[20] Truque de cartas.

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Ilha de Paradis, ano 848

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Ilha de Paradis, ano 848.

Fazia uma semana que Stella saia de sua cama no meio da noite para se encontrar com o capitão da tropa de exploração, sempre com a mesma desculpa sobre não conseguir dormir, apenas para que pudesse passar um tempo sozinha com ele. Não acontecia nada além de flertes sutis mascarados como brincadeiras, mas era o suficiente para que Stella aguardasse ansiosa pela chegada da madrugada. Assim como Levi, que também estava se acostumando com sua presença, a conhecendo cada vez mais.

Ninguém desconfiava que aquilo estava acontecendo, afinal, eles agiam normalmente um com o outro durante os treinamentos, se atacando verbalmente por qualquer motivo banal que encontrassem para se implicarem. Aquela rivalidade estava se intensificando, mexendo profundamente com seus sentimentos, os quais ambos faziam questão de rejeitar.

Para a ruiva, aquela situação era ainda mais estranha, pois enquanto prometia fervorosamente a seu irmão que iria matar Levi em breve, se pegava pensando quando sentiria seu corpo contra o dela novamente. Ela se sentia uma hipócrita, uma traidora suja, para os dois lados da moeda. Estava de que lado? De Marley ou de Paradis? Para o que ou para quem ela estava lutando? Nada mais fazia sentido. Stella sabia que precisava dar um jeito urgentemente naquela situação, mas não conseguia se decidir, pois qualquer escolha que fizesse poderia afetar sua vida para sempre, e poderia ser irreparável.

Seu coração clamava por Levi, enquanto sua mente dizia para se afastar do mesmo o quanto antes.

Não era muito diferente para ele, que desejava a garota o mais longe possível. Levi não queria se apegar a nada e nem a ninguém, pois estava farto de perder todas as pessoas que amava, a ponto que a morte havia se tornado algo tão comum quanto suas madrugadas com Stella. Mas toda noite, ele avançava para cima da garota com flertes e a perguntava curioso sobre sua vida antes da batalha de Trost, onde se conheceram.
Aos poucos, o corpo de Stella vinha implorando por uma noite de descanso completo, pois havia passado a dormir enquanto executava tarefas do dia a dia, o que preocupava seus amigos e até mesmo Levi, que sabia o motivo daquele sono abrupto, por mais que Stella tentasse esconder, justificando-se com a sua insônia.

Hange já estava começando a ficar desconfiada, pois havia receitado a Stella remédios para dormir depois que a garota desmaiou no meio da tarde. Era estranho os remédios não funcionarem, pois a cada dia Stella parecia mais e mais exausta, suas olheiras estavam tão roxas quanto as de Levi naquele ponto. Por mais que os dois tentassem disfarçar que não se suportavam, a morena suspeitava que tinha algo além naqueles olhares sutis, como os que percebeu na recepção de cadetes.

Reiner também se sentia cada vez mais distanciado emocionalmente de Stella, o que o deixava profundamente magoado. O loiro não conseguia entender, as coisas há algumas semanas atrás pareciam estar indo tão bem entre os dois, e quando ele enfim conseguiu beija-la, a garota passou a fugir dele pelos corredores do palácio. Sempre que questionada se tinha algo de errado acontecendo, Stella desconversava ou inventava alguma desculpa sobre estar sobrecarregada e mesmo assim, ele continuava indo buscá-la todas as manhãs em seu quarto, já que a garota dormia feito uma pedra em sua cama e não conseguia mais acordar sozinha pela manhã. E todos os dias, ele tentava dizer a Stella o quanto a amava mas sua declaração sempre era interrompida por outra pessoa, parecendo até mesmo uma maldição. Além de que, nunca parecia o momento certo para isso, pois Stella estava sempre avoada em sua presença e não parecia o escutar mais.

PURE BLOOD | Levi Ackerman Where stories live. Discover now