𝐂apítulo 22

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𝐌ary 𝐇offman 𝐕ersion

  𝐎 dia havia amanhecido, Tom estava dormindo ao meu lado quando acordei, ele estava cuidando tão bem de mim, e o momento em que eu mais temia havia chegado, o velório de minha mãe.
  𝐌e levantei, tomei um banho e vesti um vestido preto, eu sabia que iria chorar, também sabia que não seria pouco, os meninos disseram que me acompanhariam e assim foi.

ਏϊਓ

  𝐀ssim que chegamos lá, eu me sentei no fundo da sala de visitas da igreja, um cômodo pequeno de paredes de pedra ao lado do santuário na igreja. Havia mais ou menos umas oitenta cadeiras dispostas pela sala, que estava dois terços cheia, mas a sensação era de que estava um terço vazia.
  𝐏or um tempo, fiquei só olhando as pessoas indo até o caixão em cima de um tipo de caminho coberto com um pano roxo. Todas aquelas pessoas que eu nunca tinha visto, amigos de minha mãe, que já havia sido uma mulher popular, elas se ajoelharam ao lado dela, a olhavam por momentos, algumas choravam, algumas diziam coisas, e a maioria colocavam as mãos no caixão, afinal, ninguém gostaria de tocar o corpo de uma defunta.
  𝐌inhas duas tias estavam em pés ao lado do caixão, abraçando as pessoas conforme iam passando, Bill e Tom se aproximaram, sorriram e vieram até mim. Eu me levantei e abracei primeiro Tom e depois Bill.

- 𝐄la amava tanto você... - a minha tia disse

- 𝐄la te mandava de verdade. Não era um amor qualquer, ela era a sua mãe. - acrescentou como se eu não soubesse disso.

- 𝐄́ ela também te amava, Célia. - falei baixinho. É difícil explicar, mas falar sobre a morte dela era difícil.

  𝐏ior mesmo acabará sendo ter que meter os meninos disso, eles queriam me ter por perto, cuidar de mim e isso era imperdoável. Então minhas tias falaram com todos, falaram com os gêmeos, com Gustav e Georg. Olhei para o caixão e só havia Tom, Bill, Gustav e Georg ao meu lado.
  𝐂aminhei até o caixão e me abaixei próximo, lá estava ela, a senhorita Elise Hoffman, minha mãe. Seu cabelo estava repartido ao meio, de uma maneira que ela odiava. O rosto gelado dela parecia plastificado. Mas ainda era a minha mãe, a minha bela mãe, aquela bela mulher que o que tinha de beleza, tinha de cruel.
  𝐄u estava usando o vestido preto que ela havia me dado no meu aniversário de 18 anos, eu estava acabada, completamente acabada.
  𝐐uando me ajoelhei pude perceber que seu olhos haviam sido fechados, claro que teriam feito isso, aqueles olhos azuis, iguais os meus e os de minhas tias.

- 𝐄u te amo mãe, te amo no predente do indicativo. - sussurrei e coloquei a mão sob o peito dela, no lugar onde havia seu coração, que já não batia mais em vida.

- 𝐄stá tudo bem mãe... Está tudo bem, eu te perdôo. - não tinha e não tenho, absolutamente esperança nenhuma de que ela pudesse me ouvir, eu me inclinei e beijei a bochecha dela.

  𝐃e repente me dei conta de que havia várias pessoas nos olhando, e que, na última vez em que tantas pessoas viram a cena em que eu dizia sobre o perdão, que a perdoava.
  𝐃ei uma risada e peguei um maço de cigarros em minha bolsa, o acendi e coloquei em cima do caixão, enquanto queimava, dei um sorriso fraco e senti as lágrimas caírem pelo meu rosto.

- 𝐄sse aqui você pode fumar agora - sussurrei.

- 𝐍ão irei me importar minha velha. - dei outro sorriso.

  𝐏ensei que iríamos ir até o santuário, mas a cerimônia aconteceu naquela mesma sala, propriamente dita. Um padre se posicionou atrás do caixão, quase como se fosse um púlpito, logo começando a falar.

???: 𝐀gora, nossa querida Elise, está no paraíso e agora será curada por inteiro, portanto, oremos.

  𝐌inhas tias falaram e eu falei, falei sobre tantas e tantas coisas, chorei, falei que amava a minha mãe, eu não sabia se acreditava em Deus ou se éramos felizes, mas esperava que ela fosse feliz se tivesse uma outra existência, ela tinha problemas e descontava em mim, mas eu havia a perdoado.
  𝐍aquela tarde voltei para casa com os meninos, Tom teria ficado comigo no quarto durante todo o tempo, me deu carinho, me deu amor, foi meu ombro amigo e agora eu teria que viver o meu luto para superar todas as coisas, seguir minha vida e ser quem eu realmente havia nascido para ser.

[ . . . ]

  𝐅oi um capítulo bem longo para se pensar então espero que tenha ficado bom, agradeço aos que leram até aqui, até a próxima!

~ com amor, Eric.

𝗠𝗘𝗨 𝗜𝗗𝗢𝗟𝗢 | 𝖳𝗈𝗆 𝖪𝖺𝗎𝗅𝗂𝗍𝗓 [Finalizada]Where stories live. Discover now