Capítulo 7

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Maratona (1/5)

Remus se sentia inquieto após a saída repentina de Verônica, estava se acostumando a ter a presença de outra pessoa novamente, em especial de alguém que nunca sentira medo ou nojo de sua condição, guardava como um tesouro em sua memória a primeira vez que a ruiva lhe viu após uma transformação.

Seu toque era suave e caloroso, o abraço que ela o envolvia fazia que as dores de seu corpo se amenizarem, ela não sentia nojo ou repulsa da sua condição, suado, com pele e pelo misturado, sangue escorrendo e nu. Fragilizado pela noite tortuosa, aceitou de bom grado seus cuidados e passou a vê-la como alguém que poderia confiar, a licantropia era mal vista por todo mundo bruxo, até os que se propunham em estuda-la sentiam repulsa dos infectados, mas Verônica não, ela era apenas uma humana normal sem magia alguma cuidando de um jovem adulto que mal conseguia abrir seus olhos de tanto cansaço.

Com suas forças de volta, foi até a cozinha preparar algo para comer. A ruiva não estava brincando em serviço quando disse que teria comida e todos os mantimentos necessários, esquentou uma das marmitas e tomou sua poção assim como foi dito.

Pode perceber como a casa estava mais arrumada e de certa forma com mais vida, talvez não tenha sido só ele que estivesse feliz com mais alguém. Movido a curiosidade, procurou as cartas que a mesma lera tão apressadamente e saiu atrás de Harry, procurou em meio as gavetas e achou uma foto de Sirius e James abraçados.

Remus sabia dos sentimentos de Verônica e Sirius, para um humano normal seria um pouco difícil dizer se ambos se gostavam, todo momento brigava, mas como ele não era normal, podia sentir o cheiro que ambos exalavam ao estarem perto um do outro, ela não tinha o esquecido.

Achando as cartas que pareciam ser de Harry, sentou-se e pôs a lê.

"Oi tia Rô, desculpe não estar informando sobre meu dia a dia aqui em Hogwarts, mas tem coisas estranhas acontecendo, tem uma lenda na escola que antigamente Salazar havia construído uma câmara e colocou algo nela que atacava os alunos trouxas e o herdeiro dele iria despertar tudo isso, poderia ser apenas uma lenda não é mesmo? Mas eu falo a língua das cobras, todos agora acham que eu sou o herdeiro e estou comandando os ataques, até Ron que dizia ser meu amigo se afastou – No pergaminho podia ser visto algumas manchas, Harry deveria estar chorando ao escrever – Eu não sou titia, eu juro, nem sabia que podia falar outra língua e eu nunca machucaria ninguém.

Mas no meio disso tudo aconteceu algo mais estranho ainda, se lembra do Malfoy? O loiro seboso que falei para a senhora? Ele foi o único que se aproximou de mim após o incidente, até tem conversado comigo as vezes, sabia que ele fica com as bochechas muito vermelha quando fala por muito tempo? É até fofo, não que eu esteja dizendo que ele é fofo.

Hogwarts não está sendo o que eu imaginei, tudo que a senhora me contou de meus pais, até o diretor parece estranho para mim, como se ele não quisesse resolver isso. Desculpe se isso lhe decepciona..., mas eu não me sinto feliz aqui, mas tudo irá se resolver, não é?

De seu sobrinho favorito

Harry Potter."

Seu pequeno filhote estava triste e solitário, havia tempos que Remus começou a duvidar da índole de Dumbledore, assim como a morte de seus amados amigos. Mexendo mais um pouco na gaveta achou outra carta, mas tinha um brasão que conhecia bem.

"Cara Verônica Evans,

Devido a sua situação, aceito a transferência de Harry James Potter, sinto-me honrado em ter sua confiança em cuidar e ensinar seu filho em minha instituição. Como a situação do garoto é delicada, irei pessoalmente busca-lo em sua residência, enquanto ao material não é preciso se preocupar, a escola fornecerá tudo.

Querido Harry - Verônica EvansWhere stories live. Discover now