Capítulo 3

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A última vez que tinha visto Harry tinha sido em outubro, já era época de natal, a forte nevasca diminuía a clientela da floricultura, o que por sinal não era ruim. Decidida em achar hobbys para passar seu tempo sem o garoto, foi a um pub para relaxar.

O local estava um tanto que cheio, a maioria em casal ou grupo de amigos. Pedindo uma bebida para esquentar seu corpo, o jovem casal que se agarrava no canto mais escuro do local a fez lembrar de Severus. O jeito dominante do homem fez seu corpo ficar sedento por mais, suas mãos grandes e frias provocavam arrepios por todo seu corpo, o seu beijo a fez lembrar que era uma mulher.

Afastando esses pensamentos, bebericou a bebida, a música por si só não era de todo ruim. As memórias que tinha com o homem eram poucas, Lily costumava andar muito com Severus na infância, eram bons amigos. Por vez a protegia de Petúnia que vivia a atazanando. Olhando para o relógio viu que já era além das duas da manhã, o local vazio a fez pagar o que tinha consumido e foi para sua casa.

O caminho deserto e frio não era o problema, e sim a silhueta que lhe seguia desde que saiu do pub. Apressando seus passos, faltava pouco para chegar quando a figura tinha sumido. Apenas um quarteirão, era o que faltava, seu braço foi pego bruscamente e uma faca posta em sua barriga - É melhor a boneca vim comigo sem gritar ou vai ser pior.

Levada para um beco escuro, o homem retirava sua veste de baixo - Porque acha que vou fazer o que está pensando? - Pobre homem, não, bem feito, Verônica não era frágil apesar de sua aparência, temendo pela vida de Harry, costumava treinar pelas horas vagas. Pegou um pedaço de madeira de demolição que estava no chão e deu com tudo no membro para fora do homem, caído de dor, levou mais umas madeiradas e desmaiou. Carregou o homem para a calçada e o amarrou, antes de ir embora escreveu no chão em torno do mesmo - Abusador - e seguiu para sua casa.

Não deveria ser comum, mas Verônica sofria constantemente de assédio na loja, com Harry por perto, o garoto inconscientemente usava sua magia para os afastar.

Deitada em sua cama, olhou para o calendário, ainda faltava muito para que Harry voltasse para casa, sua conversa com Dumbledore acendeu a chama de dúvida que tinha desde que o garoto foi deixado sob seus cuidados. Dumbledore era misterioso, seu olhar tinha a faísca da mentira, pedi para seu precioso sobrinho ser entregue a ele ignorando a ligação de sangue que o protegia.

O dia estava frio, resolveu abrir a loja apenas para arejar, a maior parte das flores estavam em sua forma de botão e só iriam desabrochar na primavera, serviu seu café e aguardou algum cliente. O cheiro da sopa invadia o local, era comum que alguns idosos entrassem no local para se esquentar um pouco, então os oferecia sua sopa para ajudar.

Às 15 horas fechava. O sino na porta sinalizava um cliente – Oh, boa tarde, estou fechado a loja, mas se for urgente posso lhe ajudar – A caixa com as novas sementes atrapalhava sua visão.

- Não vou tomar muito seu tempo, eu procuro uma antiga amiga, ela é um tanto que baixinha, tem o cabelo curtinho e ruivo, fala um pouco enrolado e tem um senso de humor indescritível, tem a ponta do nariz arrebitado e costuma roer bolachas quando está estressada. Pelo que captei ela mora aqui.

Colocou a caixa sob o balcão, com os olhos cheios de lágrimas, correu até o homem de vestes simples – Remus! – Agarrou o homem que a rodou – Meu Deus, por onde esteve? O que aconteceu com você? – Segurando seu rosto, Remus não tinha mudado tanto, suas cicatrizes estavam da mesma forma, seu olhar doce permanecia o mesmo, apenas algumas marcas do tempo e um bigode mudava seu visual.

Fechou a loja e levou o homem para seus aposentos. Servindo chá com biscoitos, esperou que o mesmo se sentisse à vontade – Eu venho dando aulas de literatura francesa esse tempo, alguns bicos em escolas.

Querido Harry - Verônica EvansWhere stories live. Discover now