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Onze meses atrás.

Louis Tomlinson.

Sou guiado por um corredor para uma espécie de sala branca e vazia, como as inúmeras que existem nesse lugar. Há uma mesa de metal com uma cadeira próximo a parede. Seria uma sala exatamente como as outras se não fosse por uma cama. Me sento nela quando os homens de Heraclito me colocam para dentro. Eles fecham a porta e eu fico sozinho por um instante.

Meu pulso dói como um inferno.

Quando pulei com Harry, ele me segurou pelo braço e eu acabei me desequilibrando. Não o culpo. Eu deveria saber que ele teria medo de pular e me faria de escudo humano.

Mexo o punho e solto um gemido doloroso.

Não acredito que tenha quebrado, caso contrário, não conseguiria mexê-lo. Acredito que tenha sido uma luxação.

Fico olhando para o teto quando um homem vestido de jaleco, acompanhado de Heraclito, entra na sala. Ele deixa uma maleta sobre a mesa e caminha até mim, sem dizer uma só palavra, puxando a cadeira para se sentar em minha frente, enquanto examina o meu pulso.

ㅡ Sinto lhe dizer, bonitinho… o médico temos, mas máquina de raio x já é exigir demais. Torça para que não tenha quebrado ou trincado.

Heraclito diz, enquanto fica próxima a porta, com seu vestido tubinho vermelho bordô, e seu cabelo cacheado solto. Seus saltos agulha estão sempre presentes. Ela é uma mulher um tanto quanto enigmática e gostaria de saber o que se passa nessa cabeça monstruosa e maquiavélica.

No entanto, solto um gemido quando o médico gira meu braço.

ㅡ Parece uma luxação. Mexa os dedos.

Faço o que ele manda, apesar de sentir dor e ele concorda com a cabeça, comprovando que é apenas uma luxação.

ㅡ Vou enfaixar e em alguns dias estará melhor. Não faça muito esforço, tente não movimentar muito este braço.

Assinto e ele se levanta indo até a mesa para pegar os materiais para enfaixar o meu pulso. Quando ele volta a se sentar em minha frente, eu encaro Heraclito.

ㅡ Hoje não pediu para seus homens acompanhá-la até aqui? ㅡ Pergunto. ㅡ Perdeu o medo ou está começando a confiar em nós?

Ela solta uma risada breve e dá dois passos para a frente, se escorando na mesa.

ㅡ Você me parece respeitoso demais para tentar algo contra mim. O único que não parece respeitar uma mulher, independente de qualquer coisa, é o esquentadinho. Embora eu saiba que em uma luta corporal, eu acabaria com ele num piscar de olhos.

Não duvido de suas palavras. Heraclito não seria a cabeça dessa facção se não soubesse se defender. Seu rosto angelical não esconde sua verdadeira face.

O médico continua enfaixando meu pulso quando volto a olhar para Heraclito.

ㅡ Posso te fazer uma pergunta?

Ela não responde, e apenas me encara erguendo a sobrancelha, então, tomo liberdade para perguntar.

ㅡ Neste evento que fomos hoje, depois do roubo, não há perigo de sermos procurados? ㅡ Questiono. ㅡ Você disse que não havia câmeras e nem nada do tipo, mas Magnólia pode,quem sabe, dar queixa… não sei. Corremos perigo de estarmos sendo procurados agora?

ㅡ Eu não arriscaria perder algum de vocês na primeira semana. Não sou burra. Eventos daquele tipo são fachadas para coisas muitos mais obscuras do que imaginam. São usados normalmente para orgias e práticas sexuais não muito convencionais. Sem contar nos contrabandos que são negociados lá. Eles não gostam de chamar atenção para esse tipo de evento. Magnólia provavelmente está puta, mas isso é apenas um grão de areia em sua fortuna. Mais dia, menos dia, ela esquece e cai em outro golpe, feito por outro carinha bonitinho por quem ela esteja desesperada para dar.

CARDINAL [L.S]Where stories live. Discover now