Cap. 5

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- Marco! Marco! Marco! Volte aqui! Estou falando com você... - fui ignorada pelo adolescente - você não pode agir assim comigo!

- que droga Runa! Deixa de ser chata você nem é minha mãe. Então para de querer mandar em mim.

- mas eu sou a mais velha aqui, então se comporte mocinho e me obedeça!

- me deixa em paz! Fique sabendo que vou falar pra minha mãe.- me assustei ao ouvir aquelas palavras

- espera Marco! Não faz isso. Eu só pedi para que você limpar sua bagunça

- isso é trabalho seu! Me deixa em paz merda!! - ele berrou batendo a porta na minha cara.

- Ahhh que saco! - Cuspi as palavras num sussurro.

É melhor eu começar a limpar essa casa, talvez isso amenize  a irá da minha tia. Temi que Marco realmente dissesse algo. Ele é um grande mentiroso, pode inventar uma história três vezes maior.

Em pleno sábado eu estou aqui separando produtos para limpeza e higienização da casa. Eu poderia estar estudando ou até mesmo dormindo. A mudança de planos da família, também estragou os meus.

Comecei limpando a parte superior, assim que Marco saiu com seus amigos. Foram longas horas de trabalho, já faziam uns dias que não era feita faxinas assim.

Limpei todos os cinco quartos, as escadas, os banheiros, toda a sala incluindo estantes e todo tipo de mobília. Finalizei na cozinha, limpando todos os armários e utensílios, aproveitei para fazer algo para eles comerem. Apesar do hora já estar bem avançada consegui fazer uma torta de maçã e uma deliciosa macarronada com molho vermelho e bacon.

- espero que eles gostem!

Não demorou muito para os integrantes começarem a chegar.

Nesse instante fui para meu quarto, tomar um banho. podia ouvir as risadas e conversações altas de meu tio vindas da sala, ele é um homem calmo e bondoso, complemente oposto da minha tia. Um pequeno arrepio me percorreu a espinha quando escutei a voz dela.

Assim que mergulhei meu corpo na água morna senti cada parte dolorida ser relaxada. Minhas mãos arderam devido os pequenos cortes, mas eu estava satisfeita por conseguir concluir as tarefas antes que minha tia chegasse.

Estava tudo silencioso no meu quarto até que ouvi a voz da pequena Meg, invadindo meu quarto.

- Runa! Runa! Runa!

- estou tomando banho! - anunciei. Logo ouvi seus passos se aproximar da porta.

- mamãe disse que precisa falar com você. E tem que ser agora!

Espero que não seja nada ruim.

- tudo bem. Assim q eu termin...

- é Agora Runa! - a voz de minha tia se sobressaiu me fazendo calar, ela parecia irritada.

É!! Acho que me enganei.

Sai apressada da banheira e me enrolei com uma toalha e apenas tirei o excesso de água do cabelo. Quando abri a porta me dei de cara com ela olhando minha escrivania. Seu olhar analizavam cada um dos meus produtos. Do outro lado do quarto estava Meg, que mexia nas minha tintas. Congelei quando ela passou próxima a gaveta onde guardava meu dinheiro.

- Meg por favor não mexa nisso... - sussurrei, vendo que a garota estava abrindo as tintas e poderia sujar todo quarto. E também usei como distração para minha tia.

- vai gritar com minha bebêzinha também!?? - minha tia berrou. - O que fez, Eu e Meg assustarmos.

- pensou que eu não iria ficar sabendo do que fez com Marco...

Que saco! Aquele adolescente metido a besta já inventou histórias. Me preparei pra ouvir as mentiras.

- eu te criei como minha filha te dei um lugar pra morar, comida, roupas, estudos! E você grita e chinga meus próprios filhos!? Sua garota ingrata. - ela se aproximava como uma onça prestes a atacar - Achou mesmo que limpando a casa, que não é mais do que sua obrigação, eu iria deixar isso passar?? -  ela apontava o dedo sobre meu ombro nu me espetando com suas unhas - vai ter o castigo que merece! -

- mas tia, eu não fiz ... - o estalo ecoou pelo quarto... quando voltei minha cabeça em direção a ela sinto os fios de cabelo molhados caírem sobre minha face, que agora ardia pelo tapa.

- se eu souber que fez algo aos meus filhos novamente, vai ser muito pior. Você me entendeu?

- sim.

Eu não sei o que fazer e até mesmo o que sinto nesse momento. Ela realmente me bateu?

Apalpei a região que ainda ardia, ao olhar para a porta vi Marco com uma cara de deboche, e antes de sair me mostrou o dedo.

Tudo isso porque pedi para ele limpar uma simples sujeira, feita pelo mesmo.

Assim que todos se retiraram voltei como um zumbi para o banheiro.

Eu não consigo chorar, nem se quer sinto vontade de chorar, que sentimento estranho é esse? É como um Estado de choque. Você não sente e mal consegue se mexer.

Encarei meu reflexo. O rosto ainda úmido exibia uma grande marca vermelha dos dedos finos de minha tia.

Sinto falta de Ethan! Com ele aqui tudo parecia melhor.

Até quando vou conseguir suportar isso?

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Parentes?Where stories live. Discover now