Cap. 39

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Nunca havia me sentido tão ansioso como fiquei esse tempo longe dela.

Lá no lago ela estava tão esplêndida, seus olhos verdes combinam perfeitamente ao ambiente natural, é como se ela carregasse toda a beleza da natureza em seu olhar. E quando olhava pra minha boca - Ahh - me deixava louco. Aquela boca avermelhada, uma verdadeira tentação - Quando vou poder senti-la novamente? Será que vou ter essa chance? - me lembrei da "bela" desculpa que dei para que ela não se sentisse culpada por ter beijado o "tio" mas por algum motivo eu estou me sentindo culpado.

Sai do banho ouvindo o som de algo tocar baixo, uma música vinda da sala. Vesti apenas minha calça de moleton e desci encontrando minha menina tocar o violão que ganhou de Linda.

Quando me viu o colocou de lado.

- por que parou? - perguntei me aproximando.

- você gostou?

- sim... Você toca muito bem.

- obrigada... - ela sorriu meiga.

- quer dançar comigo?

Uma pergunta bem repentina.

- agora?

- sim... Antes de sair você me pediu pra dançar e agora que voltou eu te peço uma dança.

Me levantei a seguindo até o centro da sala.

- senti sua falta... - ela disse aproximando seu corpo ao meu.

- mas foi apenas um dia e meio. - falei sabendo que eu também senti muito a falta dela

- eu sei... Mas nunca fiquei tão sozinha assim.

Sorri diante de sua doçura.

Começamos uma dança calma, com ela apoiada ao meu peito. Desisti de tentar evitar que ela ouvisse meu coração acelerado. Apenas relaxei com o momento "deixa tudo com o tempo"

- David?

- sim

- o que você ia me dizer mais cedo, lá no lago. Antes de Linda nos chamar?

Eita! Sem saída. Respirei fundo, internamente.

- bem... Eu ia perguntar como deseja esse "primeiro beijo" Disse que não quer que seja cinematográfico, então, como quer?

Ela ergueu a cabeça para me encarar com suas bochechas rosadas.

- Ahhh... não sei, talvez, um beijo que inicie lento, seja calmo, e que eu sinta o carinho da outra pessoa. Um beijo que eu possa aproveitar e sentir todo os sentimentos e desejos. - sua fala saiu em um tom um tanto irônico. Como se ela estivesse sendo específica ao indivíduo escondido ali, naqueles desejos.

- já tentou imaginar ele?

Estremeci quando seus olhos verdes encaram o interior da minha alma. Essas perguntas estão saindo de mim como se eu estivesse drogado. A forma como ela permanece a vontade perto de mim, mesmo depois de eu tê-la beijado, faz meu corpo e mente relaxar. Ela tem um feitiço, que está me fazendo ficar maluco e completamente fora do foco.

- Já... 

Acho que estou prestes a fazer uma loucura.

- você... quer... Tentar?

O rubor em suas bochechas se intensificou. E agora eu não posso mais voltar atrás. -o que eu tô fazendo!!-

- mas... não vai ser errado? 

- desculpe... - tentei desviar o olhar (o que deu na minha cabeça!) Por alguns metros segundo pareço voltar a sã consciência

- se você não se importar... eu... eu... eu... quero... - ela soprou essas última palavra como uma melodia envolvente.

Parentes?Where stories live. Discover now