Capítulo 4

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Era final de junho, Harry logo estaria em casa, arrumando tudo para sua chegada, preparava fornadas de biscoitos e pães que o garoto gostava. Lavou todas suas roupas para que ficassem com o cheiro de frescas e sem perigo de traças, ainda era cedo, nenhuma criança gritava ou tinha pessoas na rua, apenas os pássaros cantavam e a sombra preta encarando Verônica.

- Existe uma coisa chamada porta, não é porque veio aqui algumas vezes que pode aparecer do nada – Olhou para o relógio na parede – Ainda não é nem 7:15 Snape, café? Acabei de tirar um bolo do forno.

- Minerva mandou eu vim aqui... Preferia mandar uma coruja – Olhou por toda a casa, gostava de como era organizado – Harry está na enfermaria.

Deixando as roupas que segurava caírem ao chão foi até Snape e o segurou pelo colarinho trazendo para perto de seu rosto – O que você disse? Me leva agora para Hogwarts.

Sem delongas, aparatou para os portões da escola. Indo na frente, Snape guiava a mulher até a enfermaria, Verônica segurava suas lágrimas, sem permissão, Snape leu discretamente seus pensamentos – "Por favor Deus, não me tira o Harry... De novo não... não... Já me tirou Lily... Não tira meu filho de mim" – Era notório o amor/trauma de Evans pelo garoto, dedicou sua vida a ele. O nervosismo da mulher aumentava a cada passo, chegarem na enfermaria, deram de cara com Dumbledore conversando com o menor.

- Verônica, não esperava você aqui – Disse Dumbledore com um sorriso em meio a longa barba.

- Harry! – Disse Verônica em meio as lagrimas.

- Titia! – O garoto erguia apenas um braço, o outro estava quebrado e imobilizado, alguns curativos espalhados em seu rosto.

Abraçou seu sobrinho com cuidado, temia lhe causar dor – Como isso aconteceu? – Virou-se para Dumbledore com uma feição enfurecida e aumentou seu tom de voz – Como isso aconteceu bem embaixo do seu nariz?

- Se acalme senhorita Evans, explicarei tudo – Disse Dumbledore calmamente, pedindo para que a mesma o acompanhasse até o corredor.

Verônica tinha suas mãos na cabeça, aquela maldita noite nunca terminaria, olhava de relance para Harry e podia ver sua irmã sendo morta, seu sobrinho sobrevivendo graças a ela, o fantasma de Voldemort irá a assombrar para o resto de sua vida. Não queria chegar a essa decisão, pensou que Hogwarts seria perfeita para o menor – Harry não pode ficar aqui.

- Verônica, entendo sua preocupação, mas Harry precisa desenvolver sua magia com segurança, aqui eu o manterei seguro.

- Seguro? Um seguidor daquele demônio se passou por professor e quase mata meu sobrinho, como aqui pode ser seguro?

- Assim como existe bruxos bons, existe bruxos maus, capazes de fazer qualquer coisa para atingir seus objetivos, mesmo que isso signifique trair sua própria escola. Quirrell sempre se mostrou um bom aluno, professor, não tinha motivos para desconfiar dele em momento algum. Se tirar Harry da escola, é capaz de irem atrás de vocês... Já sabe o final.

- A proteção de sangue ainda existe, até a maior idade Harry está seguro comigo.

- E depois? Sem instrução o garoto seria morto na primeira oportunidade. É isso que deseja? Que Harry seja morto friamente igual como foi com Lily?

Era doloroso pensar em tudo que passou, uma ferida que nuca viria a se cicatrizar – Entendo que teme por ele, mas desde a noite que ele recebeu aquela cicatriz, ele foi marcado para sempre. Harry precisa ter pelo menos a chance de se defender quando a sua proteção acabar.

🌼

Hedwig já estava na casa com Verônica, o garoto chegaria por volta das 17 horas, logo deixaria a loja e iria busca-lo na estação. A tarde era bonita, algumas crianças brincavam com seus pais nas praças, mal podia esperar para que fosse ela com Harry. Às 17 horas o trem chegava, com muitos pais ali esperando seus filhos, a ruiva escolheu um canto para esperar o mesmo.

Querido Harry - Verônica EvansWhere stories live. Discover now