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me dêem valor pq escrevi esse capítulo inteiro de ressaca, só pra poder atualizar hoje. além disso, o capítulo está grande. se preparem para passar um pouco de raiva.  enemies to lovers é isso.

Cinco meses antes.

Louis Tomlinson.

Às vezes tenho a sensação de que o tempo parou para mim. Desde o dia que passei por aquela maldita porta depois de ter recebido aquele maldito cartão.

Eu sempre fui uma pessoa extremamente correta em tudo o que me propus a fazer. Nunca tinha passado a perna em ninguém. Nunca tinha feito nada de errado ou fora da lei. Nunca me apossei do que não era meu. E todas as pessoas que matei quando entrei para as forças armadas foram para me defender ou defender os meus.

Aí apareceu essa merda dessa facção, que fez com que todos os meus princípios fossem revirados ao avesso.

Roubo estabelecimentos de pessoas que provavelmente só possuem aquilo. Roubo pessoas que podem ser inocentes. Pais de família. Pessoas que devem ter lutado para construir patrimônio.

Eu odeio cada segundo.
E não há um dia sequer que a ideia de desistir de tudo não passe pela minha cabeça.

A única coisa que me matem fazendo tudo que faço são os outros quarto. Heráclito foi bem clara quando disse inúmeras vezes que a atitude de um respinga no outro. Se eu fugir, sei que ela provavelmente jamais me acharia…ou acharia… não sei. O que sei é que se isso acontecesse, os outros quatro teriam que lidar com as consequências da minha atitude; e eu conheço Heráclito o suficiente para entender bem o que ela é capaz de fazer. Sei que ela não brinca e não quero ter que pagar para ver. Não quero que ninguém pague pelas minhas escolhas.

Hoje é um daqueles dias que me sinto um bosta.

Roubei um estabelecimento de um ourives. O dinheiro era pouco, mas o importante nessa missão era roubar matéria prima. Heráclito escolhe a dedo os lugares. E ela não me faz roubar nenhum lugar que não dê lucro de pelo menos vinte mil dólares.

Poderia ter sido um assalto como qualquer outro, se o ourives não tivesse chorado quando eu apontei a arma em sua direção. Ele disse que eu poderia levar tudo, mas que implorava para que eu não o matasse porque ele tinha uma família para sustentar. Por pouco não hesitei e saí de lá. Mas como sempre, minhas atitudes e minhas consequências não são só minhas, e eu continuei com o assalto, mesmo com ele aos pratos.

Sei que o dinheiro ele consegue recuperar, mas talvez, naquele momento, eu tenha implantado um trauma permanente. E isso me consome.

Não quero isso para mim. Não quero ter que lidar com isso matutando em minha cabeça. Não quero que outras pessoas fiquem traumatizadas por minha causa.

Hoje eu queria apenas desaparecer.

Mas, ao mesmo tempo, sinto que a minha vida melhorou. Sinto que agora, eu tenho uma razão para continuar. Coisa que eu não tinha antes.

Odeio cada segundo, de cada missão, mas se não fosse por isso, eu não sei se estaria mais aqui.

Chego em casa quebrado e exausto e vejo Harry jogado no sofá, dormindo. Aí está meu outro ponto fraco. É uma tortura viver com ele todos os dias, mas agora, é uma tortura diferente.

Não suporto sua presença. Antes, era porque sua presença era realmente insuportável. Agora, é porque toda vez que a gente se esbarra, ou troca uma palavra, ou se olha, eu sinto pontadas na boca do meu estômago.

Sinto que, desde que nos conhecemos, temos apenas três estágios frequentes: ou estamos quase nos matando, ou estamos transando, ou estamos indiferentes.

CARDINAL [L.S]Where stories live. Discover now