𝐂𝐑𝐘𝐒𝐓𝐀𝐋 𝐂𝐎𝐍𝐓𝐑𝐀𝐂𝐓, 𝐴𝑛𝑎𝑠𝑡𝑎𝑐𝑖𝑎 𝐶𝑜𝑜𝑝𝑒𝑟

𝟎𝟕.

CAPITULO 07.
Paredes brilhantes.

𝐎 𝐒𝐎𝐌 𝐃𝐄 𝐒𝐔𝐀 𝐑𝐈𝐒𝐀𝐃𝐀 𝐌𝐄 𝐃𝐄𝐈𝐗𝐀𝐕𝐀 𝐂𝐎𝐍𝐅𝐎𝐑𝐓𝐀𝐕𝐄𝐋, ainda mais quando nossas gargalhadas estavam em sintonia, isso me deixava alegre. Encaro a mulher sentindo meus olhos brilharem, a mais velha me fita de volta e sorri como jamais havia feito antes, ela se aproxima de mim e se abaixa para ficar na mesma altura que eu, sua mão toca minha bochecha e acaricia minha pele escura e brilhante assim como a sua, ela afasta a palma e afasta um pequeno cacho enrolado de meu rosto o levando para trás de minha orelha.

-Eu te amo tanto, Anastacia...-Sua voz suave é absorvida por mim-Você é minha única filha...e eu sou grata por isso...

-Eu também te amo mamãe!-A mulher sorri ainda mais.

-Anastacia...

-Sim?-Questiono sentindo o ar mudando, se tornando cada vez mais diferente.

-Anastacia...-Junto o cenho e encaro minhas mãos, eu não era mais uma criança.

-Mamãe?...

-Anastacia!-Sua voz muda de tom se tornando uma mais grave.

Abro os olhos e fito Viktor que tinha seus olhos espantados e suas mãos trêmulas.

-Não feche os olhos, querida, fique comigo...

Essa foi a última coisa que ouvi antes de desobedece-lo.

O ar estava frio, meus pelos estavam arrepiados e um barulho irritante havia me despertado, abro minimamente meus olhos e observo ao redor, luzes fortes, paredes brilhantes e brancas, o ar condicionado estava no dezesseis o que explicava tamanha frieza ambiental.

Abaixo meu olhar ao meu corpo, eu estava com a vestimenta hospitalar, em meu rosto havia uma máscara de oxigênio e em meu braço uma agulha presa que levava em direção ao soro. Viro minha cabeça para o lado e encaro o homem sentado na poltrona perto de minha cama, seu terno estava apoiado em seu colo e sua camisa social estava dobrada nas mangas, suas mãos estavam em sua cabeça e seu corpo arqueiado para frente facilitando o apoio de seus cotovelos nas coxas.

Olho para o rapaz em pé próximo a si e o reconheço no mesmo instante, o cabelo loiro e bagunçado, os olhos azuis cabisbaixos e melancólicos, era Liam ali perto de meu pai.

-Liam...-Murmuro com certa dificuldade, ao escutar minha voz ambos me encaram com rapidez.

Meu pai se levanta e vem até mim segurando minha mão, encaro seus olhos lacrimejarem ao ver meu estado.

-Oh, minha filha querida...não fale muito, suas cordas vocáis estão bem machucadas e irritadas...-Balanço a cabeça em confirmação e encaro Liam de volta, o loiro se aproxima de mim e me lança um sorriso confortante-Eu sinto muito filha, pelas coisas que eu lhe disse e por não ter prestado atenção nos sinais...

Retorno ao meu pai, era raro ele pedir desculpas, mas ele não tinha culpa do que houve comigo, eu era a culpada, eu quem deveria ter notado os sinais.

-Não...-Murmuro outra vez e ele nega.

-Não tente falar, Ana, não se esforce muito...-Volto a Liam e ele retira de seu bolso um pequeno caderno e caneta-Use isso.-Pego os objetos e escrevo com lentidão, mostro ao meu pai.