Cap. 30

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Sai em disparada para seus braços o empurrando alguns passos para trás com o impacto.

- é você mesmo!? - não parece real.

- sim... Sou eu em carne e ossos... eu senti tanto sua falta!

- eu também... - seus braços me apertaram forte contra seu corpo.

- pensei que nunca mais iria vê-lo... - eu não conseguia solta-lo, tinha medo que aquilo fosse um sonho.

- e... - ele com esforço me fez olhar para seu rosto, não queria me afastar nem um centímetro. - como prometido, aqui seu buquê de Hortências... -

- você lembrou!

- acha que eu iria querer ficar cinco segundo sem falar com você!? De jeito nenhum!

Sorri entre o choro. Tornando a agarra-lo.

- você sabia David? - olhei para o ursão que sorria satisfeito.

- sim, ele era a pessoa que eu me encontrei ontem no bar.

- agora tudo faz sentido... E eu pensando que vice era G... - num salto David cobriu minha boca com as mãos impedido de terminar a frase.

- tá tudo bem não precisa terminar... - ele riu.

- vamos tomar um sorvete. Quero matar a saudade!

Concordei, enquanto saíamos, comigo agarrada a cintura de Ethan.

Tá tudo tão perfeito, será que o destino realmente sentiu pena de mim?

Mesmo tendo presenciado a cena que vi ontem, o peso dela não me afetou como pensei que afetaria. Eu me senti uma verdadeira idiota, mas o real motivo de eu ter ficado daquela forma e bebido tanto, foi saber que havia um "alguém" junto de David naquela pequena sala acima de onde eu estava. Ah! Se eu soubesse que era Ethan. Teria me poupado dessa dor de cabeça e de ter passado aquela baita vergonha. Como sou bobinha.

Na sorveteria Ethan me contou tudo que havia acontecido nesses últimos dois anos que ficamos afastados. Falou sobre ter arranjado uma namorada, fiquei com um fiozinho de ciúmes, mas também estou torcendo por eles. Ele disse que ela é muito gentil e legal. Bonita eu sei que é, ele nos mostrou uma foto dela.

Quando voltamos para casa fui direto para os fundos colocar meu buquê em um jarro com água.

Uau! Nunca imaginei ter uma manhã tão feliz quanto essa. Confesso que estou com medo que isso acaba ou seja apenas um sonho.

- Baby!?

David me chamou da sala. Corri imediatamente para onde ele é Ethan se encontravam.

- cheguei! - anunciei eufórica.

Os olhares que recebi já diziam que não vinha notícia boa. Nossa, até que demorou muito.

- o que aconteceu?

Ethan se aproximou me puxando de encontro ao seu peito, enroscando seus fortes braços entorno do meu pescoço, correspondi abraçando sua cintura.

- eu estou aqui por um único motivo...

Aquelas palavras e todo esse clima de tensão estão me deixando ansiosa.

- e-e qual é?

- Nós militares precisamos fazer um tipo de apresentação de tempos em tempos. É meio que dizer "eu ainda estou vivo" mas esse tipo de apresentação é apenas para soldados já aposentados ou afastador por motivos plausíveis... -

Logo já entendi que ele não estava referindo a si mesmo.

- acho que entendi... - me afatei encarando David que estava assentado no sofá brincando com os dedos.

- mas quanto tempo dura isso?

- são apenas alguns dias, contando com os da viagem.

- você veio pra ir junto com David?

- sim exatamente.

Não entendo porque estou tão assustada, e meu coração tão apreensivo é só uma viagem de apresentação, não tem motivos para que eu me sinta assim, certo?

Viagens... Elas sempre me assustaram.

Na minha memória tive uma antiga lembrança desbloqueada.

Apesar de não recordar exatamente de seus rostos, as vozes ainda permanecem em minha mente, principalmente as palavras "é só uma viagem filha... Voltamos logo" ela não mentiu, eles voltaram logo, mas em grande caixas de madeiras.

As batidas do meu coração estão tão altas e o ar parece tão pesado. Um som agudo me ensurdeuceu e tudo girou... O que está acontecendo, até parece que vou desmaiar.

- Baby!? Você tá bem! - a voz de David surgiu como se eu saisse de dentro de uma caixa apertada, quando me dei conta ele estava me sustentando com seu corpo, minhas mãos estão suadas e tremendo. O que aconteceu?

- o que acontecendo D. ? - me agarrei a ele como uma criança apavorada. Meu corpo não para de tremer.

- tá tudo bem Baby, apenas tente respirar com calma ok? Eu estou aqui, Ethan também. Está tudo bem... Não precisa sentir medo. - as mãos dele deslizavam constante sobre meu cabelo, me acalmando aos poucos. Enquanto sentia minha respiração regularizar lentamente.

- Coelhinho, você teve um pequeno ataque de Pânico... Mas não precisa ficar assutada, ou temer... Está tudo bem... - a voz mansa de Ethan penetrou meu íntimo, como naquelas noites em que eu apanhava da minha tia, e ele batia suavemente a porta e vinha me acalentar.  Aos poucos minha mente se acalmou assim como o restante do meu corpo.

- eu tenho medo...

- do que sente medo?

Aconcheguei minha cabeça no peito de David, pude ouvir suavemente as batidas compassadas de seu coraçã.

- tenho medo de perder vocês... Como perdei meus pais.

- Ahhh Baby... - ele me suspendeu no colo nos levando até o sofá. Ethan foi para a cozinha preparar um chá.

David me fez ficar de um jeito confortável ali em seu colo, me senti acolhida e protegida. Os braços dele ao redor do meu corpo pareciam cordas grossas que não me deixariam cair. - Nada e nem ninguém pode me fazer mal aqui -

- você nunca vai nos perder... Você nunca vai me perder... - suas mãos subiram até meu rosto o acariciando - você tem meu coração... - ele sussurrou deixando a voz ainda mais grave - e agora ele bate por você. É meu dever e desejo cuidar e te protejer... -

Mechi meu corpo para conseguir erguer a cabeça e encara seus olhos que já estavam sobre mim. Ouvir essas palavras enrolou meu coração em um grande cobertor quentinho.

Quando esse sentimento surgiu? Há quase um ano atrás eu nem fazia ideia de sua existência, e hoje ele se tornou tudo pra mim. Apenas pensei em perde-lo e tive uma crise de Pânico.

Ouvi algo se romper no fundo da minha mente, lá no meu subconsciente. Foi como o fluir de um rio que levou refrigerio ao meu coração sensível. Um sentimento manso e calmo. Será que isso é o significado de "o amor chegou"?  Eu não sei dizer e descrever melhor o que estou sentindo agora.

Só espero que no final desse fio vermelho, esteja David.

- Eu... - será que está cedo de mais para dizer essas palavras - Eu... - seu olhar parecia esperar ansioso por minhas palavras -

- Obrigada por estar aqui comigo...-  sorri voltando a deitar a cabeça em seu peito.

Não foi dessa vez, mas, não estou frustrada por não conseguir falar, é preciso muita força e coragem para expressar essas três palavras tão pesadas.

  Ele me apertou um pouco mais ali entre seus fortes braços.

Agora tenho um, bom, problema. Superar esses sentimemtos quentinhos, cheios de paz, por meu Tio.

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Parentes?Where stories live. Discover now