013. Traíra

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Ao contrário do que vocês provavelmente pensaram no final do capítulo anterior, o beijo que o meu noivo me deu não desencadeou uma transa. Não naquele momento. Eu teria ficado mais umas horas mexendo em algumas coisas no meu avião se o rapaz não interviesse e me convencesse a terminar outro dia. Certo, eu merecia um descanso, isso era fato e provavelmente estava estampado na minha testa. Caso contrário o Kenzo não faria tanta questão de me levar em casa quanto fez.

Era mais ou menos umas oito e meia da noite quando ele me levou embora. Devemos ter chegado lá por volta das nove quando acabamos desenrolando um sexo rápido dentro do carro dele. Bem, nem tão rápido talvez, mas o suficiente para ele chegar ao seu ápice dentro de mim duas vezes. Antes que vocês digam alguma coisa, leitores, eu digo que não, eu não engravidei. Faço o uso de anticoncepcional injetável constantemente, por isso não tenho problema em fazer sexo sem camisinha e deixar os meninos gozarem dentro de mim. Bem, voltando ao assunto de antes…

Aquele dia era um dos dias em que o pessoal da minha rua não saía da porta para fora de suas casas por nada. Geralmente você encontra as ruas do Liberdade lotadas nos dias de noite, mas naquele dia todo mundo preferiu ficar em casa, o que contribuiu para que eu e o meu noivo não fôssemos pegos transando dentro do carro. Ou pelo menos isso era o que eu imaginava que havia acontecido. Eu realmente achei que uma certa pessoa — como a minha queridíssima irmã — não pegaria a gente no pulo ou… Que nós a pegaríamos pulo. Foi a primeira opção que aconteceu. Depois da baixaria foi que eu e o meu noivo tivemos um momento para respirar, olhar para o outro lado da rua e perceber que estávamos sendo assistidos pela pirralha, que portava um sorriso ladino cínico no rosto. Será que eu preciso contar que no segundo seguinte eu e o rapaz estávamos nos vestindo tão rápido quanto o Flash…?

Eu sabia que ela ia me chantagear assim que eu entrasse em casa, e para evitar que isso acontecesse, eu teria que a chantagear primeiro. Por isso tratei de me despedir rápido do Kenzo e descer. Porém assim que botei os meus pés na rua e olhei para os dois lados, percebi a minha irmã indo para a direção direita à nossa casa — sendo mais específica, indo na direção da casa de um vizinho nosso que estudava na mesma escola que ela, um tal de Matheus. Sem querer a minha caçula acabou me dando a carta na manga perfeita para a fazer ficar de bico fechado sobre o que tinha acabado de ver. Matheus devia ser o tal menino da segunda série que ela estava saindo.

Nada além disso me fez ficar mais aliviada do que eu fiquei no momento em que soube dessa informação.

— Então você está enrolando o Matheus? — Eu perguntei assim que notei a minha irmã entrando na nossa casa

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— Então você está enrolando o Matheus? — Eu perguntei assim que notei a minha irmã entrando na nossa casa.

Dessa vez era eu quem a estava esperando acordada. Já era mais de meia noite quando Ayumi resolveu dar as caras novamente! Os nossos pais provavelmente dariam um esculacho nela se ainda estivessem acordados pelo horário, mas eu consegui os tranquilizar dizendo que sabia onde a menina estava e iria atrás caso ela demorasse muito.

Eu não fui, queria respeitar a privacidade da minha irmã. Mas, porra, meia noite? Se ela não tivesse usado esse tempo para dar para o menino, ela estava enrolando ele muito bem. E conhecendo o jeito peculiar da minha irmã, provavelmente ela não transou com ele. Ela mesma já assumiu ter uma aversão quanto a relações sexuais.

Playing Against Time | Bento Hinoto [SENDO REPOSTADO]Where stories live. Discover now