Capítulo 16

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Queria encontrar seu lar, consertar o que a vida lhe tinha tomado, os traumas que havia enfrentado. Achava que com o Taehyung conseguiria superar tudo, mas pelo visto não, queria encontrar seu próprio caminho. Seus próprios ideais. 

A descarga de adrenalina era tamanha, a correria enfrentada para fugir foi tanta que quando parou para observar a paisagem ficou impressionado, o sol trazendo várias nuances de rosa pastel e laranja, o azul forte preenchendo metade do céu. As luzes da cidade dando um certo destaque, permitiu-se apoiar as mãos na beirada do Rio Han, era lindo. A quanto tempo não parava para encarar a vida? A forma como a natureza marcava presença em coisas tão sutis e simples para alguns. 

Respirou fundo, permitindo sentir a sensação de todas as condolências na sua alma, não iria se privar de desfrutar nenhum sentimento nesse momento. Queria aceitar cada gota, dessa forma sentia que era humano e propício ao erro, significava que ainda sentia alguma coisa, até mesmo raiva. Não estava perdido ainda. 

As lágrimas desciam dos seus olhos, as orbes brilhando pela imensidão das estrelas que já encobriram o céu aos pouquinhos. Queria viver, sentir de qualquer forma tudo, respirou fundo mais uma vez as mãos se enfiando no bolso, havia esquecido que sua mãe havia tomado seu celular. Olhou mais uma vez para a paisagem, antes de suspirar, tomando sua próxima decisão.

A casa do Taehyung não era tão longe, andou de uma forma rápida até lá, os sentimentos entalados na sua garganta, tamanha pressa, pensou todas as vezes que falava de uma forma discreta, ou até mesmo com receio, gaguejando algumas palavras, a indireta na biblioteca que o autor desconhecido falou e o Kim não lhe respondeu nada. 

Chegou em frente a casa, não sabendo se era por conta da correria ou ansiedade ardente em se declarar. Era considerado por ser impulsivo, sendo algo que não orgulhava-se, mas estava tão cansado de omitir tanto. 

Apertou o dedo na campainha de uma forma apressada, pressionando até escutar o barulho percorrer por toda a casa. Sabia que os pais dele não estavam no recinto, conhecia os horários de cada um.

O acastanhado atendeu a porta, o short folgado marrom combinando com o moletom largo no corpo, demonstrando suas coxas expostas. 

— Jungkook? Onde você estava? Seus pais me ligaram tanto, estava tão preocupado! — O garoto lhe puxou para dentro, verificando cada detalhe do seu corpo, antes de puxar para um abraço. 

Jungkook foi, sentindo o cheirinho inconfundível, finalmente de lar, do sentimento acolhedor que só o mais velho possuía, envolveu a cintura alheia, em um abraço apertado. Percebeu que precisava elaborar seus próprios sonhos, e um deles era permanecer ao lado do Kim. 

— Achou que eu nunca te falei de uma forma tão sincera quanto agora, Taehyung — Jungkook desvencilhou do abraço, depositando ambas as mãos no rosto alheio, queria olhar nos olhos dele e tentar passar alguma segurança a todo sentimento que carregava. 

— Aconteceu alguma coisa? — O tom preocupado não deixava sua voz, as sobrancelhas franzidas. 

— Não quero ser influenciado por outras pessoas, meus próprios princípios, minhas próprias decisões, quero aprender a ser mais aberto e lutar pelos meus objetivos, e um deles é estar ao seu lado. — Ele aproximou o rosto, encostando ambas as testas. — Estou apaixonado por vocês, Tae. E entendo perfeitamente se você não corresponder os meus sentimentos, mas eu… 

Taehyung o beijou, mas não era um beijo qualquer, possuía desejo e pura sintonia entre os corpos. Jungkook fechou a porta atrás de si com uma das mãos, antes de agarrar a cintura alheia e apertar com todo sentimento que possuía, iria reafirmar com o contato toda paixão e amor que possuía. 

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