Epílogo [parte dois]

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Harry Styles

Eu nunca fui adepto a crenças, de nenhum tipo. Sempre fui cético em relação a maioria das coisas, pessoas, santos, esoterismo, misticismo, espiritualidade, energia, cosmos, astros, cristais, magia e todas as outras infinitas coisas que as pessoas decidem se apegar para viver mais pacificamente no mundo e para ter a quem culpar quando as coisas dão errado.

Mas de uma coisa eu posso ter certeza: eu estou aqui. E mais do que isso, eu finalmente consegui compreender que independente do que acredito ou não, é impossível questionar que duas almas se reconhecem em qualquer universo. Porque elas se reconhecem, e mais do que isso, elas se conectam.

Eu nunca precisei dizer a Louis que ele escondia algo para que ele me contasse sobre suas experiências traumáticas nas forças armadas. Nunca precisei perguntar de Hugo para que ele me contasse que o havia perdido em um ataque no Afeganistão. Nunca precisei questionar os seus sentimentos, porque ele simplesmente disse: "Não é necessário esquecer para superar. Hugo foi o meu primeiro grande amor, mas ele se foi, eu permaneço aqui, e preciso me permitir amar novamente."

Não precisei morrer para que ele ㅡ em uma das centenas de noite em que amou meu corpo com tanta doçura, devoção e cuidado, suas mãos percorrendo cada curva, explorando cada pedaço de pele ㅡ encontrasse a minha orelha com a boca apenas para ofegar confidenciando: "Você me foi enviado pelo céu."

Ou quando em um dos meus ataques de tagarelice, ele dissesse, me observando com tamanha ternura: "Eu amo a sua voz. Poderia passar o dia inteiro apenas te ouvindo."

E ele nunca precisou me dizer que eu era quebrado em milhares de pedaços e era por isso que eu reluzia; ele simplesmente me disse: "Você ilumina qualquer lugar. Seu sorriso é a coisa mais brilhante da minha vida."

Louis não me conheceu quebrado, relutando contra qualquer sentimento que pudesse invadir meu coração, traumatizado, recluso, fechado, repelindo qualquer migalha que pudesse surgir pelo caminho. Louis me conheceu inteiro. Pronto. Curado. Entregue. De braços abertos e não de punhos fechados.

Louis não precisou me conquistar, ele me reconquista todos os dias. Ele é a chama que eu tanto procurei durante a vida. Ele é meu pertencimento. Quem fica, apesar de tudo. O que permanece independe de qualquer coisa.

Ele acende minha alma, incendeia meu peito, carbura meu coração em completo amor.

E mesmo vivendo uma história completamente nova, algumas coisas simplesmente permanecem as mesmas. Louis ainda me cala com beijos, não deixando que eu termine frases completas. Ainda me irrita. Ainda me tira do sério e é irônico.

Ele nunca questionou as coisas que falo, ou como o conheço tão bem. Acho que ele realmente levou a sério que eu possuo algum tipo de clarividência ou que fomos destinados um para o outro. E quando, sem pensar muito, o chamava de praga, ele sempre me encarava franzindo as sobrancelhas, soltando a risada mais gostosa do mundo. Ele não entendia, então, certo dia, ele finalmente me perguntou:

ㅡ Por que está me chamando de praga, amor?

Olhando em seus olhos, sem nenhuma hesitação, eu respondi:

ㅡ Porque assim como a praga toma conta e consome toda uma lavoura, você tomou posse e consumiu todo o meu coração, Louis.

Desde então, ele adora que eu o chame de praga, e às vezes, ele mesmo se intitula assim. Quando o chamo de Louis, ele replica: "Louis não, sua praga."

Sinto falta de que ele me chame de gigolôzinho, mas não haveria motivos para isso, já que, para todos os efeitos, nunca fui um. Consigo lidar com isso, ainda mais sendo consolado por todos os apelidos que ele sempre utiliza: "amor, paixão, minha razão de viver, pedacinho de céu."

CARDINAL [L.S]Where stories live. Discover now