𝟑𝟎.

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CAPITULO 30
Ultima parada: Liberdade.

𝐄𝐒𝐓𝐀𝐕𝐀 𝐏𝐀𝐑𝐀𝐃𝐀. 𝐎𝐁𝐒𝐄𝐑𝐕𝐀𝐍𝐃𝐎. Os pássaros do lado de fora do apartamento era a única forma de distração que ela havia no momento, a única forma de fugir, mesmo que temporariamente, da tempestade que ocorria do outro lado da porta de seu quarto.

Os pássaros somem de sua vista, como se tivessem sido espantados pelos diversos gritos femininos e masculinos dentro daquele cubículo. Miranda se vira para a porta fechada e respira fundo, ela retorna a observar a janela mas logo se assusta ao escutar a porta do quarto ao lado ser fechada brutalmente. Encarou a parede vizinha assim que a briga havia cessado, agora a parte pior viria.

Miranda junta o cenho e se deita na cama pegando sua almofada e tampando seu rosto e ouvidos, os gemidos começam, assim como os gritos totalmente diferentes dos anteriores. Fechou os olhos ao escutar sua mãe exclamar para ir mais forte e mais fundo. Contraiu o corpo ficando em posição fetal, era torturante.

Voltou a abrir os olhos ao escutar um barulho diferente, este dessa vez vindo do lado de fora, agora de fato a tempestade era real e não metafórica. Se pegou observando as gotas de água da chuva que escorriam pela janela, com isso, conseguiu ignorar os barulhos do quarto ao lado e focou apenas em sua mente inquieta e quando não era seus pais era ela que a mantinha acordada a noite, as vezes pensamentos bons outros ruins, mas Miranda não saberia dizer o que seria dela se não fosse por sua mente falante, mesmo que fosse desconfortante seus pensamentos turbilhósos também eram sua válvula de escape.

No dia seguinte, parecia que nada havia acontecido. A Belmond realmente não sabia dizer quem era o pior dali, sua mãe, uma viciada em cigarros e outros tipos de droga, seu pai, um álcoolatra ou a viciada que sempre voltava para o álcoolatra depois de uma briga pesada.

—Miranda, querida, não deveria estar na escola?—Sua mãe questiona com um cigarro entre os dedos.

Era uma mulher alta de cabelos pretos e curtos, um olhar cansado e o corpo magricelo, a voz era um pouco rouca. Era uma mulher jovem e bonita mas cheia de defeitos. Miranda a encara, a observa atentamente, amava a mãe mesmo com todos os seus erros, só não tinha muita certeza se ela a amava de volta, as vezes se questionava de quem sua mãe amava mais: Ela, sua filha , ou, o cigarro que a matava lentamente.

-Hoje é sábado, mamãe, eu não tenho aula-A mais velha a olha e fica em silencio.

Seu pai que também estava na cozinha se encosta na bancada e leva o copo que, milagrosamente continha água, a boca. A sra.Belmond sorri e se ajeita na cadeira.

-Ainda tem pensado em seguir na carreira de modelo?-Miranda intercala o olhar em ambos, os olhos agora brilhantes.

-Bom, sim, na verdade eu já ia contar a vocês—A menor junta as mãos e sorri—Ontem no caminho para casa vi um anúncio de uma agencia chamada, pelo o que me lembro algo com Cooper, eles estão fazendo entrevistas com garotas e garotos de todas as idades!-A mais velha junta o cenho.

-Mas voce é muito nova, só tem onze anos.-Miranda desfaz o sorriso aos poucos e nega.

-Tenho quatorze mamãe...-Seu pai ri e a mulher revira os olhos.

-É quase a mesma coisa, sua merdinha.-Miranda abaixa as mãos e engole a seco-Quem você acha que é pra me responder dessa maneira?-Miranda abaixa a cabeça e respira fundo-Não vai entrar nesse negócio estranho de Cooper, com certeza devem ser um bando de vigaristas querendo dinheiro—Ela faz uma pausa e analisa seu todo—Se bem que se fossem criminosos ou raptores de crianças eles nem te levariam, acho que se sequestrassem crianças ou adolescentes com esse anuncio ridiculo e abusassem delas voce seria a única que sequer seria tocada por ser tão magra e estranha.

𝐂𝐑𝐘𝐒𝐓𝐀𝐋 𝐂𝐎𝐍𝐓𝐑𝐀𝐂𝐓, 𝐎𝑛𝑎𝑠𝑡𝑎𝑐𝑖𝑎 𝐶𝑜𝑜𝑝𝑒𝑟Opowieści tętniące ÅŒyciem. Odkryj je teraz