGUSTAÇÃO.

Não demoro muito a tomar a decisão. Visto a roupa que estava jogada no chão, espero que meu pedido chegue, pego a bandeja e passo pelo corredor para a porta do outro lado, até penso em bater, mas não o faço. Entro e vou direto ao seu quarto. Ela está de costas, vestindo uma camisa. Usa apenas uma calcinha minúscula, sem sutiã. Paro onde estou e espero não ter outra ereção de horas. Ela se vira percebendo que estou aqui. Pretendo explicar o que estou fazendo aqui e o que trouxe, mas quando ela sorri, apenas deixo a bandeja sobre a cama e vou até ela. Seguro seu rosto entre minhas mãos e a beijo.

Não era o que eu pretendia, pretendia me desculpar, mas em um segundo nossos lábios estão tão próximos e então se tocam, seus lábios cheios e macios se entreabrem em surpresa dando passagem a minha língua. Movo minhas mãos por seu rosto trazendo-a mais perto, indo mais fundo em sua boca. Sury corresponde ao beijo, seu corpo se recosta ao meu enquanto seus lábios e língua se perdem nos meus e tudo parece tão quente, que interromper esse beijo antes que eu perca o juízo é tão difícil quanto necessário.

— Desculpe por não confiar em você, como você confia em mim. Não é fácil para mim, mas você merece mais do que o meu limite, Sury.

— É assim que você pede desculpas? Isso não é justo, como eu vou dizer não?

Sorrio, ela sorri de volta.

— Você vai dormir agora? Eu tenho chocolate quente e uma história para contar.

— Isso também não é justo, envolve meu estômago e minha curiosidade. Não vou dormir, venha, quero ouvir sua história.

Ela pega os copos fumegantes da bandeja e me sento em sua cama. Ela se ajeita do outro lado, bebendo o chocolate quente, surpresa por me ver consumindo uma besteira, segundo ela. E conto a ela a parte fácil disso tudo, difícil foi como isso terminou.

— Oscar estava certo em algo que te disse, eu fui adotado por Valentino. Aos quatorze anos, ele me encontrou nas ruas e viu algo em mim. Primeiro, me levou para um orfanato, mas eu fugi, era acostumado a liberdade, não entendia que estaria mais seguro ali. Então ele decidiu me dar uma chance e me adotou. Ele, Andrei, meu irmão e Helena, minha mãe, desde o primeiro momento me trataram como alguém da família. Na época, a Valentino's estava se tornando conhecida, mas não era o que é hoje. Não era o império que eles construíram. Ele decidiu mudar-se para a Itália, porque percebeu que o maior público potencial estava lá, não teve nada a ver comigo ou sua relação conturbada com a família.

— Ele não se dava bem com Silas?

— Não. Silas e Estela são bem mais velhos do que ele. De toda forma, eles não trabalhavam na Valentino's, nem no ramo quando nos mudamos. Estela e Silas nunca me receberam bem na família, Estela era afastada até mesmo do meu pai e Silas, sempre fez questão de ser desagradável. Ele não manteve contato com os irmãos por escolha própria, meu pai era um gênio criativo e, como tal, era teimoso e rebelde. Não ouvia ninguém, apenas minha mãe.

Um sorriso brota em meu rosto e Sury também está sorrindo.

— Ninguém o convenceria a nada que não quisesse fazer. Uns meses antes do acidente, ele começou a insistir que Andrei e eu aprendêssemos o que ele fazia. Silas havia assumido a sede aqui no Brasil, ele pareceu não ter tido outra opção a não ser deixá-lo assumir. Então começou a dizer que nós tínhamos que ficar em seu lugar. Como nenhum de nós tinha aptidão para desenhar joias, começou a nos ensinar meticulosamente a administrar a Valentino's, que era a área da mamãe. Estava estranho, nos deixava exaustos insistindo que tínhamos que aprender tudo. De repente, ele fez um testamento dizendo que, em sua ausência e da mamãe, tudo o que possuía deveria ficar apenas para mim e Andrei, excluindo totalmente o resto da família.

DEGUSTAÇÃO - UMA PROPOSTA PARA O BILIONÁRIOWhere stories live. Discover now