Capítulo 18

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A mansão Malfoy era em disparada o melhor local que já tinha ido, cada dia Draco mostrava as partes permitidas, se fosse em outros tempos, nunca conseguiria dizer que aquele garoto soberbo tinha manias e hobbies muito simples para alguém de status. A maior parte de seu tempo ficava mergulhado nos livros da biblioteca, por horas se aventurava em confeitos, a face de Malfoy que por vez sonharia em tom de deboche.

O loiro não perdia o quão tenso Harry ficava ao ter seus pais por perto, sua mandíbula se contraia fortemente enquanto treinava cada musculo para que não se mexesse, sua respiração diminuía e seus olhos focavam em qualquer coisa a sua frente, por mais que estivesse tudo bem, entendia como ele poderia estar se sentindo, contar para seu pai que Harry Potter finalmente tinha se tornado seu amigo e que com uma ligação estaria ali no outro dia.

Seus dedos ágeis escreviam uma carta para sua mãe, era bom saber que pelo menos uma pessoa respeitava sua decisão enquanto a Verônica, por vezes engolia sua vontade de soltar aquelas palavras ao vê-la sorrindo, no fim de semana iria para Durmstrang com Draco, apenas iria avisa-la e perguntar se estava tudo bem, seria mais inteligente de sua parte ter deixado o numero do mesmo.

- Terminei.

- Vou mandar pela minha coruja! - Uma pequena coruja gorduchinha de penugem preta e olhos tão escuros quanto um breu, o que lhe dava um toque era o estranho céu que vivia dentro do mesmo - Essa apareceu quando ainda era pequeno, desde então nunca quis ir embora, ela é rápida e incapaz que a vejam, vai levar em segurança e Dumbledore não irá desconfiar - Pondo a carta presa no bico da ave, deixou que a mesma voasse.

- Você não disse o caminho!

- Ela não precisa saber, apenas vai, é sério quando digo que é uma coruja estranha.

Todos os itens que precisavam estavam ali, Lucius e Narcisa fizeram questão de comprar todos os materiais e roupas necessários - Por mais que a escola fornecesse - Narcisa tinha chamado pessoalmente seu estilista, queria roupas elegantes e finas para o garoto, assim como fora de seu filho.

- O preto lhe caí muito bem Potter - A mulher terminava de arrumar os fios rebeldes de Harry - Assim parece bem maior - De fato estava outro, Verônica permitia que se vestisse como quisera, de forma modesta e simples, mas ali Narcisa queria que o mesmo pudesse ver a gloria que carregava em ser o menino que sobreviveu - Digno de um Lorde.

Tais palavras reverberavam no corpo do jovem - "Um Lorde" - Então se lembrou vagamente do que sonhara, do espelho, de sua face, da garota que o dizia para não dar ouvidos a seu reflexo. Sua admiração em frente ao espelho lhe deu o ar de ver alguém o observando ao fundo, os olhos cinzas de Malfoy eram perturbadoramente atraentes, estava comum ao ficarem sós arrancarem beijos um do outro, não sabia o que dizer daquela relação.

- Mamãe sempre teve um bom gosto.

- Percebo, fico bem diferente.

- Fica belo.

Os olhares que aquelas paredes gravariam em seu absoluto silêncio, esconderiam a sete chaves os sentimentos confusos e necessitados, a mansão Malfoy já vira seus dias de esplendor, agora era fadada a se manter sempre em silêncio e tons escuros.

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A loja estava novamente aberta, além dos botões havia encomendado flores menores para voltar a sua venda, graças a magia que Lily tinha posto, as flores e plantas que tinha em sua estufa escondida estavam bem, trabalhou arduamente em preparar mais poções para Remus e as enviar quando Snape fosse vê-la, seria sua chance de ouro a ter uma vida normal.

Algo que lhe incomodava era ter deixando tanto de si transparecer, isso era ser vulnerável e tola, precisava ser forte por Harry. Dizer que não temia ver Dumbledore entrando pela porta era um medo que fazia seu corpo travar, a ferida que nunca se fechara ardia e a trazia seu questionamento de 12 anos, seria possível Dumbledore ter armado tudo? O quanto seria sádico e cruel para atingir seu objetivo que nunca fora claro? O que o motivara a ter um comportamento estranho em relação a Lily e James, que recaíra sobre seu único filho, querendo por todas as forças que fosse dado a Petúnia e a ser apagada de sua vida.

Querido Harry - Verônica EvansOnde as histórias ganham vida. Descobre agora