Capítulo 2 - O CASAMENTO

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Oláaaas, amoras minhas, como estão?

Este livro já foi postado completo aqui e retirado. No momento, encontram-se apenas 4 capítulos para degustação.

Ele será repostado completo novamente, porém não há previsão de data. Caso se interesse, o segundo livro dessa trilogia, da irmã dessa protagonista, será postado aqui a partir do mês que vem. Se quiser acompanhar, só procurar no meu perfil, o título é: UMA MENTIRA PARA O CEO.

Um beijo!

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— Roubar o celular passou dos limites, senhorita.

— Sinto muito.

— Vá dizer isso ao chefe, e também o agradeça por ter se dado ao trabalho de apenas vir aqui buscá-lo ao invés de chamar a polícia, como devia ter feito.

O velhinho bravo deixa o ateliê, seus dois soldados o seguem em marcha e acabo fazendo o mesmo. O sol cobre meus olhos, mas consigo vê-lo parado, olhando-me de cima. Ele parece deslocado em um lugar como este. Seu porte, sua vestimenta, seu olhar, tudo isso mostra que está muito acima da pequena ladra que me tornei. Aproximo-me receosa e digo de uma vez:

— Sinto muito, minha intenção não era roubá-lo uma vez que eu pretendia devolver. Eu só queria que você viesse até aqui buscá-lo e assim eu teria mais uma chance de... bem... você sabe.

Encontro coragem para olhar em seus olhos, mas ele não diz nada. Os olhos estão fixos em mim, olhando-me de cima, como se nem quisesse mais gastar suas palavras comigo. Sou um caso perdido.

— Eu nem mexi no seu telefone, eu juro! Não tentei ver nada — garanto.

Não adianta, ele não vai falar comigo, sequer tenta. Apenas me olha de cima, mal pisca os olhos, então desisto.

— De toda forma, eu paguei por uma suíte extremamente cara e sequer passei a noite lá porque peguei isso, então você teve uma vingança, não teve? Ah, qual é, isso tem que servir! — insisto, irritada por sua falta de reação e ele reage finalmente.

Ele sorri. Apenas sorri. Olhando-me de cima, sem dizer uma palavra, sorri de mim.

— Bem, já passei vergonha o suficiente por hoje, certo? Me desculpe e obrigada por não chamar a polícia.

Viro-me e os deixo ali, esbarro na porta, espetando uma agulha do vestido na perna, grito, retiro a agulha e fecho a porta irritada e ele ainda está ali com um sorriso quando viro a plaquinha para fechado e sumo pelos fundos para tirar o vestido. Quando volto, não estão mais e lá se foi minha chance de humilhar meu ex babaca e sua noiva.


O sábado chega, levanto-me enxergando o dia através da janela do meu quarto em um tom de cinza. O sol, o céu, a cidade e até mesmo minha sempre radiante sobrinha, parecem cinzas hoje. Sammy fala sem parar que eu não devia ir a este casamento, e eu não devia mesmo, mas aceitei o convite e, uma vez que dei o primeiro passo em falso, preciso seguir esse caminho até o final dele, ou permanecerei parada no mesmo lugar, pisando em falso, para sempre. Eu irei, passarei por toda humilhação que tenho de passar, sentirei toda dor que tenho de sentir, e, quando me recuperar, terei chegado ao fim do caminho. Ou matarei alguém, me vingarei e terei o mesmo destino da minha mãe.

Talvez ela não fosse louca, no final das contas, apenas corajosa demais.

— Você não tem que fazer isso — Sammy diz pela milésima vez enquanto me ajuda a fechar o vestido justo demais.

— Não ir seria assumir algo que nunca fui, Sammy. Posso ter sido traída, ter sido boba, burra e fraca. Mas não sou covarde. Vou olhá-los de cabeça erguida e espero que a culpa estrague a lua de mel deles.

— Se eles sentissem qualquer culpa, não a convidariam para ser a madrinha do casamento. O que implica que você apenas vai se humilhar por nada. Só porque não encerrou de verdade isso e precisa ver, sofrer, ser atingida ainda mais forte para entender que não é um pesadelo. Você só quer vê-lo de novo, Sury, sabe disso.

— E a ela também, afinal, fomos amigas por anos. Perdi duas das pessoas que mais amei na vida, é tão errado precisar de outra prova que não é um pesadelo?

Encaro minha irmã mais velha, cujos olhos refletem os meus. Nossas feridas não são iguais, mas doem na mesma medida. Apenas lidamos com elas de maneiras diferentes.

— Você não perdeu duas pessoas, livrou-se delas. Perdeu a mamãe, afinal ela não está mais entre nós, mas as pessoas que saem das nossas vidas? Não perdemos as pessoas que temos de verdade se elas continuam vivas, Sury, nos livramos delas.

Respiro fundo, observando a maquiagem no rosto. Passei algo leve em um tom lilás, caso chore, não parecerei um panda agredido. Observo o cabelo negro em ondas, com a lateral presa por uma trança bem feita, das tranças perfeitas que apenas Sammy sabe fazer. Ela envolveu um pequeno e delicado arranjo de flores preservadas, presas a um fio transparente entre meus fios negros, de forma que as pequenas rosas brancas e lírios de cor lilás dão um toque delicado ao negro do meu cabelo. Eu não devia ter pintado meu cabelo de um preto tão forte assim, mas o contraste com o lilás das flores é agradável aos olhos. Os vestidos das madrinhas neste país não são escolhidos pela noiva, nem padronizados como nas comédias românticas americanas que cresci assistindo, mas claro que a noiva do meu ex fez questão de escolher o meu vestido, afinal, devo ser a convidada mais importante da noite.

Enviou-me uma peça espalhafatosa, em um tom roxo semelhante a um repolho de feira, com babados exagerados na longa saia, e apertado demais no corpete. Talvez tenha se esquecido o que faço para viver, ou pensado que eu apenas aceitaria mais uma humilhação das muitas que passarei esta noite sem qualquer retaliação. Posso não ter conseguido Igor Werneck como noivo falso, mas se ela queria que eu chamasse mais atenção do que a própria noiva em seu casamento, irei dar exatamente isso a ela. Porém não do jeito que ela esperava. O vestido que uso agora ainda tem o corpete roxo justo, embora eu tenha bordado delicados cristais Swarovski ao redor do busto, o que destaca meus seios bem marcados pela peça apertada. Tirei os babados exagerados da saia deixando apenas a renda que servia de base para eles. Cobri os buracos deixados pela falta dos babados com flores de cetim que confeccionei em diferentes tons de roxo e lilás, tons delicados, com pequenos cristais ao centro delas, no lugar dos miolos. E devo ressaltar que essa renda que faz a saia é transparente, e leve, de forma que minhas pernas podem ser vistas por baixo dela e das flores, assim como minha bunda na calcinha hot pant que uso. O resultado, apesar da desconfiança de Sammy enquanto eu o confeccionava, é um vestido elegante, sensual e deslumbrante.

— Definitivamente você vai ofuscar a noiva — Sammy concorda quando me observa vestida.

— Obrigada, finalmente uma palavra positiva.

Ela joga as mãos para o alto, como fazia quando éramos mais novas e ela desistia de me convencer a não fazer algo que eu queria muito fazer.

— Tudo bem, talvez não seja uma catástrofe total e você se divirta um pouco tirando o momento dela, então sorria, flerte, todos estarão avaliando cada passo seu, use isso. Faça esta ser a sua noite, Sury, que a noiva seja apenas sua coadjuvante.

Assinto, concordando e ela me ajuda a calçar os saltos então entro no táxi e vou perdendo a confiança conforme me aproximo do salão de festas onde será o casamento.

DEGUSTAÇÃO - UMA PROPOSTA PARA O BILIONÁRIOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora