3 - IGOR - PARTE 3

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LIVRO INCOMPLETO. DISPONÍVEIS APENAS 4 CAPÍTULOS PARA DEGUSTAÇÃO.

Mas pouco depois, não faço ideia de que horas são, a porta do quarto é aberta e Sury entra com algo cheirando a comida. Ela deposita sobre a mesa de cabeceira e quando tem minha atenção diz:

— Você devia me dar roupas novas.

— O quê? — É tão inesperado que me sento na cama e, já que me sentei, decido comer o que quer que ela tenha trago, já que está quente.

— Bem, você não me deixa buscar minhas coisas, não tenho nada para vestir e de toda forma, não tenho nada à altura de aparecer em público como a noiva de Igor Werneck. Você não quer a sua noiva desfilando por aí com essa cara. — Aponta as mãos para o rosto enquanto provo a comida

— Não há nada errado com seu rosto, você é linda.

Ela está surpresa e me arrependo imediatamente pelo elogio, já que agora há um sorriso de orelha a orelha em seu rosto.

— Eu quis dizer essa cara de pobre. Mas se me acha linda, mais um motivo para você me vestir com roupas de grife e estilistas conhecidos. Também deve me dar bolsas e acessórios à altura, você tem um monte de joias mesmo. Não precisa de muitos, só para quando eu for aparecer em público.

— Você me perturbou para isso?

— Está nos meus deveres como sua sombra cuidar da sua imagem.

— E cuidar da minha imagem inclui encher você de coisas?

— Obviamente.

— Fora, Sury.

— E meu closet novo?

— Nem pensar!

Ela baixa a cabeça e deixa o quarto, não fecha a porta, e acabo desistindo da reclusão. Já é noite, na verdade, eu nem sequer havia percebido que tanto tempo tinha passado. Sury vai tomar um banho assim que deixo o quarto e encontro Astolfo de pé, na sala. Ele sorri e me segue até o home office.

— Você deixou mesmo que ela interrompesse minha reclusão?

— Ela não pediu permissão, Sr. Igor. Estava aflita pelo tempo que o senhor passou sozinho lá dentro sem comer. Quando eu percebi já havia entrado.

— Você errou feio sobre ela. Sobre seu caráter. Veio me pedir roupas de marca e acessórios. Quer um closet inteiro usando a desculpa que não tem nada para vestir à altura da minha noiva.

— Acredito que ela estava brincando, senhor. Hoje cedo, antes mesmo de descer ao seu encontro, ela pediu que buscassem suas roupas. Orientou a irmã quais roupas mandar e garantiu que são suas melhores roupas e que o senhor não vai se envergonhar se precisar que ela vá à empresa ao seu lado. As malas chegaram mais cedo e ela levou uma ao banheiro quando entrou.

Respiro fundo e encaro o laptop à minha frente.

— Você ouviu o que ela disse ao Silas?

— Cada palavra, senhor, desde que ela entrou na sala. Eu estava logo após a porta.

— Ela queria feri-lo, mas me feriu também. Eu também fui afetado pelo que ela disse, Astolfo. Também vou morrer sozinho independente da minha conta bancária, sobrenome ou cargo. É minha sina, minha maldição.

— Eu sei, senhor, ela afetou a todos nós, ainda que não tenha tido a intenção. Sinto muito.


Quando ela deixa o quarto, aproxima-se usando uma calça legging preta colada às suas pernas e um top branco. Isso é o que ela chama de não me fazer passar vergonha? Um sorriso involuntário brota em meu rosto, embora ela pareça tensa. Seu corpo tem cheiro de sabonete quando se aproxima.

— Você disse que não posso ir para a casa porque é perigoso.

— A imprensa deve estar cercando sua casa dia e noite.

— Mas e Sammy? Não vão fazer nada com ela, não é?

— Há seguranças protegendo sua irmã e sobrinha, não se preocupe, ninguém irá fazer qualquer mal a elas — respondo desistindo de ler o contrato que está aberto no laptop há trinta minutos.

Levanto-me, desistindo também desse dia profissionalmente improdutivo e emocionalmente exaustivo. Um dia que não trouxe nada de bom.

— Foi você quem mandou? — ela pergunta e assinto.

De repente, ela vem até mim e me abraça. Do nada, seus braços me cercam e seu corpo quente, cheirando a flores, parece aquecer o meu.

— Obrigada por ter se preocupado com isso.

Toco sua pele macia o mínimo possível para afastá-la, ela não se dá conta que a roupa que usa não cobre exatamente seu corpo todo?

— De nada, Sury, mas vamos deixar uma coisa clara aqui, qualquer contato físico entre nós acabou ontem. Nada de abraços, tudo bem?

— Mas eu sentei no seu colo hoje de manhã.

— Não faça mais isso. Nada de contato físico. Ficou claro?

Ela faz uma careta e assente. Entro no quarto quando algo toma minha mente pensando no momento em que ela se sentou no meu colo e beijou o canto da minha boca com naturalidade e familiaridade. Ela foi até lá para me defender. Viro-me em sua direção, vou até ela e a prendo em meus braços, ignorando a pele macia sob meus dedos. Eu deveria proibir o uso de tops também. Toda sua pele deveria estar sempre coberta.

— Obrigado por ter me defendido esta manhã, Sury.

— De nada — ela diz alegremente abraçando-me de volta. — É assim que você agradece? Posso defendê-lo mais vezes.

— Nada disso, todo nosso contato físico acaba aqui. Agora está valendo a regra, nada de abraços, nada de colo, nada de beijos no canto da boca. Seremos patrão e empregada e você comporte-se!

Ela revira os olhos e a escuto resmungar enquanto me afasto.

— Que desperdício!

Me pego rindo então. Talvez esse dia tenha trazido algo de bom no fim das contas.

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Uma ótima semana e até sexta, amorecas.

DEGUSTAÇÃO - UMA PROPOSTA PARA O BILIONÁRIOWhere stories live. Discover now