Cap. 23

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Jonhatan nos guia calmamente para fora do restaurante. Tivemos um momento incrível juntos, gosto da companhia calma e atenciosa dele. Agora, a noite estrelada enfeita nosso momento mágico a sós.

- o que achou do jantar? - sua voz doce me envolveu assim como seus braços fortes.

- eu amei... Estava maravilhoso.

Ele me olhava de forma doce e ao mesmo tempo desejosa. Me fazendo lembrar das palavras do homem de Boné da semana passada, sobre observar.

- que bom...

Uma de suas mãos tomou minha bochecha acariciando suavemente a região com o polegar.

- me lembrei que temos um assunto pendente...

- a é? E sobre o que é? - sorri entendo ao que ele se referia.

Mesmo no silêncio seu sorriso gritava para meu coração todas as palavras mais belas que brilhavam em seus olhos.

Ele se inclinou até que nossas testas se tocassem em seguida esfregou carinhosamente a ponta do nariz ao meu. Um momento calmo, mas por dentro tudo parecia estar vibrando e desejando aquilo com toda força, era como segurar um agitado cão por uma pequena linha.

Faltando centímetros de seus lábios tocarem os meus, um pensamento invadiu minha mente, me causando um breve espasmo. A hipótese de que ali poderia ser David me trouxe o desconforto de duas semanas atrás. A lembrança do momento que tivemos na sala isolada do bar, ainda me afeta, sempre que me lembro meu copo aquece deixando meu coração agitado.

Mas, antes que Jonathan percebesse o que aconteceu.

*Celular vibra* furiosa por ter perdido o clima, peguei o celular do bolso, me afastei alguns passos e atendi.

Ligação:

- Oi!

- oi, baby... Porque parece brava?

- porque eu tô!
(Sempre que sinto isso, fico nervosa porque não estou mais conseguindo evitar de pensar)
- aconteceu alguma coisa?

- Graças a você não!

- ei! Calma aí mocinha... Já são mais de dez horas da noite, você já deveria estar em casa, me deixou preocupado com seu sumisso.

- eu já tô indo David. Tchau!

Desliguei antes que ele pudesse terminar de dizer algo. Talvez ainda de pra tentar algo, encarei Jonhatan com um olhar tristonho.

- era ele?

- é...

- não fica assim, amanhã da uma passada lá na floricultura... -

- tá... - sorri recebendo um beijo longo na bochecha que, começou a se arrastar para meus lábios. Novamente o mesmo pensamento sobre David, me arrastou para um desconforto do contato com Jonathan.

*BUSINA!*

- que saco David! - remunguei me virando para a picape parade frente ao restaurante.

- vai lá, é melhor não irritar ele, ou nunca mais vai nos deixar sair juntos.

- é... Até amanhã anjo!

- até...

Fui para a picada com a mente completamente bagunçada e frustrada. David tinha um olhar curioso, ele não faz nem ideia que dá bagunça que está na minha mente, sempre que sinto algo eu converso com ele, segredos, medos, traumas. Mas não posso falar sobre isso. pode afetar nosso relacionamento, não quero perder esse contato que temos. Se ele desconfiar de algo, vai querer se afastar.

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